Uma civilização digna do nome
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
A
Doutrina Espírita apresenta o progresso como um de seus pilares mais
relevantes. O ser humano está fadado ao progresso e dessa caminhada rumo ao que
o Espiritismo chama a ciência do infinito ninguém está excluído. O mesmo pode-se
dizer dos mundos, que, tal como seus habitantes, também progridem e avançam
numa escalada em que, no primeiro momento, não passam de mundos primitivos.
Em
face desse princípio, causou espécie, sobretudo entre os espiritistas, o
pensamento externado pelo pensador inglês John Gray no seu livro Cachorros de Palha, publicado no Brasil
pela Editora Record, no qual afirma que a fé no progresso é uma ilusão e que
nenhum avanço pode tirar a humanidade de sua condição natural.
Para
Gray, a história tem mostrado que, quando pensamos estar progredindo, na
verdade estamos regredindo e, por conseguinte, o progresso científico não é
real e não basta para que o mundo efetivamente melhore.
É
claro que, ao se referir a progresso, John Gray está-se reportando ao progresso
moral, à ética nas relações humanas, algo que a Ciência, por si só, é incapaz
de fornecer. Não é preciso ter qualquer estudo para se compreender tal verdade.
Kardec,
o Codificador do Espiritismo, examinou o assunto em diversos momentos de sua
obra. O progresso intelectual, ensina ele, realiza-se com mais rapidez do que o
progresso moral. Várias razões existem para explicar esse fato e talvez a mais
importante esteja ligada à concepção materialista da vida, em virtude da qual
damos mais valor ao desenvolvimento do intelecto do que ao desenvolvimento
moral de nossos filhos.
Não
obstante, somente um cego não percebe o progresso moral, conquanto diminuto,
que se tem verificado no mundo em que vivemos, onde há pouco mais de 130 anos
mantínhamos num cativeiro ignóbil criaturas semelhantes a nós e, assim como
nós, filhas do mesmo Deus, enquanto hoje organizações inúmeras defendem as
florestas, os rios e os animais contra o egoísmo que ainda impera no planeta.
Claro
que estamos longe de conhecer na Terra uma civilização digna desse nome,
assunto a que os Espíritos Superiores se referem na seguinte questão que
integra “O Livro dos Espíritos”:
Por que indícios se pode reconhecer uma civilização
completa?
“Reconhecê-la-eis pelo
desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito
grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e
vestis melhor do que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente o
direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes
banido os vícios que a desonram e quando viverdes como irmãos, praticando a
caridade cristã. Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que hão
percorrido a primeira fase da civilização.” (O Livro dos Espíritos, questão 793.)
Oportunidades
para chegarmos a esse ideal temos tido e teremos inúmeras, graças à lei da
reencarnação, segundo a qual Deus nos concede meios de fazermos ou consertarmos
numa existência aquilo que deixamos de fazer ou fizemos com imperfeição em
existências passadas.
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