terça-feira, 4 de setembro de 2018




Podem passar milhares de anos

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

As coisas que mais docemente se eternizam são as mais simples, pois possuem essência, ou seja, verdade e amor. Também não possuem receita ou manual a serem seguidos, são genuínas, sem hora, nem local para acontecerem e nenhuma intenção a não ser a vontade do coração. Há tantos exemplos a serem narrados.
Dia desses ouvi uma senhora centenária respondendo à pergunta qual era a comida de que mais gostava. Ela, tão rapidamente, respondeu que era a de sua mãe. A senhora acabara de completar 105 anos. Nem mesmo o tempo de mais de um século fez que ela se esquecesse do carinho, do amor, do tempero afetuoso de sua mãe. E sua resposta foi imediata e segura, pois essa comida estava envolvida pelos melhores sentimentos e por isso continuava a preferida da senhora filha.
Ainda li num dos relatos familiares publicados num jornal independente que um rapazinho afirmava que um dos dias eternizados em seu coração fora quando passou por determinada enfermidade e sua avó lhe fizera uma sopa e, no prato, desenhou com os vários legumes picados, um lindo coração e lhe disse quanto o amava e que sararia logo. Ele descreveu perfeitamente o olhar de sua avó naquele momento.
Incontáveis são os relatos cujos acontecimentos são memoráveis e vêm com uma intensa energia de emoção generosa.
Os olhares que ternamente se encontram, a gentileza doada e recebida, o amparo carinhoso, o abraço acolhedor, a paciência para ouvir um lamento, o sorriso puro e tantos outros inesquecíveis momentos sem dia nem hora marcados trarão sempre o amável sentimento.
E se nos perguntarmos quais ocorrências se eternizaram em nós, acredito que nos lembraremos dos fatos simples, mas que estarão vivos em razão de terem sido intensamente amorosos e verdadeiros.
Independente de tempo, apenas o que é bom se eternizará.

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