quinta-feira, 5 de outubro de 2023

 



CINCO-MARIAS

 

Medos normais na infância

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com


A criança que brinca e o poeta que faz um poema

Estão ambos na mesma idade mágica! Mario Quintana

 

É normal que as crianças tenham medo às vezes. O medo é uma emoção básica, que participa naturalmente da existência, e na infância ensina à criança a ser prudente. O diferente, o novo, pode gerar medo a princípio. Os pais, então, vão exercitar o papel de orientar os filhos a aprenderem a se sentirem seguros e cômodos em frente de situações que lhes causem medo.

Obviamente, as coisas que assustam as crianças se alteram à medida que elas crescem. Alguns medos são frequentes e normais em determinadas idades.

Os bebês sentem ansiedade quando se deparam com pessoas desconhecidas. Quando eles têm entre 8 e 9 meses de idade, são capazes de reconhecer os rostos das pessoas com quem convivem no dia a dia. Por isso, as feições estranhas podem provocar medo e assim eles choram reivindicando a presença dos pais para se sentirem protegidos e seguros.

Os bebês mais velhos e as crianças de até 3 anos sentem a ansiedade da separação. Não querem, em consequência, que seus pais as deixem na escolinha ou sozinhas na cama na hora de dormir.

As crianças pequenas têm medo de coisas irreais. As de 4 a 6 anos usam a imaginação e sabem simular coisas, costumam fantasiar. Mas nem sempre são capazes de diferenciar o real do irreal. Sentem medo do que pode haver debaixo da cama, por exemplo. Medo do escuro, medo da hora de dormir. Alguns têm pesadelos. As crianças pequenas podem temer os trovões, os fogos de artifícios.

As crianças mais velhas têm medo dos perigos da vida real. Aos 7 anos ou mais, algumas crianças passam a ter medo dos desastres naturais ou, ainda, de que alguém querido possa vir a morrer. Podem ter medo em razão das demandas escolares – apresentação de trabalhos, provas. Mudança de escola pode gerar muita ansiedade também.

Os pré-adolescentes e os adolescentes, por sua vez, podem ter medos sociais – o aspecto físico, a relação de pertencimento ou não com o grupo. Mudar de escola ou participar de uma feira de ciências, por exemplo, podem gerar ansiedade, angústia.

Como posso ajudar meu filho quando sinta medo?

Quando seu filho sinta medo, pode ajudá-lo fazendo o seguinte: Tranquilize seu bebê ou seu filho pequeno dizendo-lhe: “Tudo está bem. Está seguro, estou aqui, ao seu lado.” Abrace-o e lhe diga palavras tranquilizadoras para ajudá-lo a sentir-se protegido e seguro.

À medida que seu filho cresça, fale com ele e o escute também. Ajude seu filho a pôr seus sentimentos em palavras. Estimule seu filho a provar coisas novas e a fazer coisas diferentes.

Ajude seu bebê a acostumar-se com uma pessoa nova enquanto você o abraça e lhe permite sentir-se seguro.

Deixe que seu filho de 1 a 3 anos de idade se separe de você durante breves períodos de tempo ao princípio. Quando necessite separar-se dele, diga a ele que voltará, abrace-o, dê um sorriso e saia. Permita que seu filho aprenda que você sempre volta.

Se seu filho pequeno tem medo do escuro, desenvolva uma rotina tranquilizadora para a hora de dormir. Leia para ele ou cante uma música. Permita que seu filho se sinta seguro e querido.

Ajude seu filho a afrontar seus medos gradativamente. Por exemplo, comprovem os dois juntos que não há um monstro feio e verde debaixo da sua cama. Com sua presença e apoio, deixe que seu filho veja por si mesmo que não há nada para temer. Estimule-o a sentir-se corajoso e destemido.

Limite as imagens, os filmes e os programas infantis que assustam. Estas coisas apenas alimentam vorazmente seus medos.

Ajude as crianças e os adolescentes a aprender a se prepararem para os desafios, como os trabalhos escolares e as provas. Faça seu filho saber que você confia nele.

Os medos existem, estão conosco dia a dia. O importante é desde cedo a pessoa aprender a seguir em frente, e com coragem, apesar das situações adversas que nos desafiam.

 

Notinha

 

A maioria das crianças consegue encarar seus medos normais com o apoio dos pais. Conforme vão crescendo, vão superando os medos que tinham quando eram menores. De outro lado, há crianças que sofrem muito para vencer seus medos.

Se os medos são muito intensos ou impedem seu filho de levar uma vida normal, é importante consultar um médico/pediatra. A terapia floral ajuda a criança a vencer os medos também.


 
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Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 

 

 

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