A lição do trabalho
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
[...] se alguém nos perguntar qual o
melhor recurso para restabelecer ou preservar o equilíbrio, físico ou psíquico,
responderemos, sem hesitar: trabalhe e trabalhe! Não perca a bênção das horas,
tesouro de valor inestimável que o Senhor nos concede para edificação de nossas
almas. /Revele interesse pelas tarefas que lhe foram confiadas; realize
pequenos serviços no lar; escreva aos amigos; consagre-se à leitura nobre;
estude as obras espíritas; consulte o Evangelho./ Integre-se no serviço do bem,
movimentando as pernas na visita ao enfermo; os braços no labor da
fraternidade; os lábios na exaltação do otimismo e da tolerância; a mente no
cultivo da prece e da meditação; o coração na prática do amor e da caridade.
(SIMONETTI, Richard. Para Viver a Grande
Mensagem. Rio de Janeiro: FEB. Cap.: Profilaxia
da indolência).
Tempo atrás, dissemos aqui que, aos
sábados, um grupo de voluntários da Federação Espírita Brasileira (FEB)
desloca-se de sua sede, em Brasília, para Santo Antônio do Descoberto, GO.
Nesta cidade, a Casa de Ismael
desenvolve um trabalho assistencial do seu núcleo denominado Guillon Ribeiro,
que funciona em escola pública. Diversos trabalhos são realizados por
voluntários da FEB, no local, destinados a adultos, jovens e crianças, tais
como: distribuição de cestas básicas, passes, aulas de evangelização e temas
relacionados à saúde, orientação jurídica e visitas de assistência espiritual
às casas mais sofridas. Participamos desta última atividade.
Em geral, nossa equipe vai, pela manhã,
aos lares de seis ou sete famílias. Há mais de um ano, visitamos o Sr. Z. De
início, estava estirado numa cadeira de rodas. Seu estado dava dó. Quase se não
podia mexer. Em sua casa, como nos demais lares visitadas, cantamos música
cristã, ao toque do violão, lemos e comentamos página de livro de mensagens
cristãs-espíritas e aplicamos passes aos necessitados.
Com o tempo, observamos melhora
sensível na situação do citado senhor. Já não estava mais na cadeira de rodas
e, sim, deitado em sua cama. Por fim, levantou-se e passou a ir a pé ao centro
Guillon Ribeiro. Então, já nos recebia sentado ou em pé, e sua fisionomia era
de alguém grato e recuperado da doença que o acometera no passado.
Ao final do ano, as atividades dos
voluntários febianos é suspensa, nas férias escolares, pois nossos trabalhos
são realizados durante o ano letivo da escola com a qual a FEB mantém convênio
de funcionamento.
No início de março deste ano,
reiniciamos as visitas, começando pela casa do Sr. Z. Durante os primeiros
sábados de nossa visita, observamos que ele nos recebera deitado num colchão em
frente a sua casa de amplo e vazio quintal.
Sábado passado, ao chegarmos a sua
casa, lá estava o Sr. Z deitado no colchão. Seu pequeno cão vira-latas, como
sempre, recebeu-nos festivo. A aparência do seu dono, entretanto, era de quem
estava bem fisicamente, embora permanecesse triste e estirado.
Abrimos o Livro de Respostas, psicografado por Chico Xavier, com mensagens do
Espírito Emmanuel, na página intitulada Em
ação no bem, e, antes de sucinto comentário, lemos o seguinte:
Se te propões à realização de qualquer
tarefa vinculada à construção do bem, conta com problemas e dificuldades que te
habilitem as forças para isso.
Luta é o outro lado da vitória.
Lembra-te: o aço é o ferro trabalhado
pelo fogo.
As boas obras nascem do amor temperado
pelo sofrimento.
Deus não te retirou a oportunidade de
continuar trabalhando.
Em breves comentários, disse ao nosso
querido assistido, entre outras coisas, o seguinte: “o corpo humano foi feito
para se mover e não para ficar parado. Caso contrário, nossos órgãos
atrofiam-se e morremos por inanição”.
Ao final dos nossos dizeres, do passe e
da prece, o Sr. Z levantou-se, sentou-se no colchão e insistiu para que o
aguardássemos fazer um cafezinho para nós.
Agradecemos-lhe pelo convite e,
como ainda teríamos de visitar outras
casas, prometemos-lhe que, noutra oportunidade, aceitaríamos seu convite. Após
abraçá-lo fraternalmente, seguimos viagem rumo aos novos compromissos.
Não há depressão que resista ao
trabalho no bem.
É isto, amigo leitor: em vez do
desânimo da vida e da vitimização, trabalhemos incansavelmente em favor do
próximo. Desse modo, nossa vida terá valido a pena, pois a quem deseje servir
nunca falta trabalho.
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/h85Vsc e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele
nos propicia.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário