quinta-feira, 10 de janeiro de 2019





Sono e sonhos

Este é o módulo 114 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Que se entende por emancipação da alma?
2. Qual é a finalidade principal do sono?
3. Que outro fato importante o sono possibilita à criatura humana?
4. Que são os sonhos?
5. Por que nem sempre sonhamos?

Texto para leitura

O sono é necessário ao refazimento das energias físicas
1. Chama-se emancipação da alma o desprendimento do Espírito encarnado, o que lhe possibilita afastar-se momentaneamente do corpo físico a que se encontra ligado. É preciso entender, porém, que durante a existência corporal nunca o Espírito se acha completamente separado do corpo. Existe a ligá-los o veículo perispiritual e é por meio desse laço que o Espírito recebe o aviso, qualquer que seja a distância a que se ache do corpo material, de que se faz necessária a sua presença. Seu retorno ao invólucro corporal faz-se então com a rapidez do relâmpago.  
2. A emancipação da alma é fenômeno que pode ocorrer em várias circunstâncias da existência corporal. O sono é uma delas, o qual é, para a grande maioria das pessoas, o estado em que o corpo material repousa para refazimento das suas energias físicas. 
3. Se a atividade do Espírito, valendo-se do seu instrumento corpóreo, fosse incessante, sem nenhuma trégua, o corpo seria levado à exaustão e, por consequência, à morte. Foi por isso que Deus, em sua sabedoria, estabeleceu na existência humana a fase noturna do sono, na qual o corpo físico repousa e pode, assim, reparar suas energias. 
4. O sono tem, contudo, uma significação muito mais profunda e consequências muito mais amplas no conjunto integral da vida humana. Enquanto o corpo material jaz adormecido, não necessitando da presença do Espírito para comunicar-lhe atividades físicas ou mentais, este se liberta, afasta-se do corpo, reintegra-se em suas faculdades perceptivas e ativas diretas, passando a agir a distância. É comum, logo que se desprendem da matéria, irem os Espíritos, durante o sono, para junto de seres que lhes são afins e mesmo superiores, com os quais viajam, conversam e se instruem.

Durante o sono, a alma não repousa como o corpo físico
5. Evidentemente, há muitos que, enquanto o corpo repousa, vão a mundos inferiores à Terra ou a regiões espirituais do próprio planeta onde os chamam velhas afeições, em busca de gozos muitas vezes mais baixos do que os conhecidos em nosso mundo e com os quais se deleitam. 
6. Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em contato com o mundo dos Espíritos, e essa é uma das razões que fazem com que os Espíritos superiores concordem, sem grande repugnância, em reencarnar entre nós. Quis Deus que, tendo de entrar em contato com o vício, pudessem eles ir retemperar-se na fonte do bem, a fim de igualmente não falirem. O sono é a porta que Deus lhes concede para que possam ir ter com seus amigos espirituais. É uma espécie de recreio depois do trabalho, enquanto aguardam a grande libertação que os restituirá ao meio que lhes é próprio.
7. Entendamos, assim, do modo mais claro possível em assunto tão delicado: Durante o sono, a alma não repousa como o corpo. O Espírito jamais está inativo. Estando afrouxados os laços que o prendem ao corpo material, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos, sejam estes amigos, familiares ou companheiros de trabalho. E desse fato temos o testemunho dos sonhos, uma experiência conhecida e vivenciada por muitas pessoas. 
8. Com efeito, se o corpo físico dorme, como pode o indivíduo, durante o sono, sentir-se vivo, movimentar-se, perceber ambientes diversos e entrar em relação com outras pessoas, até mesmo com criaturas que já partiram para o mundo espiritual? Que são os sonhos senão o resultado de nossa atividade espiritual durante o sono? 

Os sonhos são a prova de que a alma se emancipa durante o sono
9. Respondendo diretamente a uma questão formulada por Kardec a respeito do assunto, os Espíritos superiores ensinaram que é pelos sonhos que podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono corporal. O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono, o que tanto pode ser um fato ocorrido no passado como algo que ainda vá ocorrer na presente existência. 
10. Nem sempre nos lembramos do que ocorre durante o sono devido à grosseria da matéria que compõe o nosso corpo físico, que dificilmente conserva as impressões registradas pelo Espírito, porque estas não lhe chegaram por intermédio dos órgãos corporais, mas sim por meio do veículo perispiritual. 
11. Não é difícil compreender tal explicação. No estado de vigília, as percepções se fazem com o concurso da organização corporal. Os estímulos são selecionados pelos órgãos dos sentidos e transmitidos através das vias nervosas sensitivas ao cérebro, onde se gravam as impressões, para serem reproduzidas a cada evocação no fenômeno da memória biológica. No estado de sono, nada chega ao Espírito pelas vias corporais; as impressões não lhe passam pelo cérebro. Dada, porém, a permanência da ligação entre o Espírito e o corpo, nada impede que, excepcionalmente, as percepções da alma emancipada repercutam no cérebro e, então, ocasionalmente, o homem se lembra do que presenciou, viu ou ouviu durante o sono. Ele dirá então que sonhou. 
12. Provam também a emancipação da alma durante o sono as visitas espíritas entre pessoas vivas, do que há vários relatos na literatura espírita, especialmente nos clássicos. 

Respostas às questões propostas

1. Que se entende por emancipação da alma? 
Chama-se emancipação da alma o desprendimento do Espírito encarnado, o que lhe possibilita afastar-se momentaneamente do corpo físico a que se encontra ligado. A emancipação da alma é fenômeno que pode ocorrer em várias circunstâncias da existência corporal. O sono é uma delas.
2. Qual é a finalidade principal do sono?
Se a atividade do Espírito, valendo-se do seu instrumento corpóreo, fosse incessante, sem nenhuma trégua, o corpo seria levado à exaustão e, por consequência, à morte. Foi por isso que Deus estabeleceu na existência humana a fase noturna do sono, na qual o corpo físico repousa e pode, assim, reparar suas energias. Esse, o principal objetivo do sono.
3. Que outro fato importante o sono possibilita à criatura humana?
Enquanto o corpo material jaz adormecido, não necessitando da presença do Espírito para comunicar-lhe atividades físicas ou mentais, este se liberta, afasta-se do corpo, reintegra-se em suas faculdades perceptivas e ativas diretas, passando a agir a distância. Esse fato é que permite que os Espíritos, durante o sono, entrem em contato direto com seres que lhes são afins e mesmo superiores, com os quais viajam, conversam e se instruem.
4. Que são os sonhos?
Como vimos na questão anterior, durante o sono a alma não repousa como o corpo. O Espírito jamais está inativo. Estando afrouxados os laços que o prendem ao corpo material, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos. O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono, o que tanto pode ser um fato ocorrido no passado como algo que ainda vá ocorrer na presente existência. 
5. Por que nem sempre sonhamos?
Isso se dá porque nem sempre nos lembramos do que ocorre durante o sono devido à grosseria da matéria que compõe o nosso corpo físico, que dificilmente conserva as impressões registradas pelo Espírito, porque estas não lhe chegaram por intermédio dos órgãos corporais, mas sim por meio do veículo perispiritual. 

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questões 401 a 403.
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, item 118.
O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis, p. 76.
Mecanismos da Mediunidade, de André Luiz, obra psicografada por Chico Xavier, p. 151.


Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:





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