Prelúdio da volta do Espírito
à vida corporal
Este é o módulo 79 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Quando se inicia a união da alma com o corpo?
2. Qual é o fato, no período que vai da concepção
ao nascimento, que determina o esquecimento do passado?
3. Há Espíritos que assistem ao próprio velório.
Pode algum Espírito presenciar o próprio nascimento?
4. No prelúdio da reencarnação ocorre para o
reencarnante alguma espécie de sofrimento?
5. Ensina o Espiritismo que não existem, a rigor,
dois processos reencarnatórios iguais. Que fatores intervêm nesses momentos?
Texto para leitura
A união da alma com o corpo começa na concepção
1. As encarnações e desencarnações são fases
importantes e necessárias, que se alternam por uma imensidade de vezes na
escalada evolutiva do Espírito. Do mesmo modo que, para o Espírito, a morte do
corpo físico é uma espécie de renascimento, a reencarnação é uma espécie de
morte, melhor dizendo, de exílio, de clausura. Ele deixa o mundo dos Espíritos
pelo mundo corporal, como o homem deixa este mundo por aquele.
2. A união da alma com o corpo, ensina o
Espiritismo, tem início na concepção, mas só se completa no nascimento. O
invólucro fluídico é que liga o Espírito ao gérmen. Essa união vai-se adensando
e tornando-se mais íntima, de momento a momento, até que se completa quando a
criança vem à luz.
3. No período intercorrente, da concepção ao
nascimento, a ação da força vital faz com que diminua o movimento vibratório do
perispírito, até o momento em que, não atingindo o mínimo perceptível, o
Espírito fica quase totalmente inconsciente. É dessa diminuição de amplitude do
movimento fluídico, diz Gabriel Delanne, que resulta o esquecimento.
4. Quando o Espírito vai encarnar num corpo humano
em via de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu
perispírito, o liga ao gérmen, que o atrai por uma força irresistível desde o
instante da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, esse laço se
encurta. Sob a influência do princípio vital presente no gérmen, o perispírito
se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, como se o Espírito,
valendo-se do seu perispírito, se enraizasse no gérmen, a exemplo da planta que
se enraíza no solo. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, está
completa a união, e o ser nasce então para a vida exterior.
A reencarnação é um choque biológico apreciável
5. A partir do momento em que o Espírito é colhido
no laço fluídico que o prende ao gérmen, ele entra em estado de perturbação que
aumenta à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos
momentos, toda a consciência de si próprio, de modo que jamais presencia o seu
nascimento. Quando a criança respira, começa ele a recobrar as faculdades, que
se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que hão de servir-lhe
às manifestações.
6. André Luiz relata-nos, detalhadamente, o imenso
carinho e os inúmeros cuidados que o Mundo Espiritual dedica ao processo
reencarnatório. Na obra Entre a Terra e o
Céu, o ministro Clarêncio, ao reportar-se à reencarnação de Júlio, fornece
informações interessantes sobre a redução perispiritual.
7. Assevera então o amorável ministro da colônia
“Nosso Lar”:
“A reencarnação, tanto quanto a desencarnação, é
um choque biológico dos mais apreciáveis. Unido à matriz geradora do santuário
materno, em busca de nova forma, o perispírito sofre a influência de fortes
correntes eletromagnéticas, que lhe impõem a redução automática.
“Durante a gravidez de Zulmira, a mente de Júlio
permanecerá associada à mente materna, influenciando, como é justo, a formação
do embrião. Todo o cosmo celular do novo organismo estará impregnado pelas
forças do pensamento enfermiço de nosso irmão que regressa ao mundo. Assim
sendo, Júlio renascerá com as deficiências de que ainda é portador, embora
favorecido pelo material genético que recolherá dos pais.”
8. Em outra obra de André Luiz, Missionários da Luz, deparamos também
com preciosas informações a respeito da complexidade do trabalho realizado pelo
Plano Espiritual, sempre que retorna ao mundo corporal um Espírito em resgate
ou reajustamento de tarefas mal executadas em existência anterior.
Os processos de reencarnação diferem ao infinito
9. Tratando da programação reencarnatória de
Segismundo, o orientador Alexandre disse a um amigo: “Já observei o gráfico
referente ao organismo físico que o nosso amigo receberá de futuro,
verificando, de perto, as imagens da moléstia do coração que ele sofrerá na
idade madura, como consequência da falta cometida no passado. Segismundo
experimentará grandes perturbações dos nervos cardíacos, mormente os nervos do
tônus”. “Com exceção do tubo arterial, na parte a dilatar-se para o mecanismo
do coração, tudo irá muito bem. Todos os genes poderão ser localizados com
normalidade absoluta.”
10. Interessado no caso Segismundo, Alexandre
aduziu, reportando-se aos seus futuros pais: “Voltaremos a vê-los no dia da
ligação inicial de Segismundo à matéria física. Preciso cooperar, na ocasião,
com os nossos amigos Construtores, aos quais pedi me apresentassem os mapas
cromossômicos, referentemente aos serviços a serem encetados”.
11. De acordo com a obra citada, Segismundo já se
encontrava então, desde a semana anterior, em processo de ligação fluídica
direta com os futuros pais. À medida que se intensificava semelhante
aproximação, ele ia perdendo os pontos de contato com os veículos que
consolidou na esfera espiritual através da assimilação dos elementos peculiares
àquele plano. Essa operação – explicou Alexandre – era necessária para que o
perispírito do reencarnante pudesse retomar a plasticidade que lhe é
característica e, por isso, no estágio em que ele se encontrava, o procedimento
impunha-lhe sofrimentos.
12. Nem todos, porém, passam pelos sofrimentos que
Segismundo experimentava. Os processos de reencarnação, tanto quanto os da
morte física, diferem ao infinito, não existindo, a rigor, dois absolutamente
iguais. Facilidades e dificuldades estão subordinadas a fatores numerosos,
muitas vezes relativos ao estado consciencial dos próprios interessados no
regresso à Crosta ou na libertação do veículo carnal. Existem Espíritos de
grande elevação que, ao voltarem à carne, em apostolado de serviço e
iluminação, quase dispensam o concurso dos companheiros dedicados a esse
trabalho na esfera espiritual.
Respostas às questões propostas
1. Quando se inicia a união da alma com o corpo?
A união da alma com o corpo tem início na
concepção, mas só se completa no nascimento.
2. Qual é o fato, no período que vai da concepção ao nascimento, que
determina o esquecimento do passado?
No período intercorrente que vai da concepção ao
nascimento, a ação da força vital faz com que diminua o movimento vibratório do
perispírito, até o momento em que, não atingindo o mínimo perceptível, o
Espírito fica quase totalmente inconsciente. É dessa diminuição de amplitude do
movimento fluídico que resulta o esquecimento.
3. Há Espíritos que assistem ao próprio velório. Pode algum Espírito
presenciar o próprio nascimento?
Não. A partir do momento em que o Espírito é
colhido no laço fluídico que o prende ao gérmen, ele entra em estado de
perturbação que aumenta à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos
últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de modo que jamais
presencia seu nascimento.
4. No prelúdio da reencarnação ocorre para o reencarnante alguma
espécie de sofrimento?
Em alguns casos, sim. Foi o que ocorreu com
Segismundo quando em processo de ligação fluídica direta com os futuros pais. À
medida que se intensificava semelhante aproximação, ele ia perdendo os pontos
de contato com os veículos que consolidou na esfera espiritual através da
assimilação dos elementos peculiares àquele plano. Essa operação era necessária
para que o perispírito do reencarnante pudesse retomar a plasticidade que lhe é
característica e, por isso, no estágio em que ele se encontrava, o procedimento
impunha-lhe sofrimentos.
5. Ensina o Espiritismo que não existem, a rigor, dois processos
reencarnatórios iguais. Que fatores intervêm nesses momentos?
Os processos de reencarnação, tanto quanto os da
morte física, diferem ao infinito. Facilidades e dificuldades estão
subordinadas a fatores numerosos, muitas vezes relativos ao estado consciencial
dos próprios interessados.
Bibliografia:
O Livro
dos Espíritos, de Allan Kardec, questões 339 e 340.
A Gênese, de
Allan Kardec, capítulo XI, itens 18 a 20.
A
Evolução Anímica, de Gabriel Delanne, pág. 192.
Resumo
da Doutrina Espírita, de Gustavo Geley, pág. 43.
Entre a
Terra e o Céu, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier,
pp. 179 e 183.
Missionários
da Luz, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, pp. 196, 210, 216 e
218.
Nota:
Eis os links que remetem aos 3
últimos textos:
Módulo
76 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/04/fundamentos-da-reencarnacao-este-e-o.html
Módulo 77 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/04/provas-da-reencarnacao-este-e-o-modulo.html
Módulo 78 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/05/justificativas-do-esquecimento-do.html
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