Libertação
André Luiz
Parte 4
Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma
dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada
Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos cinco primeiros livros da Série, prosseguimos
nesta data o estudo da obra Libertação, psicografada
pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1949 pela
Federação Espírita Brasileira.
Eis as questões de hoje:
25. Que tipo de
discurso foi ouvido pelos Espíritos nos instantes que precederam seu
julgamento?
As palavras do juiz naquele dia foram enfáticas: "Nem
lágrimas, nem lamentos. Nem sentença condenatória, nem absolvição gratuita.
Esta casa não pune, nem recompensa. A morte é caminho para a justiça. Escusado
qualquer recurso à compaixão, entre criminosos. Não somos distribuidores de
sofrimento, e, sim, mordomos do Governo do Mundo. Nossa função é a de selecionar
delinquentes, a fim de que as penas lavradas pela vontade de cada um sejam
devidamente aplicadas em lugar e tempo justos. Quem abriu a boca para
vilipendiar e ferir, prepare-se a receber, de retorno, as forças tremendas que
desencadeou através da palavra envenenada. Quem abrigou a calúnia, suportará os
gênios infelizes aos quais confiou os ouvidos..." O discurso foi todo
nesse tom, mostrando que a consequência do mal é sempre o mal, sem nenhuma
complacência ou esperança de melhora. "Seguidores do vício e do crime,
tremei!", eis uma das frases proferidas pelo orador. (Libertação, cap. V, pp. 68 a 70.)
26. Como se dá o
fenômeno chamado licantropia?
Conforme o relato de André Luiz, o juiz determinou que uma
determinada pessoa se aproximasse. Depois, incidindo toda a força magnética que
lhe era peculiar, através das mãos, sobre ela, ordenou-lhe que confessasse. A
mulher, batendo no peito e pedindo perdão a Deus, em desespero, falou em voz
alta e pausada: "Matei quatro filhinhos inocentes e tenros... e combinei o
assassínio de meu intolerável esposo... O crime, porém, é um monstro vivo.
Perseguiu-me, enquanto me demorei no corpo... Tentei fugir-lhe através de todos
os recursos, em vão... e por mais buscasse afogar o infortúnio em bebidas de
prazer, mais me chafurdei... no charco de mim mesma..." O juiz, então,
diante daquele quadro, considerou: "Como libertar semelhante fera humana
ao preço de rogativas e lágrimas?" Em seguida, fixando sobre ela as
irradiações que lhe emanavam do olhar, asseverou, peremptório: "A sentença
foi lavrada por si mesma! não passa de uma loba, de uma loba, de uma
loba..." A mulher, à medida que o juiz repetia aquelas palavras, foi
modificando a expressão fisionômica. A boca entortou-se, a cerviz curvou-se para
a frente, os olhos alteraram-se; simiesca expressão revestiu-lhe o rosto.
Via-se patente o efeito do hipnotismo sobre o perispírito. Gúbio explicou:
"O remorso é uma bênção, sem dúvida, por levar-nos à corrigenda, mas
também é uma brecha, através da qual o credor se insinua, cobrando
pagamento". Disse então que ali estava a gênese dos fenômenos de
licantropia, inextricáveis, ainda, para a investigação dos médicos encarnados.
(Obra citada, cap. V, pp. 71 e 72.)
27. Como são
considerados os homens de cultura que não utilizam seus conhecimentos em
benefício dos outros?
No julgamento post mortem,
o homem que ajunta letras e livros, teorias e valores científicos, sem
distribuí-los a benefício dos outros, é irmão infortunado daqueles que amontoam
moedas e apólices, títulos e objetos preciosos, sem ajudar a ninguém. São
tratados, pelas leis eternas, como o são os avarentos. (Obra citada, cap. V,
pp. 75 e 76.)
28. O Espírito
Seletor usava pequeno instrumento cristalino. Que aparelho era aquele?
Gúbio disse tratar-se de um captador de ondas mentais. Como
a seleção individual exigiria longas horas, as autoridades que dominavam a
região preferiam a apreciação em grupo, o que era possível pelas cores e
vibrações do círculo vital que rodeia cada um. O instrumento não era, porém,
suscetível de marcar a posição das mentes que já se transferiram para uma
esfera espiritual mais elevada. Era recurso para a identificação de
perispíritos desequilibrados e não atingia a zona superior. (Obra citada, cap.
V, pp. 76 a 78.)
29. As entidades
desencarnadas daquela região exercem alguma influência sobre os encarnados?
Sim; uma influência considerável, visto que, segundo Gúbio,
a determinadas horas da noite, três quartos da população da Crosta se acham nas
zonas de contacto com os Espíritos e a maior percentagem permanecia detida em
círculos de baixas vibrações, como aquele. "Por aqui – disse ele – muitas
vezes se forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne. Grandes
crimes têm nestes sítios as respectivas nascentes e, não fosse o trabalho ativo
e constante dos Espíritos protetores que se desvelam pelos homens no labor
sacrificial da caridade oculta e da educação perseverante, sob a égide do
Cristo, acontecimentos mais trágicos estarreceriam as criaturas." (Obra
citada, cap. VI, pp. 79 e 80.)
30. Como pode
uma pessoa obsidiada por um Espírito libertar-se?
Gúbio diz que para isso lhe é preciso manter-se num padrão
de firmeza superior, com suficiente disposição para o bem. Com esse esforço,
nobre e contínuo, melhorará intensivamente seus princípios mentais e, ao invés
de converter-se em material absorvente de irradiações enfermiças e depressivas,
passará a emitir raios transformadores e construtivos, em benefício de si mesma
e das entidades que se lhe aproximarem do caminho. "Em todos os quadros do
Universo – aduziu o Instrutor – somos satélites uns dos outros. Os mais fortes
arrastam os mais fracos, entendendo-se, porém, que o mais frágil de hoje pode
ser a potência mais alta de amanhã, conforme nosso aproveitamento
individual." (Obra citada, cap. VI, pp. 82 a 84.)
31. Que
significa o fenômeno chamado “segunda morte”?
Essa denominação é aplicada no plano espiritual aos casos em
que há perda do veículo perispiritual, que é, segundo o Instrutor Gúbio,
transformável e perecível, embora estruturado em um tipo de matéria mais rarefeita.
Assim como há companheiros que se desfazem dele rumo a esferas sublimes, os
ignorantes e os maus, os transviados e os criminosos também perdem, um dia, a
forma perispiritual. Pela densidade da mente, saturada de impulsos inferiores,
não conseguem elevar-se e gravitam em derredor das paixões absorventes que por
muitos anos elegeram em centro de interesses fundamentais. "Grande número,
nessas circunstâncias, mormente os participantes de condenáveis delitos,
imantam-se aos que se lhes associaram nos crimes", informou Gúbio. De
fato, diz André, pequenas esferas ovoides, cada uma das quais pouco maior que
um crânio humano, estavam ligadas a duas mulheres que conversavam, rente à cela
em que ele se encontrava. Grande número de entidades, em desfile nas vizinhanças
da grade, transportavam essas esferas vivas, como que imantadas às irradiações
que lhes eram próprias. As formas variavam profusamente nas particularidades.
Algumas denunciavam movimento próprio, ao jeito de grandes amebas, respirando
naquele clima espiritual; outras pareciam em repouso, aparentemente inertes,
ligadas ao halo vital das personalidades em movimento. (Obra citada, cap. VI,
pp. 84 a 86.)
32. Em que,
afinal, consiste a existência terrestre?
Ela não passa de um estágio educativo, dentro da eternidade,
e a ela ninguém é chamado para candidatar-se a paraísos de favor e, sim, à
moldagem viva do céu no santuário do Espírito, pelo máximo aproveitamento das
oportunidades recebidas no aprimoramento de nossos valores mentais, com o
desabrochar e evolver das sementes divinas que trazemos conosco. Para tanto,
faz-se indispensável a disciplina dos impulsos pessoais, o esforço perseverante
no infinito bem e a aquisição de luz para a vida imperecível. "Cada
criatura nasce na Crosta da Terra para enriquecer-se através do serviço à
coletividade”, diz Gúbio. “Sacrificar-se é superar-se, conquistando a vida
maior. Por isso mesmo, o Cristo asseverou que o maior no Reino Celeste é aquele
que se converter em servo de todos." (Obra citada, cap. VI, pp. 86 e 87.)
Observação:
Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/07/libertacao-andre-luiz-parte-3-estamos.html
Como consultar as matérias deste
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