CINCO-MARIAS
Obesidade infantil: má alimentação e sedentarismo
EUGÊNIA PICKINA
eugeniapickina@gmail.com
A verdadeira educação é aquela que vai ao encontro da criança para realizar a
sua libertação. Maria Montessori
No Brasil, um dos efeitos da pandemia da Covid-19 foi o aumento da
obesidade infantil.
A alta da obesidade se justifica pela má qualidade
da alimentação. A permanência de pessoas em casa levou à redução de alimentos
frescos e saudáveis. Por isso, em muitas casas, as crianças estiveram
dia a dia comendo muito sal, muito açúcar, gorduras saturadas e, entre as
famílias que vivem com crianças e adolescentes, ocorreu um maior consumo de
alimentos processados e ultraprocessados, refrigerantes e fast food.
Em sociedades predominantemente
urbanas como a brasileira, é preciso levar a sério a educação alimentar da
criança. O distanciamento da natureza, a redução das áreas naturais, a
qualidade dos espaços ao ar livre estão também contribuindo com a obesidade
infantil. Isso porque um estilo de vida mais sedentário – quadro que foi
intensificado pelo confinamento em razão da pandemia – tem como efeitos a
obesidade, o que prejudica o desenvolvimento integral da criança.
A obesidade em
crianças compromete as gerações futuras, pois crianças obesas têm maior
probabilidade de desenvolver doenças crônicas – como doenças cardíacas e
diabetes. Além disso, as consequências da obesidade infantil têm implicações de
caráter tanto metabólico quanto psicológico e comportamental – crianças obesas,
por exemplo, estão mais sujeitas ao bullying na escola e à
depressão. Não é exagero dizer então que os pais/responsáveis devem prestar
atenção à alimentação da criança, oferecendo a ela “comida de verdade”.
A obesidade só pode
ser combatida com mudanças no estilo de vida. Os adultos precisam
comprometer-se a apoiar os filhos, cientes da necessidade cotidiana de
conectá-los a uma alimentação saudável. Ainda contra o sedentarismo, é
essencial que as crianças tenham contato com a natureza para que brinquem e
façam atividades físicas.
Notinhas
Segundo a Organização
Mundial da Saúde, uma criança é sedentária se fizer menos de 60 minutos de
atividade física por dia. Estudos a esse respeito indicam que a maioria das
crianças ocidentais não alcança essa cota de atividade diária. O pior é que
geralmente o sedentarismo em crianças é acompanhado por uma alimentação
inadequada, gerando as condições ideais para a obesidade infantil. São
consequências do sedentarismo infantil: sobrepeso e obesidade; estagnação do
desenvolvimento psicossocial; desenvolvimento de comportamentos viciantes – as
novas tecnologias têm um efeito viciante, principalmente em mentes imaturas,
como as crianças.
Para as crianças e os
adultos: nada de eletrônicos na hora da comida. É importante a criança aprender
a desfrutar das refeições à mesa. Deixe o doce, os alimentos processados, para
as situações que escapam à rotina – um final de semana, uma viagem etc. E,
ainda, em casa, vale muito a pena ter uma hortinha, seja ela em vasos ou no
quintal.
*
Eugênia
Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia
Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros
infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência
ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).
Especialista
em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra
cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São
Paulo e no Paraná, onde vive.
Seu
contato no Instagram é @eugeniapickina
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