quarta-feira, 9 de junho de 2021

 


 Ação e Reação

André Luiz

 

Parte 5

 

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos oito primeiros livros da Série, damos prosseguimento ao estudo da nona obra: Ação e Reação, publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete “Ação e Reação".

Eis as questões de hoje:

 

33. Como definir o “bem” e o “mal”?

Eis a resposta dada pelo Ministro Sânzio: "O bem, meu amigo, é o progresso e a felicidade, a segurança e a justiça para todos os nossos semelhantes e para todas as criaturas de nossa estrada, aos quais devemos empenhar as conveniências de nosso exclusivismo, mas sem qualquer constrangimento por parte de ordenações puramente humanas, que nos colocariam em falsa posição no serviço, por atuarem de fora para dentro, gerando, muitas vezes, em nosso cosmo interior, para nosso prejuízo, a indisciplina e a revolta". "O bem será, desse modo – completou o Ministro –, nossa decidida cooperação com a Lei, a favor de todos, ainda mesmo que isso nos custe a renunciação mais completa, visto não ignorarmos que, auxiliando a Lei do Senhor e agindo de conformidade com ela, seremos por ela ajudados e sustentados no campo dos valores imperecíveis. E o mal será sempre representado por aquela triste vocação do bem unicamente para nós mesmos, a expressar-se no egoísmo e na vaidade, na insensatez e no orgulho que nos assinalam a permanência nas linhas inferiores do espírito." (Ação e Reação, citada, cap. 7, pp. 89 a 92.)

34. O chamado determinismo aplica-se aos seres humanos?

Até certo ponto, sim. Segundo o Ministro Sânzio, nas esferas primárias da evolução, o determinismo pode ser considerado irresistível. É o mineral obedecendo a leis invariáveis de coesão e o vegetal respondendo, fiel, aos princípios organogênicos. Mas, na consciência humana, a razão e a vontade, o conhecimento e o discernimento entram em função nas forças do destino, conferindo ao Espírito as responsabilidades naturais que deve possuir sobre si mesmo. Em face disso, embora nos reconheçamos subordinados aos efeitos de nossas próprias ações, não podemos ignorar que o comportamento de cada um de nós, dentro desse determinismo relativo, decorrente de nossa própria conduta, pode significar liberação abreviada ou cativeiro maior, agravo ou melhoria em nossa condição de almas endividadas perante a Lei. (Obra citada, cap. 7, pp. 92 e 93.)

35. Pode alguém, por algum meio, escapar à justiça divina?

Não. "Da justiça – diz Sânzio – ninguém fugirá, mesmo porque a nossa consciência, em acordando para a santidade da vida, aspira a resgatar dignamente todos os débitos de que se onerou perante a Bondade de Deus; entretanto, o Amor Infinito do Pai Celeste brilha em todos os processos de reajuste.” Em vista disso, se claudicamos nessa ou naquela experiência indispensável à conquista da luz, é necessário nos adaptemos à justa recapitulação das experiências frustradas, utilizando os patrimônios do tempo. (Obra citada, cap. 7, pp. 92 e 93.)

36. Como nasce e se nutre a tentação ao suicídio com relação a uma pessoa que no passado se suicidou?

Referindo-se ao assunto, o Ministro Sânzio formulou o seguinte exemplo: "Figuremos um homem acovardado diante da luta, perpetrando o suicídio aos quarenta anos de idade no corpo físico. Esse homem penetra no mundo espiritual sofrendo as consequências imediatas do gesto infeliz, gastando tempo mais ou menos longo, segundo as atenuantes e agravantes de sua deserção, para recompor as células do veículo perispirítico, e, logo que oportuno, quando torna a merecer o prêmio de um corpo carnal na Esfera Humana, dentre as provas que repetirá, naturalmente se inclui a extrema tentação ao suicídio na idade precisa em que abandonou a posição de trabalho que lhe cabia, porque as imagens destrutivas, que arquivou em sua mente, se desdobrarão, diante dele, através do fenômeno a que podemos chamar circunstâncias reflexas, dando azo a recônditos desequilíbrios emocionais que o situarão, logicamente, em contacto com as forças desequilibradas que se lhe ajustam ao temporário modo de ser". "Se esse homem não houver amealhado recursos educativos e renovadores em si mesmo, pela prática da fraternidade e do estudo, de modo a superar a crise inevitável, muito dificilmente escapará ao suicídio, de novo, porque as tentações, não obstante reforçadas por fora de nós, começam em nós e alimentam-se de nós mesmos." (Obra citada, capítulo 7, pp. 93 a 95.)

37. Quando um Espírito tem acesso à lembrança do seu passado?

De forma resumida, Sânzio diz que à medida que nos demoramos na organização perispirítica, no fiel cumprimento de nossas obrigações para com a Lei, mais se nos dilata o poder mnemônico. Avançando em lucidez, abarcamos mais amplos domínios da memória. Assim é que, depois de largos anos em serviço nas zonas espirituais da Terra, entramos espontaneamente na faixa de recordações menos felizes, identificando novas extensões de nosso carma. Embora sejamos reconhecidos à benevolência dos Instrutores e Amigos que nos perdoam o passado menos digno, jamais condescendemos com nossas próprias fraquezas e, por isso, vemo-nos impelidos a solicitar das autoridades superiores novas reencarnações difíceis e proveitosas, que nos reeduquem ou nos aproximem da redenção necessária. (Obra citada, cap. 7, pp. 95 a 97.)

38. A avareza, a sovinice, o apego ao dinheiro podem atrair Espíritos que intensifiquem ainda mais esse apego?

Sim. Foi o que ocorreu com Luís, filho de Antônio Olímpio. Afinado aos sentimentos do pai e apegando-se aos lucros materiais exagerados, sofria ele tremenda obsessão no próprio lar. Ele enamorara-se do ouro com extremada volúpia e submetia a esposa e os dois filhinhos às mais duras necessidades, receoso de perder seus haveres. Além disso, Clarindo e Leonel, não satisfeitos em lhe seviciarem a mente, conduziam para a fazenda usurários e tiranos rurais desencarnados, para lhe agravarem a sovinice. (Obra citada, cap. 8, pp. 99 e 100.)

39. O sono é necessário no processo de restauração de Espíritos enfermos?

Evidentemente. Por isso é ele largamente usado pelos benfeitores espirituais. No caso Antônio Olímpio, graças à prece de Alzira, sua antiga esposa, viu-se que ele despertou, mas foi logo levado ao sono induzido. Silas explicou: "A oração trouxe-lhe imenso bem, mas não lhe convém o despertamento senão gradativo. O sono natural e reparador ainda é uma necessidade em sua restauração positiva". (Obra citada, cap. 8, pp. 103 e 104.)

40. Há indivíduos que mesmo estando desencarnados continuam apegados ao dinheiro?

Sim. O caso de Luís, filho de Antônio Olímpio e Alzira, constitui exemplo disso. Em sua residência, atraídos por seus tios Clarindo e Leonel, diversos desencarnados de horripilante aspecto iam e vinham, através dos corredores extensos, conversando, aloucados, como se estivessem falando para dentro de si próprios. E o ouro constituía o assunto fundamental de todos os solilóquios que se entrechocavam sem nexo. (Obra citada, cap. 8, pp. 105 e 106.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 4 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/06/blog-post_02.html

 

 

 

 

 

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