Questões que podem ser
propostas aos Espíritos
Este é o módulo 97 de uma série que
esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita.
Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para
leitura.
As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para
leitura.
Questões para debate
1. Que cuidados devemos ter na formulação das perguntas dirigidas aos
Espíritos?
2. Existem questões cuja resposta seja interditada aos Espíritos?
3. Que benefícios podem resultar do fato de dirigirmos perguntas aos
Espíritos?
4. Os Espíritos superiores podem responder a questões relacionadas com o
nosso passado?
5. Têm os Espíritos permissão para responderem a questões sobre
interesses morais e materiais?
Texto para leitura
As questões propostas
aos Espíritos devem ser claras e precisas
1. Para manter um diálogo proveitoso com os Espíritos é importante saber
fazer as perguntas, assunto com que nos devemos preocupar relativamente a dois
aspectos: a forma e o fundo. Pelo que diz respeito à forma, é importante
formulá-las com clareza e precisão, evitando as questões complexas ou dúbias.
Nesse sentido, a ordem que deve presidir à disposição das perguntas é muito
importante. Quando um assunto reclama uma série delas, é essencial que se
encadeiem com método, de modo a decorrerem naturalmente umas das outras.
2. Os Espíritos responderão, nesse caso, com muito maior facilidade e
clareza às indagações feitas do que quando elas se sucedem ao acaso, passando
sem transição de um assunto para outro. É preciso, portanto, organizá-las com
antecedência e ficar preparado para acrescentar, retirar ou modificar questões
durante a conversa com o Espírito comunicante. Esse trabalho preparatório
constitui uma espécie de evocação antecipada, a que o Espírito pode ter
assistido e que o dispõe a responder.
3. O fundo da questão exige atenção ainda mais séria, porque é muitas
vezes a natureza da indagação que provoca uma resposta inexata ou falsa.
Evidentemente, há questões a que os Espíritos não podem ou não devem responder,
por razões que só eles conhecem. Será, pois, inútil insistir. Mas o que se
deve, sobretudo, evitar são as perguntas formuladas com o intuito de lhes pôr à
prova a perspicácia.
4. Não se pense com isso que não possamos obter dos Espíritos úteis
esclarecimentos e sobretudo bons conselhos. Eles, porém, responderão mais ou
menos bem, conforme os conhecimentos que possuem, o interesse que têm por nós,
a afeição que nos dedicam, a finalidade a que nos propomos e, por fim, a
utilidade que vejam no que lhes pedimos.
Não existe
inconveniente em formular perguntas aos Espíritos
5. Se é certo que não devemos interrogar os Espíritos a todo o momento
sobre problemas comuns à existência e que cabe apenas a nós resolver, é correto
igualmente afirmar que determinados assuntos só são abordados pelos Espíritos
se solicitarmos sua opinião. Certamente dão-nos eles instruções espontâneas de
alto alcance e que seria um erro desprezar, mas há explicações que teríamos de
esperar longo tempo se não fossem solicitadas.
6. Propor perguntas aos Espíritos, longe de ter qualquer inconveniente,
é, portanto, de grande utilidade do ponto de vista da instrução, quando quem as
propõe sabe encerrá-las nos devidos limites. Se Allan Kardec não tivesse
proposto questões aos Espíritos, é provável que “O Livro dos Espíritos” e “O
Livro dos Médiuns” não existissem.
7. Há além disso um outro benefício quando formulamos questões aos
Espíritos comunicantes, que é o de concorrer para o desmascaramento dos
mistificadores, que, mais pretensiosos do que sábios, raramente suportam a
prova das perguntas feitas com cerrada lógica.
8. Os Espíritos levianos respondem a toda e qualquer pergunta sem nenhum
escrúpulo. Já os Espíritos sérios respondem com prazer às que tenham por
objetivo o bem e os meios de levar o homem ao progresso. As perguntas inúteis,
feitas apenas para satisfazer a simples curiosidade ou para experimentar os
Espíritos, têm o poder de afastar os bons Espíritos.
As predições
circunstanciadas devem ser postas sob suspeição
9. Existem certas questões que só excepcionalmente os Espíritos
superiores se dignam em responder. Eis as principais:
a) Perguntas sobre o futuro – Geralmente a anunciação de fatos que
ocorrerão no futuro fica por conta de Espíritos imperfeitos que, na maioria das
vezes, se divertem em fazer previsões. Pode ocorrer, contudo, que um Espírito
superior revele acontecimentos futuros, mas, nesse caso, as previsões visam a
uma utilidade geral. Toda predição circunstanciada deve ser posta sob
suspeição.
b) Perguntas sobre previsão da morte – Os Espíritos que preveem a morte
de alguém são, geralmente, Espíritos de mau gosto, que outro fim não têm senão
gozar com o medo que causam. O Espírito pode, no entanto, desprender-se do
corpo físico e prever a sua desencarnação. A intuição que muitas pessoas têm
desse fato decorre disso.
c) Perguntas sobre existências passadas e futuras – Com relação às existências passadas, Deus permite
algumas vezes que elas sejam reveladas, conforme o objetivo que tenha em vista.
Se for para a edificação e instrução da criatura humana, tais revelações serão quase
sempre espontâneas e dadas de modo inteiramente imprevisto. Ele, porém, não as
permitirá nunca para satisfação de vã curiosidade. Com relação ao futuro, nada
nos é dado a conhecer, porque o futuro depende dos nossos atos presentes
enquanto encarnados, e das resoluções que tomarmos quando desencarnados.
d) Perguntas sobre interesses morais e materiais – Os bons Espíritos
sempre nos aconselham para o bem. Os Espíritos familiares, em geral, podem até
nos aconselhar em assuntos privados ou favorecer nossos interesses materiais,
de acordo com o objetivo ou as circunstâncias. Os protetores espirituais podem,
em muitos casos, indicar-nos o melhor caminho, sem no entanto conduzir-nos
pelas mãos.
10. Existe um número grande de perguntas que são simpáticas tanto aos
Espíritos adiantados quando aos atrasados, assim como existem aquelas que
desagradam a uns e outros. Uma coisa, no entanto, é certíssima: Os Espíritos
superiores sempre respondem às questões que dizem respeito ao melhoramento, ao
bem-estar espiritual, à paz e ao progresso das criaturas. Estão eles sempre
dispostos a nos auxiliar e a nos amparar. Só aconselham para o bem e estão
sempre preocupados e ocupados em trabalhos que proporcionem o progresso da
Humanidade.
Respostas às questões
propostas
1. Que cuidados
devemos ter na formulação das perguntas dirigidas aos Espíritos?
Ao fazermos perguntas aos Espíritos, é importante formulá-las com
clareza e precisão, evitando as questões complexas ou dúbias. Nesse sentido, a
ordem que deve presidir à disposição das perguntas é muito importante. Quando
um assunto reclama uma série delas, é essencial que se encadeiem com método, de
modo a decorrerem naturalmente umas das outras. Isso quanto à forma. No tocante
ao fundo, é preciso que o diálogo se faça em torno de questões sérias e
relevantes.
2. Existem questões
cuja resposta seja interditada aos Espíritos?
Sim, visto que sobre determinados assuntos nada podem eles falar.
3. Que benefícios
podem resultar do fato de dirigirmos perguntas aos Espíritos?
A formulação de perguntas aos Espíritos, quando feita nos devidos
limites, é muito útil do ponto de vista da instrução. Se Allan Kardec não
tivesse proposto questões aos Espíritos, é provável que “O Livro dos Espíritos”
e “O Livro dos Médiuns” não existissem. Um outro benefício dessa prática é
concorrer para o desmascaramento dos mistificadores, que raramente suportam a
prova das perguntas feitas com cerrada lógica.
4. Os Espíritos
superiores podem responder a questões relacionadas com o nosso passado?
Sim. Deus permite às vezes que essas perguntas sejam respondidas, quando
for para a edificação e instrução da criatura humana. Ele, porém, não as
permitirá nunca para satisfação de vã curiosidade.
5. Têm os Espíritos
permissão para responderem a questões sobre interesses morais e materiais?
Sim. Os Espíritos familiares podem nos aconselhar em assuntos privados
ou favorecer nossos interesses materiais, de acordo com o objetivo ou as
circunstâncias. Quanto aos protetores espirituais, chegam, em muitos casos, a
indicar-nos o melhor caminho, sem no entanto conduzir-nos pelas mãos.
Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, FEB, 46ª ed., itens
286 a 291.
Observação:
Eis os links que
remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 94 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/08/mecanismo-dacomunicacao-mediunica-este.html
Módulo 96 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/09/as-evocacoesespiritas-criterios-e-este.html
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