Sonambulismo, êxtase
e dupla vista
Este é o módulo 116 de uma série que
esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita.
Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para
leitura.
As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para
leitura.
Questões para debate
1. Que circunstância caracteriza o sonambulismo?
2. No sonambulismo, como o indivíduo está dormindo, quem é que age?
3. Que é o êxtase?
4. Em que consiste o fenômeno da dupla vista?
5. Existe alguma relação entre o sonho, o sonambulismo e o fenômeno da
dupla vista?
Texto para leitura
No sonambulismo, é a
alma do sonâmbulo que se movimenta e age
1. O sonambulismo, o êxtase e a dupla vista, a exemplo do sono, da
catalepsia e da letargia, enquadram-se no capítulo que trata da emancipação da
alma, como podemos ver na principal obra de Kardec, O Livro dos Espíritos.
2. No sonambulismo, o que o caracteriza é o fato de o indivíduo, embora
dormindo, poder movimentar-se e agir, utilizando seu próprio corpo material,
como se estivesse acordado. Ele se levanta, caminha e pratica atos próprios de
sua vida com absoluta segurança e perfeição. Outra característica do fenômeno é
o fato de perder o sonâmbulo, ao acordar, a lembrança do que fez dormindo.
3. No sonambulismo, analogamente ao que ocorre durante o sono, o
Espírito do sonâmbulo se desprende e, uma vez emancipado, passa a ver com os
olhos espirituais, com a particularidade de que, embora desprendido do corpo
físico, continua exercendo uma força sobre ele. E o faz com grande segurança,
como provam os fatos, a ponto de subir em telhados e caminhar à beira de
precipícios, sem se acidentar. A respeito disso, Gabriel Delanne relata em seu
livro O Espiritismo perante a Ciência
alguns fatos muito interessantes, como o caso de um farmacêutico de Pavia que
durante o sono levantava-se da cama e ia ao laboratório de sua farmácia, onde
continuava a preparar as receitas ainda não atendidas.
4. Se o indivíduo continua a agir dormindo e tendo os olhos fechados,
que se pode deduzir, senão que é sua alma quem age? E, de fato, assim o é
porque, ao emancipar-se, o Espírito pode utilizar com maior facilidade as
percepções que lhe são próprias, tal como nos ensina o Espiritismo quando diz
que o sonambulismo natural é um estado de independência do Espírito mais
completo do que o sonho, que não passaria, segundo os instrutores espirituais,
de um estado de sonambulismo imperfeito.
O êxtase é uma forma
de sonambulismo mais apurado
5. O sonambulismo pode ser induzido artificialmente pelos magnetizadores
e o pioneiro dessa prática foi o médico austríaco Franz Anton Mesmer, que
buscava nessa experiência uma forma de terapia alternativa. Em casos tais, pode
o sonâmbulo entrar em contato com outros Espíritos que lhe transmitem o que
devem dizer e suprem, desse modo, sua incapacidade. O fato se verifica
principalmente nas prescrições médicas e há muitos relatos na literatura
espírita dando conta de que, às vezes, o Espírito do sonâmbulo “vê” o mal e
outro Espírito lhe indica o remédio, caracterizando uma forma de ação mediúnica
na qual o sonâmbulo é o instrumento de outras inteligências desencarnadas.
6. Outra modalidade de emancipação da alma é o êxtase, que é, segundo o
Espiritismo, um sonambulismo mais apurado, porquanto a alma do extático é ainda
mais independente.
7. Se no sonho e no sonambulismo o Espírito anda em giro pelos mundos
que nos rodeiam, no êxtase pode penetrar em um mundo desconhecido, o dos
Espíritos etéreos, com os quais entra em comunicação, sem que lhe seja, porém,
lícito ultrapassar certos limites. Aliás, se o Espírito em êxtase os
transpusesse, partir-se-iam os laços que o prendem ao corpo material.
8. Pondo-se em contato com lugares e entidades tão elevados, é fácil
entender que um resplendente e incomum fulgor chega a cercar o extático,
produzindo-lhe um indefinível bem-estar, que lhe permite gozar antecipadamente
a beatitude celeste, que somente em estados semelhantes pode vislumbrar.
A dupla vista, ou
segunda vista, é a vista da alma
9. A dupla vista, igualmente chamada de segunda vista, é o nome que se
dá ao fenômeno pelo qual certas pessoas, em perfeito estado de vigília,
conseguem perceber cenas e fatos passados a distância ou exclusivamente na
esfera espiritual.
10. Kardec perguntou aos instrutores espirituais se existe alguma
relação entre o sonho, o sonambulismo e o fenômeno da dupla vista. Responderam
os imortais que tudo isso é uma só coisa. O que se chama dupla vista é o
resultado da libertação do Espírito sem que o corpo esteja adormecido. A dupla
vista ou segunda vista, afirmam eles, “é a vista da alma”.
11. Exemplos desses fatos existem inúmeros na literatura espírita,
especialmente nos clássicos. Um deles é o que se passou com o vidente sueco
Swedenborg, que podia ver e descrever com precisão Espíritos e cenas do mundo
espiritual.
12. A história registra também muitos casos dessa ordem, como o ocorrido
com Apolônio de Tiana, que, estando a ensinar a seus discípulos em praça
pública, interrompeu-se de repente, na atitude ansiosa de quem espera alguma
grave ocorrência, e em seguida anunciou o assassínio de Domiciano, morto sob o
punhal de um liberto.
Respostas às questões
propostas
1. Que circunstância
caracteriza o sonambulismo?
O que o caracteriza é o fato de o indivíduo, embora dormindo, poder
movimentar-se e agir, utilizando seu próprio corpo material, como se estivesse
acordado. Ele se levanta, caminha e pratica atos próprios de sua vida com
absoluta segurança e perfeição. Outra característica do fenômeno é o fato de perder
o sonâmbulo, ao acordar, a lembrança do que fez dormindo.
2. No sonambulismo,
como o indivíduo está dormindo, quem é que age?
É sua alma que age.
3. Que é o êxtase?
O êxtase é outra modalidade de emancipação da alma, uma espécie de sonambulismo
mais apurado, porquanto a alma do extático é ainda mais independente.
4. Em que consiste o
fenômeno da dupla vista?
A dupla vista, igualmente chamada de segunda vista, é o nome que se dá
ao fenômeno pelo qual certas pessoas, em perfeito estado de vigília, conseguem
perceber cenas e fatos passados a distância ou exclusivamente na esfera
espiritual.
5. Existe alguma
relação entre o sonho, o sonambulismo e o fenômeno da dupla vista?
Sim. Todos eles são formas de ocorrências derivadas da emancipação da
alma. O que se chama dupla vista é o resultado da libertação do Espírito sem
que o corpo esteja adormecido. A dupla vista ou segunda vista, afirmam eles, “é
a vista da alma”.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec,
questões 425 a 431, 439, 447 e 455.
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec,
item 172.
Magnetismo Espiritual, de Michaelus, pp. 8
a 10.
O Espiritismo perante
a Ciência, de Gabriel Delanne, pp. 88 a 94.
Dicionário Enciclopédico
Ilustrado, de João Teixeira de Paula, pp. 42 e 43.
Observação:
Eis os links que
remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 114 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/01/sono-e-sonhos-este-e-o-modulo-114-de.html
Módulo 115 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/01/letargia-catalepsiae-mortes-aparentes.html
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