As evocações
espíritas, critérios e dificuldades
Este é o módulo 96 de uma série que
esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita.
Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para
leitura.
As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para
leitura.
Questões para debate
1. Para evocar os Espíritos existe uma fórmula sacramental?
2. Que Espíritos, segundo Kardec, podemos evocar?
3. Quais as principais causas que impedem ou dificultam ao Espírito
atender à evocação?
4. No tocante à finalidade, que norma devemos observar nas evocações
diretas?
5. Que recomenda Emmanuel a respeito das evocações espíritas?
Texto para leitura
Os Espíritos podem
comunicar-se espontaneamente ou a nosso chamado
1. Em O Livro dos Médiuns,
Kardec faz acerca do tema evocações as considerações que se seguem.
2. Os Espíritos – diz o Codificador – podem comunicar-se espontaneamente
ou acudir ao nosso chamado, isto é, vir por evocação. Há quem julgue não ser
conveniente evocá-los, porque nem sempre há certeza de que o Espírito
comunicante seja o que foi evocado. Os que assim pensam propõem que os
Espíritos se comuniquem sempre espontaneamente, porque, agindo dessa forma,
provariam melhor sua identidade, o que é um erro. O fato de evocar ou deixar
que a comunicação se faça espontaneamente nada tem a ver com a identificação do
comunicante, porque pode ocorrer mistificação tanto num caso quanto noutro.
3. A questão das evocações espíritas precisa, no entanto, ser analisada
com critério e bom senso, porque há vantagens e desvantagens nas comunicações
provenientes de evocações e nas ocorridas espontaneamente. Evidentemente, as
comunicações espontâneas nenhum inconveniente apresentam quando se está senhor
dos Espíritos e há certeza de que os maus não tomarão a dianteira. Nas reuniões
dedicadas ao atendimento a Espíritos sofredores, a espontaneidade é uma prática
regular.
4. Quando se deseja comunicar com determinado Espírito, é de toda
necessidade evocá-lo; pelo menos essa era a ideia do Codificador, que esclarece
não haver, para esse fim, nenhuma fórmula sacramental. Quem pretender indicar
alguma fórmula pode ser tachado, sem receio, de impostor, visto que para os
Espíritos a forma nada vale. Uma condição, porém, indispensável é que a
evocação seja feita em nome de Deus, ou seja, seriamente, não levianamente.
Como regra geral,
todos os Espíritos podem ser evocados
5. É essencial, quando se queira chamar determinados Espíritos, que o
médium comece por dirigir-se somente aos que ele sabe serem bons e simpáticos e
que podem ter motivo real para atender ao apelo, como os parentes e
amigos.
6. Frequentemente, observa Kardec, as evocações oferecem mais
dificuldades aos médiuns do que os ditados espontâneos, sobretudo quando se
objetiva obter dos Espíritos respostas precisas a questões circunstanciadas.
7. Os médiuns – lembra ainda Kardec – são geralmente mais procurados
para evocações de caráter particular do que para comunicações de interesse
geral. Eles não deveriam, porém, aceder a tais pedidos, senão com muita
reserva, quando feitos por pessoas de cuja sinceridade não estiverem seguros.
Além disso, é preciso evitar sua participação nas evocações movidas por simples
curiosidade ou interesse, sem intenção séria por parte do evocador,
afastando-se de tudo o que possa transformá-los em agentes de consultas, em
ledores da buena dicha.
8. Como regra geral, todos os Espíritos, qualquer que seja o grau em que
se encontrem na escala espírita, podem ser evocados, tanto os bons quanto os
maus, tanto os que desencarnaram faz pouco tempo quanto os que viveram em
épocas mais remotas, tanto os vultos ilustres quanto os indivíduos obscuros.
Isso não significa, porém, que eles possam ou queiram responder ao nosso chamado.
Independentemente de sua vontade, a permissão para se comunicarem pode ser-lhes
recusada por uma potência superior, havendo mesmo situações em que se achem
impedidos de fazê-lo, por motivos que nem sempre nos é dado conhecer.
Emmanuel não aconselha
a evocação direta em caso algum
9. As principais causas que impedem ou dificultam aos Espíritos atender
às evocações que lhes são dirigidas são estas: (a) quando o Espírito evocado
está envolvido em missões ou ocupações de que não pode afastar-se; (b) quando o
Espírito estiver encarnado, especialmente quando isso se dá em planetas
inferiores à Terra; (c) quando o Espírito se encontra em locais de punição e
não tem permissão para daí se ausentar; (d) quando o médium, por sua natureza
ou aptidão, não consegue entrar em sintonia mediúnica com o Espírito
evocado.
10. Evocar ou não um Espírito é questão que precisa, portanto, ser bem
avaliada, tendo sempre em mente a finalidade a que ela se presta. Toda
evocação, bem como toda manifestação espontânea, deve visar a um fim útil.
Quando um Espírito é evocado pela primeira vez, convém designá-lo com alguma
precisão e evitar, nas perguntas que lhe sejam feitas, as fórmulas secas e
imperativas, fato que poderá afastá-lo. As fórmulas de tratamento devem ser
afetuosas ou respeitosas, conforme o Espírito evocado. Importante também, em
todos os casos, que o evocador lhe dê prova da sua benevolência.
11. No trato com os Espíritos, especialmente com relação aos evocados,
as perguntas devem ser formuladas com clareza, precisão e sem ideia
preconcebida, se o evocador pretende obter respostas categóricas. É importante
ainda que o evocador especifique franca e abertamente o ponto visado, sem
subterfúgios.
12. Quase 80 anos depois da publicação d´O Livro dos Médiuns, Emmanuel examinou o tema das evocações na
questão 369 do seu livro O Consolador,
psicografado por Francisco Cândido Xavier, na qual asseverou: “Não somos dos
que aconselham a evocação direta e pessoal, em caso algum”, expressando o ponto
de vista de que, no trato da mediunidade, devemos ser espontâneos. Na mesma
questão ele explica por que Allan Kardec a utilizou largamente, embora se saiba
que o Codificador também admitiu as comunicações dadas espontaneamente nas
reuniões por ele presididas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. No
livro Conduta Espírita, cap. 25, obra
psicografada pelo médium Waldo Vieira, André Luiz reafirmou a proposta feita
por Emmanuel, recomendando-nos seja abolida, em nosso meio, a prática da
evocação nominal das entidades.
Respostas às questões
propostas
1. Para evocar os
Espíritos existe uma fórmula sacramental?
Não. Uma condição, porém, indispensável é que a evocação seja feita em
nome de Deus, isto é, seriamente, não levianamente.
2. Que Espíritos,
segundo Kardec, podemos evocar?
Como regra geral, todos os Espíritos, qualquer que seja o grau em que se
encontrem na escala espírita, podem ser evocados, tanto os bons quanto os maus,
tanto os que desencarnaram faz pouco tempo quanto os que viveram em épocas mais
remotas, tanto os vultos ilustres quanto os indivíduos obscuros.
3. Quais as
principais causas que impedem ou dificultam ao Espírito atender à evocação?
As principais causas são estas: (a) quando o Espírito evocado está
envolvido em missões ou ocupações de que não pode afastar-se; (b) quando o
Espírito estiver encarnado, especialmente quando isso se dá em planetas
inferiores à Terra; (c) quando o Espírito se encontra em locais de punição e
não tem permissão para daí se ausentar; (d) quando o médium, por sua natureza
ou aptidão, não consegue entrar em sintonia mediúnica com o Espírito
evocado.
4. No tocante à
finalidade, que norma devemos observar nas evocações diretas?
Toda evocação, bem como toda manifestação espontânea, deve visar a um
fim útil. Quando um Espírito é evocado pela primeira vez, convém designá-lo com
alguma precisão e evitar, nas perguntas que lhe sejam feitas, as fórmulas secas
e imperativas, fato que poderá afastá-lo. As fórmulas de tratamento devem ser
afetuosas ou respeitosas, conforme o Espírito evocado.
5. Que recomenda
Emmanuel a respeito das evocações espíritas?
Emmanuel, na questão 369 do seu livro O Consolador, psicografado por Francisco Cândido Xavier, disse o
seguinte: “Não somos dos que aconselham a evocação direta e pessoal, em caso
algum”, expressando o ponto de vista de que, no trato da mediunidade, devemos
ser espontâneos, proposta reafirmada por André Luiz no cap. 25 de seu livro Conduta Espírita, psicografado pelo
médium Waldo Vieira.
Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec,
FEB, itens 203, 282, 269 a 274.
O Consolador, de Emmanuel, obra
psicografada por Francisco Cândido Xavier, questão no 369.
Conduta Espírita, de André Luiz, obra
psicografada por Waldo Vieira, cap. 25.
Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 93 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/08/os-mediunsprecursores-do-espiritismo.html
Módulo 94 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/08/mecanismo-dacomunicacao-mediunica-este.html
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