O porquê da
vida
Léon Denis
Parte 3
Damos sequência ao estudo do clássico O porquê da vida, de Léon Denis, com base na 14ª edição publicada
pela Federação Espírita Brasileira. O estudo será aqui apresentado em 13
partes.
Nossa expectativa é que ele sirva para o leitor como uma
forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Como Léon Denis conceitua a dor?
B. Onde se situa o inferno?
C. Por que não nos lembramos das vidas passadas?
Texto para
leitura
27. A imortalidade desenrola-se para cada um de nós na
imensidade dos tempos e cada existência liga-se, pela frente e por detrás, a
vidas distintas e diferentes, porém solidárias umas às outras, sendo o futuro a
consequência do passado. (P. 30)
28. A lei superior do Universo é o progresso incessante, a
ascensão dos seres até Deus, foco das formas mais rudimentares da vida. Por uma
escala infinita, por meio de transformações inumeráveis, nos aproximamos do
Criador. No íntimo de cada alma está depositado o germe de todas as faculdades,
de todas as potências, competindo-nos o dever de fazê-las frutificar pelos
nossos esforços e trabalhos. (P. 31)
29. A nossa obra é a do adiantamento e da felicidade
futura. Cada globo que rola pelo espaço é um vasto laboratório onde a
substância espiritual é incessantemente trabalhada. No meio das provações
retemperam-se os grandes caracteres. A dor é a purificação suprema, a fornalha
onde se fundem os elementos impuros que nos maculam. (PP. 31 e 32)
30. É ela a escola - única escola - onde se depuram as
sensações, onde se aprendem a piedade e a resignação estoica. Enquanto os gozos
sensuais, prendendo-nos à matéria, retardam a nossa elevação, o sacrifício e a
abnegação nos liberam. (P. 32)
31. Cada conquista que o homem faça sobre suas paixões,
cada passo que der para diante, fará alargar seus horizontes e aumentar sua
esfera de ação, e para isso concorre a pluralidade das existências, lei que dá
a chave de problemas até então insolúveis e explica a desigualdade das condições
e a variedade infinita das aptidões e dos caracteres. (PP. 32 e 33)
32. Conhecemos ou teremos de conhecer sucessivamente todas
as fases da vida terrestre. No passado, éramos como os selvagens que povoam as
regiões atrasadas; no futuro, poderemos elevar-nos à altura dos gênios imortais
que clareiam o caminho da Humanidade. A história da Humanidade é a nossa
própria história. (P. 33)
33. A reencarnação mostra de um modo notável a soberana
justiça reinando sobre os seres. Alternadamente construímos e quebramos os
nossos próprios grilhões. As provas terríveis suportadas por certas pessoas são
consequentes da sua conduta passada. O déspota renascerá como escravo; a mulher
vaidosa habitará um corpo enfermo; o ocioso se tornará mercenário. (P. 33)
34. Quem tiver feito sofrer, sofrerá a seu turno. É inútil
procurar o inferno em regiões longínquas, pois ele está em nós, oculta-se nos
recessos de nossa alma culpada, e somente a expiação pode fazer cessar suas dores. Não há penas eternas. (P. 33)
35. Alguns perguntam por que razão, se tivemos outras
vidas, não nos recordamos delas? Como poderemos fazer a nossa expiação,
desconhecendo a origem das faltas passadas? (P. 34)
36. Tais pessoas não sabem o que falam, porque a lembrança
do passado seria antes um pesado fardo preso aos nossos pés. Ora, se há pouco
saímos das épocas do furor e da bestialidade, qual poderia ter sido o passado
de cada um de nós? (P. 34)
37. Deus fez bem ao apagar dos nossos cérebros a lembrança
de um passado temível, porque, depois de beber as águas do Letes, renascemos
para uma nova vida, o que seria impraticável se víssemos a todo momento os
crimes cometidos. (P. 34)
38. Esse passado não está, contudo, inteiramente apagado e
podemos até entrever-lhe alguns vestígios, expressos por nossos gostos, nossas
tendências, nossas aspirações. As ideias inatas não são mais que a herança
intelectual e moral que vêm das nossas vidas anteriores. (P. 35)
39. Sendo o alvo da vida o aperfeiçoamento intelectual e
moral do ser, que condições, que meios nos convirão melhor para atingi-lo?
Evidentemente, o homem pode trabalhar pelo seu aperfeiçoamento em qualquer
condição e em qualquer meio social, mas será mais bem sucedido sob certas e
determinadas condições. (P. 36)
Respostas às
questões preliminares
A. Como Léon
Denis conceitua a dor?
A dor é a purificação suprema, a fornalha onde se fundem os
elementos impuros que nos maculam. É ela a escola - única escola - onde se
depuram as sensações, onde se aprendem a piedade e a resignação estoica.
Enquanto os gozos sensuais, prendendo-nos à matéria, retardam nossa elevação, o sacrifício e a abnegação nos
liberam. É no meio das provações que se retemperam os grandes caracteres. (O porquê da vida, pp. 31 e 32.)
B. Onde se
situa o inferno?
O inferno está em nós, oculta-se nos recessos de nossa alma
culpada, e somente a expiação pode fazer cessar as suas dores. É inútil, pois,
procurá-lo em regiões longínquas. A reencarnação mostra de um modo notável a
soberana justiça reinando sobre os seres. As provas terríveis suportadas por
certas pessoas são consequentes da sua conduta passada. O déspota renascerá
como escravo; a mulher vaidosa habitará um corpo enfermo; o ocioso se tornará
mercenário. Quem tiver feito sofrer, sofrerá a seu turno. (Obra citada, pág.
33.)
C. Por que não nos
lembramos das vidas passadas?
Não nos lembramos do passado porque essa lembrança seria um
pesado fardo preso aos nossos pés. Ora, se há pouco saímos das épocas do furor
e da bestialidade, qual poderia ter sido o passado de cada um de nós? Deus,
portanto, fez bem ao apagar dos nossos cérebros a lembrança de um passado
temível, porque, depois de beber as águas do Letes, renascemos para uma nova
vida, o que seria impraticável se víssemos a todo momento os crimes cometidos.
(Obra citada, pág. 34.)
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