A Alma é
Imortal
Gabriel Delanne
Parte 7
Continuamos o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon
Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma
forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Que manifestações registradas pelo Dr. Moroni comprovam
que as comunicações espíritas não decorrem de uma simples exteriorização do
médium, mas da ação de um Espírito a ele estranho?
B. Três experiências mediúnicas realizadas com a
participação do médium Sauvage são descritas no livro. Quais são elas?
C. Que pormenores revelaram os sonhos tidos pela Sra.
Fleurot com Blaise Pascal e que é que esse fato revela?
Texto para
leitura
63. Outras manifestações interessantes foram registradas
pelo Dr. Moroni, coautor do livro Alguns
ensaios de mediunidade hipnótica, publicado em 1889. Servia de instrumento
ao Dr. Moroni, para descrever os Espíritos que se manifestavam por meio da
mesa, uma mulher chamada Isabel Cazetti. Em muitas ocasiões foi-lhe dado
verificar que eram contrárias às crenças dos assistentes as indicações que a
sonâmbula ministrava. E esta descrevia às vezes um Espírito que não era o
evocado e, com efeito, a mesa deletreava um nome diverso do Espírito que fora
chamado. (Págs. 71 e 72)
64. Após transcrever algumas manifestações verificadas pelo
Dr. Moroni, Delanne conclui que: I) Tais experiências provam que são mesmo os
Espíritos, e não entidades quaisquer, que se manifestam. II) As pretensas
explicações baseadas na transmissão do pensamento do evocador ao médium não se
podem aplicar a fatos como o descrito no item anterior, uma vez que o médium
anuncia um nome diferente do evocado e no qual os assistentes não pensam. III)
As circunstâncias em que se dão os fenômenos e as mensagens ditadas pelo
comunicante afastam a ideia de que o autor da manifestação seja um ser híbrido,
formado dos pensamentos de todos os assistentes, nem tampouco elementais ou
influências demoníacas. (Págs. 72 e 73)
65. Na verdade, informa Delanne, são as almas dos mortos
que afirmam sua sobrevivência por ações mecânicas sobre a matéria. Não
apresentam eles uma forma indeterminada, mas a forma do corpo terreno que
tiveram durante a encarnação. A inteligência se lhes conservou lúcida e vivaz e
eles revelam-se em plena atividade após a morte. “Temos em nossa presença -
atesta o autor desta obra - o mesmo ser que vivia outrora neste mundo e que
apenas mudou de estado físico, sem nada perder da sua personalidade de
outrora.” (Pág. 73)
66. Numa das experiências relatadas pelo Dr. Moroni, o
médium - que estava magneticamente adormecido - exclamou de súbito, agitando um
braço: “Ai!”, acrescentando que fora Isidoro (irmão de Moroni, falecido alguns
anos antes) quem o beliscara. Examinando depois o braço do médium, Dr. Moroni
encontrou ali, efetivamente, uma marca semelhante a um beliscão. (Pág. 74)
67. O Dr. Moroni perguntou-lhe então: “Se é verdade que meu
irmão se acha presente aqui, dê-me ele uma prova disso”. O médium, sorrindo,
respondeu: “Olhe lá”, e apontou com o dedo uma parede que ficava distante. O médico
olhou e viu ali um cabide, dependurado num prego, mover-se vivamente para a
direita e para a esquerda, como se uma mão invisível o empurrasse num e noutro
sentido. (Pág. 74)
68. Notemos que nesse caso a afirmativa do médium foi
confirmada, corroborada por duas manifestações materiais - o beliscão em seu
braço e o movimento do cabide -, o que indica que o fenômeno não se originou de
uma exteriorização do médium, mas da ação de um Espírito que lhe era estranho.
(Pág. 74)
69. Numa carta firmada pelo telegrafista Luís Delatre em
10-10-1896, ele relata uma experiência de tiptologia realizada em Meurchin,
pequena aldeia do Pas-de-Calais. Iniciada a sessão, um Espírito vale-se das
pancadas para dizer seu nome: Maria José. Presente à reunião, o sr. Sauvage exclama:
“É minha mãe. Aliás, acabo de ver-lhe o espectro diante de mim; mas, passou
apenas e logo desapareceu”. O Espírito confirmou a assertiva. (Págs. 76 e 77)
70. Logo depois dessa visão, a mesa se pôs de novo em
movimento, dando pulos tão violentos que assustaram o grupo. Feita uma oração,
a mesa se acalmou e outro Espírito se anunciou através de pancadas, dizendo ser
a primeira mulher do sr. Grégoire, presente à sessão. O médium Sauvage viu
então uma mulher, com uma coifa branca e um lenço por cima. “É a touca que usou
na Bélgica durante a sua enfermidade”, esclareceu Grégoire. (Pág. 77)
71. Luís Delatre revela ainda que na mesma sessão o sr.
Sauvage viu o Espírito de uma anciã, bastante corpulenta, rosto redondo, maçãs
salientes, olhos pardos, cabelos castanhos, que sorria a olhar para o
telegrafista. Era a sua própria mãe, que - valendo-se do sr. Sauvage -
conversou longamente com o filho, dando-lhe provas convincentes da realidade de
sua presença no recinto. (Págs. 77 e 78)
72. Achava-se o sr. Alexandre Delanne em Cimiez, perto de
Nice, onde se encontrou com o professor Fleurot e sua mulher, ocasião em que
dita senhora revelou-lhe um sonho que tivera seis meses antes com Blaise
Pascal. Pelo menos foi esse o nome que se formou por cima da cabeça de um vulto
com quem ela conversara durante o sonho. Para certificar-se de que vira
realmente o grande pensador francês, no dia seguinte ela foi ao mais afamado
livreiro de Nice, para comprar um retrato de Blaise Pascal, mas nenhuma das
gravuras reproduzia os traços do desconhecido que lhe falara. (Págs. 80 e 81)
73. Voltando a ver repetidas vezes, durante o sono, o mesmo
vulto, que lhe prometeu velar por ela durante sua existência terrestre, a sra.
Fleurot perguntou-lhe se, em vida, haveria algum retrato que reproduzisse sua
imagem, inclusive uma pequena deformidade do lábio que ele trazia na forma
espiritual. Pascal disse-lhe que sim: “Procura e acharás!” (Pág. 81)
74. Após haver vasculhado, em vão, as livrarias de Marselha
e Lião, o casal teve a inspiração de ir a Clermont-Ferrand, onde ambos viram
coroada de êxito a perseverança demonstrada. Em casa de um negociante de
antiguidades, havia um retrato de Pascal, com a deformação do lábio inferior,
tal qual a sra. Fleurot vira em sonho. (Pág. 81)
75. Além de comprovar a real identidade do Espírito, esse
fato justifica por que Pascal dissera à sra. Fleurot no primeiro dos sonhos:
“Se nos houvéramos apresentado a ti sob uma forma inteiramente espiritualizada,
não nos terias visto, nem, ainda menos, reconhecido”. Embora os Espíritos
adiantados - como ensina Kardec - sejam invisíveis para os que lhes são muito
inferiores quanto ao moral, nada obsta a que eles retomem o aspecto que tinham
na Terra, aspecto que podem reproduzir com perfeita fidelidade, até nas mínimas
particularidades. (Pág. 82) (Continua no
próximo número.)
Respostas às
questões preliminares
A. Que
manifestações registradas pelo Dr. Moroni comprovam que as comunicações
espíritas não decorrem de uma simples exteriorização do médium, mas da ação de
um Espírito a ele estranho?
São inúmeros os fatos registrados pelo Dr. Moroni. Eis um
deles: O médium - que estava magneticamente adormecido - exclamou de súbito,
agitando um braço: “Ai!”, acrescentando que fora Isidoro (irmão de Moroni,
falecido alguns anos antes) quem o beliscara. Examinando depois o braço do
médium, Dr. Moroni encontrou ali, efetivamente, uma marca semelhante a um
beliscão e perguntou-lhe então: “Se é verdade que meu irmão se acha presente
aqui, dê-me ele uma prova disso”. O médium, sorrindo, respondeu: “Olhe lá”, e
apontou com o dedo uma parede que ficava distante. O médico olhou e viu ali um
cabide, dependurado num prego, mover-se vivamente para a direita e para a
esquerda, como se uma mão invisível o empurrasse num e noutro sentido. Note-se
que nesse caso a afirmativa do médium foi confirmada e corroborada por duas
manifestações materiais: o beliscão em seu braço e o movimento do cabide, o que
indica que o fenômeno não se originou de uma exteriorização do médium, mas da
ação de um Espírito que lhe era estranho. (A
Alma é Imortal, págs. 71 a 74.)
B. Três
experiências mediúnicas realizadas com a participação do médium Sauvage são descritas
no livro. Quais são elas?
Numa carta firmada pelo telegrafista Luís Delatre ele
relata o seguinte: Iniciada a sessão, um Espírito valeu-se das pancadas para
dizer seu nome: Maria José. Presente à reunião, o sr. Sauvage disse: “É minha
mãe. Aliás, acabo de ver-lhe o espectro diante de mim; mas, passou apenas e
logo desapareceu”. Logo depois dessa visão, a mesa se pôs de novo em movimento,
dando pulos tão violentos que assustaram o grupo. Feita uma oração, a mesa se
acalmou e outro Espírito se anunciou através de pancadas, dizendo ser a
primeira mulher do sr. Grégoire, presente à sessão. O médium Sauvage viu então
uma mulher, com uma coifa branca e um lenço por cima. “É a touca que usou na
Bélgica durante a sua enfermidade”, esclareceu Grégoire. Luís Delatre revela
ainda que na mesma sessão o sr. Sauvage viu o Espírito de uma anciã, bastante
corpulenta, rosto redondo, maçãs salientes, olhos pardos, cabelos castanhos,
que sorria a olhar para o telegrafista. Era a sua própria mãe, que - valendo-se
do sr. Sauvage - conversou longamente com o filho, dando-lhe provas
convincentes da realidade de sua presença no recinto. (Obra citada, págs. 76 a
78.)
C. Que
pormenores revelaram os sonhos tidos pela Sra. Fleurot com Blaise Pascal e que
é que esse fato revela?
O Espírito de Pascal apresentou-se com uma deformidade no
lábio inferior que não aparecia em nenhum retrato seu existente nas livrarias
visitadas pela Sra. Fleurot, que só encontrou algo parecido na casa de um
negociante de antiguidades. O fato, além de comprovar a identidade do Espírito,
mostra que é possível aos Espíritos retomar o aspecto que tinham na Terra,
aspecto que podem reproduzir com perfeita fidelidade, até nas mínimas
particularidades. (Obra citada, págs. 80 a 82.)
Nota:
Eis os links que remetem
aos três últimos textos:
Parte 4 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/04/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte-4.html
Parte 5 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/04/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte-5.html
Parte 6 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/05/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte-6.html
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