No Invisível
Léon Denis
Parte 38
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do clássico No Invisível, de Léon Denis, cujo título no original francês é Dans l'Invisible.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Este estudo é publicado sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Com base nos casos e
experiências reportados nesta obra por Léon Denis, pode-se dizer que a
manifestação dos Espíritos é um fato comprovado?
B. As provas de identidade
fornecidas pelos Espíritos comunicantes são escassas, como pretendem alguns, ou
abundantes?
C. Mencione um fato de
identificação cuja comprovação não deixou dúvida nenhuma na mente das pessoas
envolvidas.
Texto para leitura
1007. Identidade dos Espíritos – Acabamos de ver,
pela exposição dos fatos espíritas até agora feita, que a sobrevivência está
amplamente demonstrada. Nenhuma outra teoria, a não ser a da intervenção dos
sobrevivos, seria capaz de explicar o conjunto dos fenômenos, em suas variadas
formas. Alfred Russel Wallace o disse: “O Espiritismo está tão bem demonstrado
como a lei de gravitação”. E Crookes repetia: “O Espiritismo está
cientificamente demonstrado”.
1008. No ponto de vista objetivo ou exterior, as provas
fornecidas pelas aparições e materializações não podem deixar dúvida alguma.
Entretanto, na ordem subjetiva, no que concerne aos outros modos de manifestações,
subsiste uma dificuldade: a de obter dos Espíritos, em número suficiente para
satisfazer aos cépticos exigentes, provas de identidade, indicações precisas,
que os assistentes não conheçam e que sejam mais tarde verificáveis.
1009. Objeta-se muitas vezes aos espíritas que as
comunicações, em seu conjunto, apresentam um caráter muito vago, são
destituídas de indicações, revelações e fatos bem definidos, suscetíveis de
estabelecer a identidade dos manifestantes e impor a convicção aos
investigadores. Certamente, não é possível desconhecer essas dificuldades. Elas
são inerentes à própria natureza das coisas e às diferenças de meio. Os seres
que vivem num mesmo plano, como os homens, dotados dos mesmos sentidos,
comunicam entre si por diferentes processos, que são outros tantos elementos de
certeza.
1010. Esses diferentes modos de observação e verificação
utilizáveis no habitat humano, nós o quereríamos tornar extensivos ao domínio
do invisível, e exigimos de seus habitantes manifestações assaz probatórias, de
uma precisão igual às que asseguram nossa convicção na ordem física. Ora, eis
aí uma coisa quase irrealizável.
1011. O habitante do plano invisível tem que vencer muitos
obstáculos para se comunicar. Os meios de que dispõe para nos esclarecer e persuadir
são restritos. Ele não se pode manifestar sem médium, e o médium,
inconscientemente, introduz quase sempre uma parte de si mesmo, de sua
mentalidade, nas manifestações.
1012. O Espírito que quer exprimir seu pensamento serve-se
de órgãos estranhos, experimenta grande embaço. É semelhante a uma pessoa que
conversasse conosco numa situação muito incômoda que a privasse do uso de suas
faculdades. É preciso conduzir-se discretamente a seu respeito, formular
perguntas claras, mostrar paciência, benevolência, a fim de obter satisfatórios
resultados. “Meus caros amigos – dizia George Pelham a Hodeson e Hart – não me
considereis com ânimo de críticos. Esforçar-nos por transmitir-vos nossos
pensamentos, mediante o organismo de qualquer médium, é como se tentasse subir
pelo tronco de uma árvore oca.”
1013. Robert Hyslop o repete a seu filho: “Todas as coisas
se me apresentam com tanta clareza, e quando venho aqui para exprimi-las, James,
não posso!”
1014. O que diziam os Espíritos da Sra. Piper, afirmava-o o
Guia do nosso grupo nestes termos: “No Espaço, tudo é para nós amplo,
desembaraçado, fácil. Quando baixamos à Terra tudo se restringe, se
amesquinha”.
1015. Outra objeção é esta: na maior parte dos casos de
identidade assinalados, os fatos e as provas, por meio dos quais se conseguiu
determinar com certeza a personalidade dos manifestantes, são de natureza
comum, às vezes mesmo trivial. Ora, a experiência tem demonstrado que é quase
sempre impossível proceder de outro modo. As particularidades, consideradas
frívolas e vulgares, parece constituírem precisamente os meios mais seguros
para se firmar juízo acerca dos autores dos fenômenos.
1016. Com o fim de comparação e de crítica, o professor
Hyslop fez estabelecer uma linha telegráfica entre dois dos edifícios da
Universidade de Colúmbia, distantes de 500 pés, e postou nas extremidades dois
telegrafistas profissionais, por cujo intermédio deviam interlocutores
desconhecidos comunicar entre si e estabelecer sua identidade. Nessas
condições, que se aproximam das da mediunidade – valendo aí a distância pela
diferença de plano –, o professor pôde reconhecer quanto era difícil determinar
a identificação de modo probatório. O resultado não era alcançado na maioria
das vezes senão mediante as mais vulgares indicações e narrativas sem
importância. Os processos empregados pelos comunicantes – constatou o
professor, – eram absolutamente os mesmos que os adotados pelos Espíritos no
caso da Sra. Piper.
1017. A propósito das dificuldades encontradas pelos
operadores, o Sr. Hyslop assim se exprime: “Enquanto acompanhava essas
experiências, chamou-me a atenção este fato, que se observa igualmente quando
apenas dispomos de tempo limitado para comunicar por telefone: toda a atenção
do comunicante está concentrada no desejo de escolher incidentes bem
característicos para a identificação por um amigo particular. E como, para
escolher, se vê urgido pelo tempo, em seu espírito se trava um conflito interessante
e se produz uma confusão que toda gente pode por si mesma apreciar, desde que
se aplique a fazer uma escolha de incidentes com esse fim. Podemos figurar-nos
de igual modo à situação de um Espírito desencarnado que dispõe de alguns
minutos para dar sua comunicação, e que luta provavelmente com enormes
dificuldades de que não podemos fazer ideia”.
1018. O professor Hyslop é um observador metódico e
solerte. Cumpre, entretanto, assinalar que ele só estudou até agora um caso
insulado – o da Sra. Piper. Uma experimentação de trinta anos tem demonstrado
que, apesar das dificuldades inerentes a todo gênero de comunicação espírita,
as provas de identidade são muito mais abundantes do que geralmente se
acredita. Em certas reuniões privadas, são diariamente fornecidas provas da
sobrevivência dos que nos foram caros; essas provas, porém, são quase sempre
guardadas cuidadosamente, porque se referem à vida íntima dos experimentadores.
Entre estes, muitos receiam as críticas mordazes e não querem expor às vistas de
indiferentes, de cépticos motejadores, os mais sagrados sentimentos, os
segredos mais íntimos de seu coração.
1019. Muitas vezes Espíritos desconhecidos dos assistentes
vêm dar comunicações dirigidas a seus parentes ainda vivos, comunicações que
contêm, não raro, característicos originais, provas irrefutáveis. Essas
manifestações, todavia, permanecem ignoradas em sua maior parte. Receiam-se os
sarcasmos de sábios superficiais e as prevenções do vulgo, sempre pronto a
rejeitar fatos que ultrapassam a órbita dos conhecimentos usuais. Daí resulta
que as mais peremptórias manifestações raramente chegam ao conhecimento do
público.
1020. No mesmo sentido se nota extrema circunspeção e
grande reserva da parte dos Espíritos nas reuniões franqueadas a todos. É principalmente
na intimidade da família e de alguns amigos que se reúnem os melhores elementos
para obter boas provas. Facilitada pela afeição e harmonia dos pensamentos, a
confiança recíproca se estabelece e com ela a sinceridade e a sem-cerimônia. O
Espírito encontra um conjunto de condições fluídicas que asseguram à
transmissão de seu pensamento toda a clareza e precisão necessárias para levar
a convicção ao ânimo dos assistentes.
1021. Os Espíritos adiantados não se prestam de bom grado
às nossas exigências. Suas comunicações têm sempre um caráter moral e
impessoal; seu pensamento paira demasiado alto, acima das esferas da
individualidade, para que lhes não seja penoso aí baixar. Em sua maioria,
tiveram eles na Terra existências de sacrifícios, suportaram vidas dolorosas –
condições de sua própria elevação; – não gostam, quando a si mesmo aludem, de
ornar-se com seus títulos de merecimento. Para convencer os cépticos, lançam
mão de outros recursos; preferem introduzir em nossas sessões Espíritos mais
atrasados, individualidades que na Terra conhecemos e que, por sua
originalidade, seu modo de falar, de gesticular, de pensar, nos fornecem provas
satisfatórias.
1022. Assim procediam os Guias do nosso grupo. Sob sua
direção, Espíritos assaz vulgares, mas animados de boas intenções – uma
vendedora de legumes, um ferreiro de aldeia, uma velhota tagarela – e outros
ainda, falecidos parentes de membros do grupo, se manifestavam, no transe, por
sinais característicos e inimitáveis. Sua identidade se estabelecia por considerável
variedade de pormenores, de incidentes domésticos; mas, se eram de indubitável
interesse para os que os haviam conhecido, seriam considerados fastidiosos por
outros e assim não conviria serem trazidos a público. A multiplicidade e
repetição cotidiana dos pequeninos fatos de que se compõe uma existência, ainda
que impossíveis de reproduzir e analisar, terminam por impressionar os mais
refratários e triunfar das mais tenazes dúvidas.
1023. Todos os dias, em muitos grupos se obtém a revelação
de nomes, datas, fatos desconhecidos e mais tarde comprovados; mas não podem
ser divulgados, porque interessam a pessoas ainda vivas, que não autorizam a
sua publicação. Ou são ainda revelações científicas que se obtêm, como as que
relata Aksakof, no caso do Sr. Barkas, de Newcastle, revelações muito acima da
capacidade do sensitivo.
1024. Outras vezes são fenômenos de escrita, como os que
assinalou o mesmo autor, e assinaturas autênticas de personalidades que o
médium jamais vira, como, por exemplo, as do cura Burnier e do síndico
Chaumontet, falecidos havia meio século, obtidas por Helena Smith, de Genebra.
O professor Flournoy as atribui a um despertar da subconsciência do sensitivo;
é essa, como vimos, uma teoria “ad hoc”, muito cômoda para explicar o que se
não compreende, ou não se quer compreender.
1025. Em Spirit Identity, Stainton Moses relata
notáveis fatos de identidade, obtidos pela mediunidade escrevente e baseados em
testemunhos oficiais. Declara possuir uns cem casos desse gênero e muitos experimentadores
poderiam dizer outro tanto. Entre esses numerosos fenômenos, pode-se recordar o
caso citado pelo “Light”, de 27 de maio de 1899, e devido à mediunidade de Mrs.
Bessie Russell-Davies, de Londres:
“Um pedido de prova de identidade, formulado por pessoas
ligadas à Corte de Viena, havia sido endereçado à aludida senhora. As perguntas
estavam encerradas num invólucro lacrado, que se conservou intacto. Depois de
alguns dias de investigações, o Guia do médium voltou com cinco Espíritos
estranhos, que ditaram uma resposta em idioma desconhecido. Feito o exame,
reconheceram os interlocutores que essa língua era o antigo magiar, idioma
unicamente conhecido de alguns eruditos. A resposta estava assinada por cinco
personagens que tinham vivido dois séculos antes e eram membros falecidos da
família húngara que solicitara esse testemunho.”
1026. Aqui está outra prova, mais concludente em sua
simplicidade que estrepitosas manifestações. É extraída da obra de Watson,
publicista americano, Spiritualism, its phenomenes, Nova Iorque, 1880:
“Watson tinha recebido uma comunicação assinada por seu
amigo o General Th. Rivers. Segundo o costume inglês, o general apusera as
iniciais de seus nomes próprios, entre as quais figurava um W. Ora, nenhum de
seus nomes próprios admitia essa inicial. Por escrúpulo e respeito à verdade,
Watson havia publicado essa assinatura sem modificação, mas a contragosto e não
sem alguma desconfiança, que certos pormenores da missiva parecia deverem
dissipar. Os contraditores da imprensa não perderam a ocasião de denunciar o
erro, metendo a ridículo esse Espírito que não sabia o próprio nome.
Entretanto, no curso de uma outra sessão o mesmo Espírito
confirmou essa inicial, dizendo que sua mãe daria a explicação. A mãe,
interrogada, respondeu que o W era um engano. Logo, porém, interveio o Espírito
e disse: ‘Minha mãe, tu achas singular que eu assine um W; lembra-te,
entretanto, de que em minha infância eu era tão irritadiço que meus camaradas me
chamavam Wasp (vespa). Esse apelido me ficou; eu o havia adotado e com ele
assinava as minhas composições. Repara nos meus cadernos e nos meus livros
escolares, e neles o encontrarás.’ Assim se fez e verificou-se a exatidão do
que afirmava o Espírito.”
1027. A Revista de Estudios Psicológicos, de
Barcelona (setembro de 1900), publicou o seguinte caso de identidade,
acompanhado de documentos comprobatórios:
“Três pessoas, um professor de Matemática, um médico e um
eclesiástico, haviam pedido ao Sr. Segundo Oliver, médium desinteressado, que
lhes fornecesse provas da realidade dos Espíritos. Após um instante de
recolhimento, a mão do médium traçou mecanicamente as seguintes palavras:
‘Isidora, 50 anos de idade, nascida em San Sebastian, morta a 31 de março de
1870; moléstia, cancro intestinal; deixou três filhos; seus nomes e idades: P.,
15 anos; C., 19 anos; M., 25 anos.’
Por essas particularidades, um dos assistentes reconheceu o
Espírito de sua mãe. Surpreso e comovido, perguntou se tinha alguns conselhos a
dar-lhe. O médium retomou o lápis; com grande estupefação, porém, traçou, em
alguns minutos, o retrato de uma pessoa que lhe era desconhecida e no qual foi
reconhecido o Espírito Isidora, que em vida jamais consentira em se fotografar.
O médium nunca aprendera desenho, nem sabia desenhar. Todos os assistentes
declararam que não tinham pensado em coisa alguma do que fora escrito, e que
não podia haver naquilo um fenômeno de sugestão nem de leitura do pensamento.”
1028. O Sr. G. Owen, a seu turno, escreveu o seguinte no
“Spiritual Record”:
“Há doze anos, contava eu entre os meus amigos íntimos um
senador pela Califórnia, muito conhecido, o Dr. Knox, que era diretor de um
próspero banco em S. José. Pensador profundo, era também um decidido partidário
das teorias materialistas. Sentindo aproximar-se o termo de sua vida, falava
muitas vezes do sono eterno. Um dia lhe disse eu: ‘Façamos um pacto, doutor: se
no Além vos sentirdes viver, fareis todo o possível por me comunicar estas
simples palavras: Vivo ainda.’
Depois de sua morte, estando comigo um bom médium, limpei
uma ardósia, coloquei-lhe um lápis e encostei na superfície inferior da mesa.
Ouvimos o ranger do lápis escrevendo na ardósia e, ao retirá-la, encontramos
escritas as seguintes linhas: ‘Amigo Owen, posto que tenha visto completamente
desmoronadas as antigas ideias que tinha sobre a vida futura, foi-me agradável,
confesso-o, tal desilusão; sinto-me feliz, meu amigo, em lhe poder dizer: Vivo
ainda. Sempre seu amigo W. Knox.’ A escrita era de tal modo igual à do
desencarnado que foi reconhecida autêntica pelo pessoal do banco por ele
dirigido em vida.”
1029. O fenômeno de incorporação tem dado lugar a múltiplos
fatos de identidade. Nas manifestações de que é instrumento a Sra. Piper,
pode-se comprovar a mais perfeita unidade de caráter e de consciência nos
manifestantes, particularmente nos Guias ou Espíritos-fiscais. Nenhum deles
pode ser considerado uma personalidade secundária do médium; todos se
apresentam como individualidades autônomas dotadas de grande intensidade de
vida, de sinceridade e de realidade.
1030. Apesar das dificuldades que às vezes encontram para
se manifestar, as personalidades de G. Pelham e Robert Hyslop são das mais
rigorosamente delineadas e jamais se contradizem.
1031. O reitor da Universidade, Oliver Lodge, nos volumes
XII e XIII dos Proceedings, cita igualmente muitos casos de identidade
por ele obtidos mediante a faculdade da Sra. Piper. Um de seus tios, falecido
vinte anos antes, refere particularidades de sua mocidade, completamente
esquecidas de todos os membros sobreviventes da família; não foi possível
verificá-las senão depois de demorada e minuciosa pesquisa. Seu finado sogro
lhe veio indicar pormenores exatos de sua morte, ocorrida em condições
comovedoras, citando nomes e datas, inteiramente apagados da memória dele,
Lodge. Menciona este ainda outros notáveis sinais de identidade provenientes de
vários de seus amigos falecidos. (Continua no próximo número.)
Respostas às
questões preliminares
Sim. Diz Léon Denis que
nenhuma outra teoria, a não ser a da intervenção dos sobrevivos, seria capaz de
explicar o conjunto dos fenômenos, em suas variadas formas. Alfred Russel
Wallace, em apoio a essa tese, afirmou: “O Espiritismo está tão bem demonstrado
como a lei de gravitação”, frase que o conhecido sábio inglês William Crookes
exprimiu nos seguintes termos: “O Espiritismo está cientificamente
demonstrado”. (No Invisível - O
Espiritismo experimental: Os fatos - XXI - Identidade dos Espíritos.)
B. As provas de identidade fornecidas pelos
Espíritos comunicantes são escassas, como pretendem alguns, ou abundantes?
Segundo Léon Denis, apesar das dificuldades inerentes a todo gênero de
comunicação espírita, as provas de identidade são muito mais abundantes do que
geralmente se acredita. Em certas reuniões privadas, são diariamente fornecidas
provas da sobrevivência dos que nos foram caros; essas provas, porém, são quase
sempre guardadas cuidadosamente, porque se referem à vida íntima dos
experimentadores. Entre estes, muitos receiam as críticas mordazes e não querem
expor às vistas de indiferentes, de cépticos motejadores, os mais sagrados
sentimentos, os segredos mais íntimos de seu coração. Muitas vezes Espíritos
desconhecidos dos assistentes vêm dar comunicações dirigidas a seus parentes
ainda vivos, comunicações que contêm, não raro, característicos originais,
provas irrefutáveis. Essas manifestações, todavia, permanecem ignoradas em sua
maior parte. Receiam-se os sarcasmos de sábios superficiais e as prevenções do
vulgo, sempre pronto a rejeitar fatos que ultrapassam a órbita dos
conhecimentos usuais. Daí resulta que as mais peremptórias manifestações
raramente chegam ao conhecimento do público. (Obra citada - O Espiritismo
experimental: Os fatos - XXI - Identidade dos Espíritos.)
C. Mencione um fato de identificação cuja
comprovação não deixou dúvida nenhuma na mente das pessoas envolvidas.
Eis um desses fatos: o Sr. G. Owen escreveu no “Spiritual Record”: “Há
doze anos, contava eu entre os meus amigos íntimos um senador pela Califórnia,
muito conhecido, o Dr. Knox, que era diretor de um próspero banco em S. José.
Pensador profundo, era também um decidido partidário das teorias materialistas.
Sentindo aproximar-se o termo de sua vida, falava muitas vezes do sono eterno.
Um dia lhe disse eu: ‘Façamos um pacto, doutor: se no Além vos sentirdes viver,
fareis todo o possível por me comunicar estas simples palavras: Vivo ainda.’
Depois de sua morte, estando comigo um bom médium, limpei uma ardósia,
coloquei-lhe um lápis e encostei na superfície inferior da mesa. Ouvimos o
ranger do lápis escrevendo na ardósia e, ao retirá-la, encontramos escritas as
seguintes linhas: ‘Amigo Owen, posto que tenha visto completamente desmoronadas
as antigas ideias que tinha sobre a vida futura, foi-me agradável, confesso-o,
tal desilusão; sinto-me feliz, meu amigo, em lhe poder dizer: Vivo ainda.
Sempre seu amigo W. Knox.’ A escrita era de tal modo igual à do desencarnado
que foi reconhecida autêntica pelo pessoal do banco por ele dirigido em vida.”
(Obra citada - O Espiritismo experimental: Os fatos - XXI - Identidade dos
Espíritos.)
Observação:
Para acessar a Parte 37 deste estudo, publicada na
semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/10/no-invisivel-leon-denis-parte-37-damos.html
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