Emmanuel,
o mentor espiritual de Chico Xavier
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA
FILHO
aoofilho@gmail.com
Muitos
leitores se assustaram quando leram, tempos atrás, numa conhecida rede social,
um comentário feito por um companheiro de lides espíritas a respeito de
Emmanuel, mentor espiritual da obra mediúnica de Chico Xavier. No comentário, o
confrade declarou que Emmanuel seria um “padre
jesuíta, membro de uma falange inimiga de Kardec, que se fantasiou de Entidade
em nosso meio para acabar com ele”.
O susto dos leitores se justifica plenamente
devido à importância que teve Emmanuel na obra do maior médium da história do
Espiritismo no Brasil, querido e respeitado por espíritas e não espíritas e até
mesmo pelos adversários do Espiritismo.
No cap. 23 do livro Diálogo dos Vivos, obra publicada em 1974, de autoria de Francisco
Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos diversos, Chico Xavier assim
escreveu:
“Lembro-me de que, num dos primeiros contatos
comigo, Emmanuel me preveniu de que pretendia trabalhar ao meu lado por longo
tempo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e
as lições de Allan Kardec.
E disse mais. Que se um dia ele, Emmanuel, me
aconselhasse algo que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e
Kardec, eu devia permanecer com Jesus e Kardec e procurar esquecê-lo.”
Emmanuel foi, como sabemos, na época em que Jesus
esteve entre nós, o senador Publius Lentulus e, mais recentemente, no início da
colonização do Brasil, o padre Manuel da Nóbrega – o tal padre jesuíta
mencionado pelo crítico –, ao qual Cneius Lucius dedicou uma linda mensagem
intitulada “Emmanuel e Nóbrega”, publicada no livro Diálogo dos Vivos, no mesmo capítulo 23, acima mencionado.
Quem puder ler o livro Testemunhos de Chico Xavier, escrito por Suely Caldas Schubert, verá,
escritos pelo próprio Chico, depoimentos importantes sobre o papel que Emmanuel
exerceu em sua vida e em sua obra.
No capítulo intitulado “Aula de Emmanuel sobre os
Evangelhos”, a autora transcreve parte de entrevista que o médium concedeu a
Elias Barbosa quando se comemoravam 40 anos de suas atividades mediúnicas:
“— Você se
reconhece pessoa inteligente, talvez genial como entendem muitos adversários da
Doutrina Espírita, sempre interessados em desacreditar o fenômeno mediúnico?
Chico: —
Não. Nunca me senti assim. Basta lembrar que fui aluno repetente de quarto ano
primário no Grupo Escolar São José,
— Mas,
você se reconhece atualmente dispondo de mais facilidade para falar ou escrever?
Chico: —
Sim, não posso esquecer que debaixo da disciplina de Emmanuel, que, por
misericórdia de Jesus, me dispensa atenções constantes de um professor (não por
mim, mas pela obra do Mundo Espiritual), estou numa escola constante, desde
1931, portanto, há trinta e seis anos consecutivos. Algum proveito de tantas
bênçãos recebidas devo demonstrar.”
Mais
adiante, no capítulo intitulado “Desdobramento”, a autora transcreve outra
carta de Chico Xavier, escrita em 14/3/1958, na qual o médium dá o seguinte depoimento:
“Ultimamente,
estou frequentando, fora do corpo físico, uma noite por semana, uma Escola do
Espaço em que o nosso abnegado Emmanuel é professor de Doutrina Espírita.
Confesso que é uma experiência maravilhosa. Estou aprendendo o que nunca pensei
em aprender e tenho conservado a lembrança do que vejo, com o auxílio dos
Amigos do Alto.”
Vimos até
aqui algo sobre Emmanuel-professor, Emmanuel-orientador.
Com
relação a Emmanuel-escritor, é bom que todos saibam que em 2000 as Organizações
Candeia organizaram uma interessante pesquisa com vistas a eleger os dez
melhores livros espíritas publicados no século 20.
Participaram
da pesquisa editores, escritores, presidentes de federativas espíritas e
dirigentes espíritas em geral. Dos dez livros considerados os melhores do
século, sete foram psicografados por Chico Xavier: Parnaso de Além-Túmulo, três livros de André Luiz e três de
Emmanuel – Paulo e Estêvão, A Caminho da Luz e Há dois mil anos, como o leitor pode conferir acessando na internet
o texto intitulado “Os melhores livros espíritas do século 20”. Eis o link: http://www.oconsolador.com.br/ano4/171/especial2.html
Sobre
Emmanuel, lembramos, por fim, a apreciação que dele fazia José Herculano Pires,
o autor espírita mais aclamado e respeitado de nosso país, considerado, aliás,
segundo entendimento de Chico Xavier, “o metro que melhor mediu Kardec”. Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=6you07jnkpo
Em face
disso, é-me difícil, muito difícil mesmo, entender a má-vontade com que companheiros das próprias lides espíritas se
referem ao guia espiritual e coordenador da imensa obra psicográfica do saudoso
médium, cuja bondade e dedicação ao próximo todos nós no Brasil conhecemos.
Afinal, é pelos frutos que se conhece o valor
da árvore.
O leitor concorda comigo?
Como
consultar as matérias deste blog? Se você não o conhece, clique em Espiritismo Século XXI e verá como utilizá-lo e seus vários recursos. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário