O médium: conceito e
classificação
Este é o módulo 98 de uma série que
esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita.
Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para
leitura.
As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para
leitura.
Questões para debate
1.
Que significa, segundo Allan Kardec, o termo médium?
2. Na prática mediúnica, o que é realmente importante para o médium?
3. A mediunidade pode ser considerada um instrumento de aperfeiçoamento
espiritual?
4. A sintonia mental tem alguma importância no exercício da mediunidade?
5. Onde, segundo o Espiritismo, se situam os maiores escolhos da
mediunidade?
Texto para leitura
A faculdade mediúnica
não constitui um privilégio exclusivo
1. Já vimos oportunamente o conceito de mediunidade e a classificação
dos principais tipos e variedades de médiuns.
2. Ao rever o assunto, relembremos a definição de médium que Kardec
inseriu no item 159 d´O Livro dos Médiuns:
“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por
esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto,
um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não
possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos,
médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a
faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos
patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou
menos sensitiva. É de notar, além disso, que essa faculdade não se revela, da
mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para
os fenômenos desta ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades
quantas são as espécies de manifestações”.
3. A definição dada pelo Codificador do Espiritismo é, sem dúvida, a
mais completa e abrangente; mas é preciso que entendamos que a faculdade
mediúnica não libera o homem, por si só, das influências dos Espíritos
malévolos. A faculdade em si é, na realidade, neutra. O uso que o homem faz
dela é o que importa. Ao empregá-la, podemos nos harmonizar com os bons
Espíritos ou relacionar-nos com os maus. A sintonia é, portanto, fundamental na
prática mediúnica.
A mente permanece na
base de todos os fenômenos mediúnicos
4. Dando-nos a oportunidade de rejeitar as más influências espirituais e
acatar as que provenham dos bons Espíritos, a mediunidade torna-se assim um instrumento
de aperfeiçoamento espiritual. Como sabemos, os Espíritos benfazejos procuram
inspirar-nos para o bem, enquanto Espíritos inferiores buscam induzir-nos ao
mal.
5. Em nossa caminhada evolutiva, somos todos instrumentos das forças com
as quais sintonizamos. Todos somos médiuns dentro do campo mental que nos é
próprio. Se o nosso pensamento flui na direção da vida superior, associamo-nos
às energias edificantes. Se nos escravizamos às sombras da vida primitivista ou
torturada, entramos em sintonia com forças perturbadoras e deprimentes.
6. Cada criatura emite raios específicos e vive na onda espiritual com
que se identifica. A mente, ensinam os instrutores espirituais, permanece na
base de todos os fenômenos mediúnicos. Cada alma se envolve no círculo de
forças vivas que transpiram do seu “hálito mental”. Agimos e reagimos uns sobre
os outros, por meio da energia mental em que nos renovamos constantemente.
O mais cruel inimigo
dos médiuns é o orgulho
7. Assevera Emmanuel que os médiuns, em sua generalidade, “são Espíritos
que resgatam débitos do passado”, o que explica por que é difícil à criatura
humana cumprir integralmente, sem enfrentar obstáculos, os deveres que a
faculdade mediúnica lhe assinala na existência.
8. No cap. XXXI d´O Livro dos
Médiuns, Kardec inseriu diversas dissertações em que vultos importantes na
obra da Codificação do Espiritismo tratam do tema que ora focalizamos.
9. Vejamos trechos de algumas dessas mensagens:
“Todos os homens são médiuns, todos têm um Espírito que os dirige para o
bem, quando sabem escutá-lo.” (Channing.)
“O dom da mediunidade é tão antigo quanto o mundo. Os profetas eram
médiuns.” (Pierre Jouty.)
“As faculdades de que gozam os médiuns lhes granjeiam os elogios dos
homens. As felicitações, as adulações, eis, para eles, o escolho. (...) Nunca
me cansarei de recomendar-vos que vos confieis ao vosso anjo guardião, para que
vos ajude a estar sempre em guarda contra o vosso mais cruel inimigo, que é o
orgulho.” (Joana D´Arc.)
“Quando quiserdes receber comunicações de bons Espíritos, importa vos
prepareis para esse favor pelo reconhecimento, por intenções puras e pelo
desejo de fazer o bem, tendo em vista o progresso geral.” (Pascal.)
“Falar-vos-ei hoje do desinteresse, que deve ser uma das qualidades
essenciais dos médiuns, tanto quanto a modéstia e o devotamento. (...) Não é
racional se suponha que Espíritos bons possam auxiliar quem vise satisfazer ao
orgulho ou à ambição.” (Delfine de Girardin.)
“Todos os médiuns são, incontestavelmente, chamados a servir à causa do
Espiritismo, na medida de suas faculdades, mas bem poucos há que não se deixam
prender nas armadilhas do amor-próprio. (...) Lembrem-se sempre destas
palavras: Aquele que se exalçar será humilhado e o que se humilhar será
exalçado.” (O Espírito de Verdade.)
Respostas às questões
propostas
1. Que significa,
segundo Allan Kardec, o termo médium?
Médium é todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos
Espíritos. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um
privilégio exclusivo. Raras são as pessoas que dela não possuam alguns
rudimentos.
2. Na prática
mediúnica, o que é realmente importante para o médium?
A faculdade mediúnica é, em si mesma, neutra. O uso que o homem faz dela
é o que importa, porque ao empregá-la podemos nos harmonizar com os bons
Espíritos ou relacionar-nos com os maus.
3. A mediunidade pode
ser considerada um instrumento de aperfeiçoamento espiritual?
Sim. Dando-nos a oportunidade de rejeitar as más influências espirituais
e acatar as que provenham dos bons Espíritos, a mediunidade torna-se, com
efeito, um instrumento de aperfeiçoamento espiritual.
4. A sintonia mental
tem alguma importância no exercício da mediunidade?
Sim. A sintonia é fundamental na prática mediúnica. Em nossa caminhada
evolutiva, somos todos instrumentos das forças com as quais sintonizamos. Se o
nosso pensamento flui na direção da vida superior, associamo-nos às energias
edificantes. Se nos escravizamos às sombras da vida primitivista ou torturada,
entramos em sintonia com forças perturbadoras e deprimentes.
5. Onde, segundo o
Espiritismo, se situam os maiores escolhos da mediunidade?
Os elogios, as felicitações, as adulações eis os maiores escolhos que se
apresentam aos médiuns, que devem estar sempre em guarda contra o seu mais
cruel inimigo, que é o orgulho.
Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec,
cap. XIV, item 159, e cap. XXXI, itens X, XI, XII, XIII, XIV e XV.
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec,
questão 159.
No Invisível, de Léon Denis, pp.
52 a 60.
Mediunidade e
Evolução, de Martins Peralva, p. 15.
O Pensamento de
Emmanuel, de Martins Peralva, p. 233.
Nos Domínios da
Mediunidade, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, pp. 11, 15, 16 e 17.
Observação:
Eis os links que
remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 96 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/09/as-evocacoesespiritas-criterios-e-este.html
Módulo 97 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/09/questoes-que-podem-serpropostas-aos.html
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