domingo, 15 de outubro de 2023

 



Por que acontecem as guerras?

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

 

Em face de mais um conflito sangrento e perfeitamente desnecessário que opõe judeus e palestinos – mais precisamente, Israel e o grupo terrorista Hamas –, um amigo nos pede que lembremos aos nossos leitores o que o Espiritismo nos diz sobre as guerras, suas causas e seus desdobramentos relativamente às pessoas que perecem em decorrência dos combates.

Esses assuntos foram lembrados por Allan Kardec e, por isso, examinados objetivamente pelos instrutores espirituais que participaram da obra de codificação da doutrina espírita.

Acerca da guerra e suas motivações, eis o que os instrutores disseram:

 

742. Que é o que impele o homem à guerra?

“Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das paixões. No estado de barbaria, os povos um só direito conhecem – o do mais forte. Por isso é que, para tais povos, o de guerra é um estado normal. À medida que o homem progride, menos frequente se torna a guerra, porque ele lhe evita as causas, fazendo-a com humanidade, quando a sente necessária.”

743. Da face da Terra, algum dia, a guerra desaparecerá?

“Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Nessa época, todos os povos serão irmãos.”

 

A dedução que podemos tirar de semelhantes respostas é que a guerra, tão presente na história da Humanidade terrena, é um processo decorrente claramente do estado de inferioridade que caracteriza nosso mundo, um planeta ainda jovem onde reencarnam Espíritos bastante atrasados moralmente falando, e por isso mesmo sujeitos a provas e expiações, o que constitui a principal característica do orbe em que vivemos.

A esse respeito, não é ocioso recordar o que Jesus disse aos seus discípulos quando se referiu ao chamado Final dos Tempos, naquele que é conhecido como o Sermão Profético, que adiante reproduzimos:

 

“E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis falar de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio das dores. Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.

Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo. E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” (...)

“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar. Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai. (O Evangelho segundo Mateus, 24:3-36) [O negrito é de nossa autoria.]

 

Com o passar dos anos, graças à evolução moral dos que aqui reencarnam, evidentemente a guerra desaparecerá um dia e será tão somente um registro nos rodapés dos livros de história, o que nos faz lembrar outra conhecida advertência feita por Jesus e registrada pelo evangelista: "Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a Terra!" (Mateus, 5:5.)

Relativamente ao que acontece com os soldados que perecem em batalha, os instrutores espirituais forneceram-nos informações muito interessantes, que vale a pena recordar, para podermos ter a dimensão real da tolice que é uma guerra:

 

546. No tumulto dos combates, que se passa com os Espíritos dos que sucumbem? Continuam, após a morte, a interessar-se pela batalha?

“Alguns continuam a interessar-se, outros se afastam.” Nota de AK: “Dá-se, nos combates, o que ocorre em todos os casos de morte violenta: no primeiro momento, o Espírito fica surpreendido e como que atordoado. Julga não estar morto. Parece-lhe que ainda toma parte na ação. Só pouco a pouco a realidade lhe surge”.

547. Após a morte, os Espíritos que como vivos se guerreavam continuam a considerar-se inimigos e se conservam encarniçados uns contra os outros?

“Nessas ocasiões, o Espírito nunca está calmo. Pode acontecer que nos primeiros instantes depois da morte ainda odeie o seu inimigo e mesmo o persiga. Quando, porém, se lhe restabelece a serenidade nas ideias, vê que nenhum fundamento há mais para sua animosidade. Contudo, não é impossível que dela guarde vestígios mais ou menos fortes, conforme o seu caráter.”

a) Continua a ouvir o rumor da batalha?

“Perfeitamente.”

548. O Espírito que, como espectador, assiste calmamente a um combate observa o ato de separar-se a alma do corpo? Como é que esse fenômeno se lhe apresenta à observação?

“Raras são as mortes verdadeiramente instantâneas. Na maioria dos casos, o Espírito, cujo corpo acaba de ser mortalmente ferido, não tem consciência imediata desse fato. Somente quando ele começa a reconhecer a nova condição em que se acha, é que os assistentes podem distingui-lo, a mover-se ao lado do cadáver. Parece isso tão natural, que nenhum efeito desagradável lhe causa a vista do corpo morto. Toda a vida tendo sido transportada para o Espírito, somente ele chama a atenção e é com ele que o espectador conversa ou a quem dá ordens.”

 

As questões citadas fazem parte d´O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, o qual é, como sabemos, o mais importante livro da literatura espírita.

 

 

 

 

 

 

 

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