Bondade
Emmanuel
Ao apelo do Divino
Mestre, recomendando-nos “sede perfeitos”, evitemos a indesejável resposta da
aflição.
Ninguém pode trair os
princípios de sequência que governam a Natureza, e o tempo será sempre o
patrimônio divino, em cujas bênçãos alcançaremos as realizações que a vida
espera de nós.
Antes de cogitar da
colheita, atendamos à sementeira.
Antecipando a construção
do teto de nossa casa espiritual, no aprimoramento que nos cabe atingir,
edifiquemos os alicerces no chão de nossas possibilidades humildes, erguendo
sobre eles as paredes de nossa renovação, a fim de não nos perdemos no
movimento vazio.
Iniciemos a perfeição de
amanhã com a bondade de hoje.
Ninguém é tão deserdado
no mundo que não possa começar com êxito necessário.
Não intentes curar o
enfermo de um momento para o outro. Cede-lhe algumas gotas de remédio salutar.
Não busques regenerar o
delinquente a rudes golpes verbais. Auxilia-o, de algum modo, oferecendo-lhe
algumas frases de fraternidade e compreensão.
Não procures estabelecer
a verdade num gesto impetuoso de esclarecimento espetacular, acreditando
desfazer as ilusões de muitos anos, em um só dia. Enceta a obra do
reajustamento moral com os teus pequeninos gestos de sinceridade à frente de
todos.
Não suponhas seja
possível a milagrosa transformação de alguém, no caminho empedrado da crueldade
ou da ignorância. Faze algo que possa servir de plantação inicial de luz no
espírito que te propões reformar.
E ainda, em se tratando
de nós, não julgues seja fácil converter nossa própria alma para Deus, num
instante rápido. Trazemos conosco vasto acervo de sombras e precisamos
serenidade e diligência para desintegrá-las, pouco a pouco, ao preço de nossa
própria submissão à Lei do Senhor que nos rege os destinos.
Se realmente nos
dispomos à aceitação do ensinamento do Divino Mestre, usemos a bondade, em
todos os momentos da vida.
Bondade para com o
próximo, bondade para com os ausentes, bondade para com os nossos opositores,
bondade para com todas as criaturas que nos cercam...
A bondade é chave de
simpatia e conhecimento com que descerraremos a passagem para as Esferas
Superiores.
Com ela, seremos mais
humanos, mais amigos e mais irmãos.
Avancemos, assim, com a
bondade por norma de ação, retificando em nossa estrada os aspectos e
experiências que nos desagradam na estrada dos outros, e, desse modo, estejamos
convictos de que o sonho sublime de nosso aperfeiçoamento encontrará, em breve
futuro, plena concretização na Vida Eterna.
Do livro Tocando o barco, obra mediúnica
psicografada por Francisco Cândido Xavier.
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