quinta-feira, 15 de novembro de 2018





O exercício irregular
da mediunidade

Este é o módulo 106 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Que é preciso a uma pessoa para desenvolver em si o precioso dom da mediunidade?
2. Quem se entrega sem reservas e cuidados às experimentações espíritas corre perigo?
3. O exercício da mediunidade tem inconvenientes por si mesmo, ainda que não ocorra abuso na sua prática?
4. A faculdade mediúnica constitui indício de um estado patológico qualquer?
5. Pode a prática mediúnica levar o indivíduo à loucura?

Texto para leitura

É preciso ter prudência no trato com o mundo invisível
1. Ensina Léon Denis que o homem tem de se submeter a uma complexa preparação e observar certas regras de conduta para desenvolver em si o precioso dom da mediunidade. É preciso para isso, simultaneamente, a cultura da inteligência, a meditação, o recolhimento e o desprendimento das coisas humanas. 
2. Os Espíritos inferiores, incapazes de aspirações elevadas, comprazem-se em nosso meio, imiscuem-se em nossa vida, participam dos prazeres e trabalhos daqueles a quem se sentem unidos por analogia de caráter ou de hábitos. E chegam mesmo, algumas vezes, a dominar e subjugar as pessoas fracas que não sabem resistir às suas influências, podendo em certos casos impelir suas vítimas ao crime e à loucura. 
3. Corre perigo quem se entrega sem reservas e cuidados às experimentações espíritas. O homem de coração reto, de razão esclarecida e madura, pode daí recolher consolações inefáveis e preciosos ensinamentos; mas aquele que fosse inspirado tão somente pelo interesse material, ou que visse nesses fatos apenas uma ocasião de divertimento, tornar-se-ia objeto de uma infinidade de mistificações e joguete de Espíritos pérfidos que, lisonjeando suas inclinações, captariam sua confiança para, mais tarde, acabrunhá-lo com decepções e zombarias.
4. Convém, pois, ter grande prudência no trato com o mundo invisível. O bem e o mal, a verdade e o erro nele se misturam, e para distingui-los é preciso passar todas as revelações, todos os ensinos, pelo crivo de um julgamento severo. 

A mediunidade nada tem a ver com doença ou com loucura
5. Outro ponto importante para aquele que se dedica à mediunidade é evitar que ocorram abusos na sua prática. O exercício muito prolongado de qualquer faculdade acarreta fadiga, e o mesmo se dá com a mediunidade, principalmente a que se aplica aos efeitos físicos, a qual ocasiona necessariamente um dispêndio de fluido, que produz a fadiga e precisa, assim, ser reparado pelo repouso.  
6. Pode o exercício da mediunidade ter inconvenientes por si mesmo, ainda que não ocorra abuso na sua prática? Respondendo a essa questão, esclarecem os Espíritos superiores: “Casos há em que é prudente e mesmo necessário abster-se ou, pelo menos, fazer um uso moderado. Isto depende do estado físico e moral do médium. Aliás, em geral o médium o sente e, ao sentir fadiga, deve abster-se”. (O Livro dos Médiuns, item 221, questão 3.)
7. A informação precedente não significa dizer que a faculdade mediúnica constitua indício de um estado patológico qualquer. Mediunidade nada tem a ver com doença. Existem médiuns de saúde robusta; os que estão doentes devem isso a outras causas, não à mediunidade.
8. A mesma observação deve ser feita com relação à ideia de que a prática mediúnica pode levar o indivíduo à loucura. “A mediunidade não produzirá loucura quando esta não existir em princípio. Mas se o princípio existir – o que será fácil de reconhecer pelo estado moral – diz o bom senso que é necessário tomar cuidado em todos os sentidos, porque qualquer causa de abalo pode ser prejudicial.” (O Livro dos Médiuns, item 221, questão 5.)

A loucura tem sua origem nos atos perpetrados no passado
9. Assevera Kardec: “Todas as grandes preocupações do Espírito podem ocasionar a loucura: as ciências, as artes e até a religião lhe fornecem contingentes. A loucura tem como causa primária uma predisposição orgânica no cérebro, que o torna mais ou menos acessível a certas impressões. Dada a predisposição para a loucura, esta tomará o caráter de preocupação principal, que então se muda em ideia fixa, podendo tanto ser a dos Espíritos, em quem com eles se ocupou, como a de Deus, dos anjos, do diabo, da fortuna, do poder, de uma arte, de uma ciência, da maternidade, de um sistema político ou social. Provavelmente, o louco religioso se houvera tornado um louco espírita, se o Espiritismo fora a sua preocupação dominante”. “Digo, pois, que o Espiritismo não tem privilégio algum a esse respeito. Vou mais longe: digo que, bem compreendido, ele é um preservativo contra a loucura.” (O Livro dos Espíritos, Introdução, item XV.)
10. Quando se afirma que a loucura tem como causa primária uma predisposição orgânica no cérebro, queremos deixar claro que o cérebro do encarnado tem essa deficiência devido a causas cármicas, ou seja, a loucura em si tem sua origem em atos perpetrados pelo Espírito em existências passadas.
11. Dá-se o nome “causas cármicas” àquelas que precedem a existência atual e que vêm impressas no perispírito ou psicossoma do enfermo vinculado pelos débitos transatos àqueles a quem usurpou, abusou, prejudicou, como Manoel Philomeno de Miranda esclarece em seu livro “Grilhões Partidos”, psicografado por Divaldo P. Franco.
12. Não há, pois, razão para pensar que a mediunidade provoque loucura. Ao contrário, como observou Kardec, a mediunidade esclarecida pelas luzes do Espiritismo constitui um preservativo da loucura, porque o espírita vê as coisas desde mundo de um ponto de vista mais elevado e suas convicções lhe dão, diante das vicissitudes e do sofrimento, uma resignação que o preserva do desespero que poderia levar outros ao desequilíbrio e mesmo ao suicídio.

Respostas às questões propostas

1. Que é preciso a uma pessoa para desenvolver em si o precioso dom da mediunidade?
Segundo Léon Denis, ela tem de se submeter a uma complexa preparação e observar certas regras de conduta para desenvolver em si o precioso dom da mediunidade. É preciso para isso, simultaneamente, a cultura da inteligência, a meditação, o recolhimento e o desprendimento das coisas humanas. 
2. Quem se entrega sem reservas e cuidados às experimentações espíritas corre perigo?
Sim. O homem de coração reto, de razão esclarecida e madura, pode daí recolher consolações inefáveis e preciosos ensinamentos; mas aquele que fosse inspirado tão somente pelo interesse material, ou que visse nesses fatos apenas uma ocasião de divertimento, tornar-se-ia objeto de uma infinidade de mistificações e joguete de Espíritos pérfidos que, lisonjeando suas inclinações, captariam sua confiança para, mais tarde, acabrunhá-lo com decepções e zombarias.
3. O exercício da mediunidade tem inconvenientes por si mesmo, ainda que não ocorra abuso na sua prática?
Respondendo a essa questão, os Espíritos superiores disseram: “Casos há em que é prudente e mesmo necessário abster-se ou, pelo menos, fazer um uso moderado. Isto depende do estado físico e moral do médium. Aliás, em geral o médium o sente e, ao sentir fadiga, deve abster-se”. (O Livro dos Médiuns, item 221, questão 3.)
4. A faculdade mediúnica constitui indício de um estado patológico qualquer?
Não. Mediunidade nada tem a ver com doença. Existem médiuns de saúde robusta; os que estão doentes devem isso a outras causas, não à mediunidade.
5. Pode a prática mediúnica levar o indivíduo à loucura?
Não. Inexistem razões para pensar que a mediunidade provoque loucura. Ao contrário, como observou Kardec, a mediunidade esclarecida pelas luzes do Espiritismo constitui um preservativo da loucura, porque o espírita vê as coisas desde mundo de um ponto de vista mais elevado e suas convicções lhe dão, diante das vicissitudes e do sofrimento, uma resignação que o preserva do desespero que poderia levar outros ao desequilíbrio e mesmo ao suicídio.

Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, item 221.
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, Introdução, item XV.
No Invisível, de Léon Denis, p. 352.
Depois da Morte, de Léon Denis, pp. 190 e 191.
Grilhões Partidos, de Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo P. Franco, pp. 34 e 35.

Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:





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