Tempo de amar e
servir
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
—
Boa noite, Jó. Acabo de chegar em minha nave. Trago comigo Emmanuel, que me
deu a honra de sua companhia elevada.
— Boa noite, amigos. Estava pensando em
tirar uma soneca, nobre Emmanuel, pois estou todo trêmulo de tremenda tosse...
— Boa noite, Jó, boa aliteração...
Ainda que você tenha apenas um pulmão, como Francisco, saia da cama e vamos
trabalhar, pois é agora o tempo que a mensagem
do Cristo, à luz da santa Doutrina Espírita, precisa da soma de nossos esforços
espirituais, tanto quanto somáticos.
— Certamente, amigos, tanto é
importante o aproveitamento do tempo, que inspirei a Jó novo poema sobre o tema
(rimou)!
— Olavo Bilac! de onde você surgiu?
— Atravessei a barreira dimensional do
tempo e, a convite de Machado, trouxe minha singela contribuição poética a este
conclave elevado, que Jó “psicografou”. Ei-la: Tempo
de amar e servir
Sou
o tempo imortal que não passa,
Que
jamais teve início, nem fim...
E
no espaço da hora que grassa,
Muita
história já passou por mim.
Nos
poetas, filósofos, santos
O
que fica são seus pensamentos.
Eu
registro essas vozes, no entanto
Muitas
delas se vão como o vento...
Sou
eterno presente no espaço
Para
quem o passado e o futuro
Nada
mais representam que o traço
Que
eu traço no claro e no escuro.
Sempre
em mim, há eterno devir,
Sempre
em mim, há quem ri e quem chora,
Mas
o tempo de amar e servir
É
no tempo que se chama agora.[1]
— Muito bem, poetas. Mas eu quero saber
de Emmanuel que simbolismo está presente nesta frase registrada por João, 2:5:
Sua mãe disse aos serventes: “Fazei tudo
o que ele vos disser”.
— Meu bom Machado, como eu disse
alhures, Maria é o anjo tutelar do Cristianismo. Estava-se numa festa de
casamento, mas podemos interpretar o simbolismo da narração como se a festa de
noivado citada no Evangelho se referisse a nós, cuja união com Cristo ainda é
imperfeita.
Ainda somos humildes serventes nesse
grande concerto renovador da ideia. Vezes sem conta, o vinho de nossa esperança
se esgota. Cansamos, desiludimo-nos das paixões do mundo e, angustiados,
rogamos o caricioso amparo de Maria, símbolo da mãe amorosa que nos repete o
conselho: “— Fazei tudo o que ele vos disser”.
Ao ecoar nos refolhos de nossa alma as
palavras de Nossa Senhora, reflitamos se estamos, realmente, fazendo tudo o que
Jesus nos disse.
— Sábias palavras, Emmanuel, que eu,
Machado, Jó e Bilac lhe agradecemos e abraçamos fraternalmente, em
reconhecimento à sua condição de primeiro
dentre todos os Espíritos apóstolos
do Cristo...
— Sou apenas humilde servidor, em luta
contra as próprias limitações. Até breve!
E assim, abraçados fraternalmente,
despedimo-nos radiantes de alegria e paz. Machado e Emmanuel partiram em sua
nave. Bilac atravessou a barreira do espaço dimensional e retornou ao seu
tempo. E eu continuo correndo atrás do tempo sem encontrar todo o tempo que
gostaria...
Aproveito, então, para exercitar, neste
espaço, o tempo de amar e servi-los, caríssimos leitores!
O Evangelho segundo
o Espiritismo em tradução no português atual
Prosseguimos, passo a passo, na tradução livre,
sem fins comerciais, em terceira pessoa, de L’Évangile
selon le Spiritisme — O Evangelho
segundo o Espiritismo, 3. ed.,
rev., corr. e modificada. Paris, 1866.
Que os bons Espíritos nos auxiliem a concluir
este trabalho, se essa for a Vontade de Deus.
Muitos pontos do Evangelho, da Bíblia e dos
autores sacros em geral são ininteligíveis, alguns até parecem irracionais,
devido à falta da chave para compreensão do seu verdadeiro significado. Tal
chave está completa no Espiritismo, como já se convenceram aqueles que o
estudam seriamente, e como todos o
reconhecerão ainda melhor mais tarde. O Espiritismo é encontrado por
toda parte na Antiguidade e em todas as épocas da Humanidade. Por todo lado
encontram-se seus traços: nos escritos, nas crenças e nos monumentos. Por isso,
ele abre novos horizontes para o futuro e projeta luz intensa sobre mistérios passados.
Como complementação de cada ensinamento,
adicionamos algumas instruções selecionadas dentre as que foram ditadas por
Espíritos em vários países e por diferentes médiuns. Se essas instruções
viessem de uma única fonte, poderiam ter sofrido uma influência pessoal ou do
meio, enquanto que a diversidade de origens prova que os Espíritos dão seus
ensinos por toda a parte e que não há ninguém privilegiado nessa relação.[2]
Este
livro é para uso de todos. Todos podem recorrer aos seus meios para conformar
sua conduta com a moral de Cristo. Os espíritas também encontrarão as
aplicações que lhes dizem respeito, mais especificamente. Graças às comunicações
agora estabelecidas, permanentemente, entre os homens e o mundo invisível, a
lei evangélica ensinada a todas as Nações pelos próprios Espíritos
não mais será letra morta, porque todos irão entendê-la e serão incessantemente
estimulados a colocá-la em prática pelos conselhos de seus guias
espirituais. As instruções dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do Céu,
que vêm iluminar os homens e convidá-los à prática do Evangelho.
[1]
Autor: Jorge Leite de Oliveira
- Inspirado em O tempo,
de Olavo Bilac
[2] Poderíamos,
sem dúvida, ter dado mais comunicações sobre cada assunto do que as que
citamos, numa infinidade de outras cidades e centros espíritas. Mas optamos por
evitar a monotonia de repetições desnecessárias e limitar nossa escolha àqueles
assuntos que, tanto pelo fundo quanto pela forma, se enquadram melhor ao plano deste livro,
reservando para publicações posteriores os que aqui não puderam caber.
Quanto aos médiuns, evitamos
nomeá-los, na maioria dos casos, a seu pedido, e por julgar inapropriado fazer exceção
nesse sentido. Além disso, os nomes dos médiuns não teriam acrescentado valor à
obra dos Espíritos. Citá-los somente satisfaria o amor-próprio a que os médiuns
realmente sérios não dão importância. Eles entendem que seu papel é puramente
passivo, e o valor das comunicações não destaca seus méritos pessoais, além do
que seria infantil se envaidecer por uma obra de inteligência na qual
sua participação é simplesmente mecânica.
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