terça-feira, 20 de novembro de 2018




A verdade do universo

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

O que os olhos veem ou os outros sentidos sentem difere muito do que está no interior e quem observa raramente saberá o tesouro ou o martírio secretos. A aparência deve ser a que menos importa, pois é somente o coração quem leva o verdadeiro sentimento.
Certo dia, num daqueles domingos à tarde, cuja brisa refresca o rosto em terras estrangeiras, ouvi um homem conversando com um menino – estávamos num daqueles bancos de cimento de frente para o mar. O homem, com a paciência conquistada pela sabedoria, explicava ao menino que o mar observado de fora parece apenas uma imensidão de água. O jovenzinho prestava atenção naquelas palavras, na forma como o senhor lhe contava.
Os três olhávamos para o infinito. O vento, constante e com variadas direções, nos confirmava a força da vida.
E o senhor começou a explicar-lhe um pouquinho a dimensão no fundo do mar, os milhares de espécies, a harmonia das ações, o lado mais claro e o denso escuro, a inteligência infinita em todos os lugares, a vida que pulsa formas múltiplas em espaços que, muitas vezes, parecem inabitáveis.
Eu e o menino ouvíamos completamente atentos.
Ao mesmo tempo outros milhares de universos se movimentavam à beira do mar, universos aparentando alegria, mas inteiros de dor; com sonhos lindos; outros com singelos desejos humanos; ainda os desejosos por um pouco mais de tempo aqui; os que só precisavam de um abraço; outros que queriam abraçar mas não tinham quem.
Os universos pulsam, porém apenas o seu próprio coração é capaz de saber sua verdade.

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