A Alma é
Imortal
Gabriel Delanne
Parte 24
Continuamos o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon
Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma forma
de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Resumindo suas conclusões a respeito das aparições
tangíveis, Delanne as sintetiza em cinco pontos. Quais são eles?
B. Que argumentos Delanne opõe à tese de Aksakof de que é
muito difícil, se não impossível, estar certo da identidade de um Espírito,
ainda quando ele revela fatos referentes à sua existência terrestre?
C. Em que consiste, segundo Delanne, o inconsciente?
Texto para
leitura
258. Reportando-se à natureza das aparições tangíveis,
Alfred Russel Wallace disse em carta dirigida ao Sr. Erny que, em certas
circunstâncias, “a forma tem todos os característicos de um corpo vivo e real,
podendo mover-se, falar, mesmo escrever e revelando calor ao tato”. “Tem,
sobretudo, individualidade e qualidades físicas e mentais totalmente diversas
das do médium.” (Pág. 274)
259. Numa carta enviada ao Sr. Aksakof, o Dr. Hitchman,
autor de várias obras sobre Medicina, disse-lhe ter adquirido a mais científica
certeza de que “cada uma dessas formas que apareceram era uma individualidade
distinta do envoltório material do médium, porquanto, tendo-as examinado com o
auxílio de diversos instrumentos, comprovei nelas a existência da respiração e
da circulação; medi-lhes o talhe, a circunferência do corpo, tomei-lhes o peso
etc.” (Pág. 275)
260. Encerrando o assunto, Delanne afirma que, com base no
conjunto dos fatos observados, podem-se extrair as seguintes conclusões:
1ª - Que os Espíritos possuem um organismo fluídico;
2ª - Que, quando esse corpo fluídico se materializa,
reproduz fielmente um corpo físico que o Espírito revestiu durante sua vida
terrestre;
3ª - Que nenhuma experiência demonstrou que o grau de
variação dessa forma possa ir ao ponto de reproduzir outra forma inteiramente
distinta. Se alguma variação se opera, não passa de uma diferença para mais ou
para menos do mesmo tipo;
4ª - Que, estabelecido por inúmeras provas que aquele
organismo existe nos vivos, pode-se afirmar a sua existência depois da morte,
uma vez que ela - a existência - se nos impõe pelos mesmos fatos que a
positivam com relação aos vivos;
5ª - Logo, até prova em contrário, a aparição de um
Espírito que fala e se desloca, que se pode reconhecer como sendo uma pessoa
que viveu na Terra, é prova excelente de sua identidade. (Pág. 276)
261. Fiel ao seu método, o Sr. Aksakof não acredita que se
possa estar certo da identidade de um Espírito, ainda quando ele revela fatos
referentes à sua existência terrestre, porque outro Espírito pode conhecê-los.
(Pág. 276)
262. Delanne diz que essa proposição reclama estudo mais
acurado porque, entende ele, no espaço muitos Espíritos são absolutamente
incapazes de apreender os pensamentos dos demais Espíritos. A faculdade da
clarividência está relacionada com a elevação moral e intelectual do Espírito.
Além disso, a morte não confere à alma conhecimentos que ela não adquiriu pelo
seu trabalho. Se, uma ou outra vez, o Espírito se revela superior ao que
parecia ser neste mundo, é que manifesta aquisições anteriores, obnubiladas
temporariamente na sua última existência. (Págs. 277 e 278)
263. Admitamos, contudo, que um Espírito conheça os fatos
da vida terrestre de um outro Espírito. Bastará isso para lhe dar o caráter do
segundo e a maneira pela qual este se exprime? Se o observador tiver conhecido
suficientemente a pessoa que o Espírito tenta imitar, ele será facilmente
desmascarado, porque - se o estilo é o homem - é quase impossível que alguém
simule o modo pelo qual se exprime um indivíduo. (Pág. 278)
264. Evidentemente, torna-se difícil estabelecer a
identidade das personagens históricas, mas o mesmo não sucede quando se trata
de um amigo que conhecemos bem ou de um parente de nossas relações. (Pág. 278)
265. Pretendeu-se algures que a consciência sonambúlica do
médium pudesse ler no inconsciente do evocador, de modo a fornecer as
particularidades que parecem provar a identidade e que, por isso, há sempre
possibilidade de ilusão. Mas semelhante fato nunca foi demonstrado
rigorosamente. (Pág. 279)
266. Os trabalhos dos hipnotizadores modernos não
demonstram - diz Delanne - que haja no homem duas individualidades que se
ignoram mutuamente. O inconsciente não é mais do que o resíduo do Espírito,
isto é, vestígios físicos das sensações, dos pensamentos, das volições fixadas
sob a forma de movimentos no invólucro perispirítico e cuja intensidade
vibratória não basta para fazê-los aparecer no campo da consciência. (Pág. 279)
267. Se, entretanto, pela ação da vontade se intensifica o
movimento vibratório desses resíduos, o “eu” torna a percebê-los sob a forma de
lembranças. O sonambulismo, ao desprender a alma e dar ao perispírito um novo
tônus vibratório, cria condições diferentes para o registro dos pensamentos e
das sensações e facilita o exercício das faculdades superiores do Espírito:
telepatia, clarividência etc., que habitualmente não se exercem durante o
estado de vigília. (Págs. 279 e 280)
Respostas às
questões preliminares
A. Resumindo
suas conclusões a respeito das aparições tangíveis, Delanne as sintetiza em
cinco pontos. Quais são eles?
Eis as conclusões de Delanne a respeito do assunto:
1ª - Que os Espíritos possuem um organismo fluídico;
2ª - Que, quando esse corpo fluídico se materializa,
reproduz fielmente um corpo físico que o Espírito revestiu durante sua vida
terrestre;
3ª - Que nenhuma experiência demonstrou que o grau de
variação dessa forma possa ir ao ponto de reproduzir outra forma inteiramente
distinta. Se alguma variação se opera, não passa de uma diferença para mais ou
para menos do mesmo tipo;
4ª - Que, estabelecido por inúmeras provas que aquele
organismo existe nos vivos, pode-se afirmar a sua existência depois da morte,
uma vez que ela - a existência - se nos impõe pelos mesmos fatos que a
positivam com relação aos vivos;
5ª - Logo, até prova em contrário, a aparição de um
Espírito que fala e se desloca, que se pode reconhecer como sendo uma pessoa
que viveu na Terra, é prova excelente de sua identidade. (A Alma é Imortal, págs. 274 a 276.)
B. Que
argumentos Delanne opõe à tese de Aksakof de que é muito difícil, se não
impossível, estar certo da identidade de um Espírito, ainda quando ele revela
fatos referentes à sua existência terrestre?
Delanne diz que essa proposição reclama estudo mais acurado
porque, entende ele, no espaço muitos Espíritos são absolutamente incapazes de
apreender os pensamentos dos demais Espíritos. A faculdade da clarividência
está relacionada com a elevação moral e intelectual do Espírito. Além disso, a
morte não confere à alma conhecimentos que ela não adquiriu pelo seu trabalho.
Se, uma ou outra vez, o Espírito se revela superior ao que parecia ser neste
mundo, é que manifesta aquisições anteriores, obnubiladas temporariamente na
sua última existência. Ainda que um Espírito conheça os fatos da vida terrestre
de um outro Espírito, bastará isso para lhe dar o caráter do segundo e a
maneira pela qual este se exprime? Se o observador tiver conhecido
suficientemente a pessoa que o Espírito tenta imitar, ele será facilmente
desmascarado, porque - se o estilo é o homem - é quase impossível que alguém
simule o modo pelo qual se exprime um indivíduo. (Obra citada, págs. 276 a
278.)
C. Em que
consiste, segundo Delanne, o inconsciente?
O inconsciente não é mais do que o resíduo do Espírito,
isto é, vestígios físicos das sensações, dos pensamentos, das volições fixadas
sob a forma de movimentos no invólucro perispirítico e cuja intensidade
vibratória não basta para fazê-los aparecer no campo da consciência. (Obra
citada, págs. 279 e 280.)
Observação:
Eis os links que
remetem aos três últimos textos:
Parte 21 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/08/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte_17.html
Parte 22 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/08/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte_24.html
Parte 23 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/08/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte_31.html
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/h85Vsc, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele
nos propicia.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário