sábado, 1 de dezembro de 2018




Em dia com o Jó

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Vou dizer-lhe uma coisa, leitora: nunca confie em sua memória depois dos sessenta anos. Casos há em que a pessoa possui memória excelente, mesmo em avançada idade, noventa, cem anos ou mais; isso, entretanto, é exceção, não é mesmo, Di? (Para os íntimos, para os demais, Divaldo Pereira Franco, que já caminha para um século de vida a serviço espírita-cristão e ainda viaja pelo mundo afora pregando, brilhantemente, o Evangelho do Cristo à luz do Consolador).
Na semana passada, recebi por e-mail um convite para participar de um concurso de crônicas destinado a pessoas com sessenta anos ou mais. Li a data e pensei: ainda dá tempo para pesquisar sobre o tema: “Memórias de minha cidade”, se não me falha a memória. E tratei de realizar pesquisas sobre algo de Brasília que conheço bem, mas não vou revelar aqui para que você não me roube a ideia e, em outro concurso de crônicas,  acabe ganhando o prêmio que eu estava certo de trazer para minha casa.
Após anotar tudo o que me interessava e imprimir quatro folhas que deveriam ser preenchidas por mim e enviadas junto com a crônica, relaxei e disse para meu cérebro descansar, pois a data do encaminhamento seria 21 de novembro e isso só ocorreria na semana seguinte.
Depois disso, fui assistir a mais uma derrota do meu sofrido Fluminense, que faz atualmente a pior campanha de sua história. Dito e feito, o Flu perdeu mais uma. E eu só não arranquei os cabelos da cabeça por falta deles.
Terminado o jogo, assisti aos comentários do SportTV. Depois, li alguns textos e... de repente, já eram 23h... de repente, meu cérebro acusou-me de inepto... de repente, perguntei-lhe por que me acusava assim, e ele respondeu-me que estávamos a meia hora de ingressar no dia 22 de novembro.
Para que a leitora tenha uma ideia, apenas para preencher as fichas de inscrição, digitalizar cópias de documentos e enviar tudo  à comissão avaliadora eu gastaria o tempo necessário à elaboração de minha crônica: cerca de duas horas.
Isso porque, como dizia Machado de Assis, “O jovem precisa conscientizar-se de que a pressa não lhe assegura qualidade aos textos”. Se é que a memória não me falha.
Ou seja, adeus crônica da “melhor idade”.






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