sábado, 5 de outubro de 2024

 




Eis três dúvidas levantadas por um leitor:

1) Como escrever: a distância ou à distância?

A primeira forma está correta se não houver nenhum complemento. Se houver complemento, use a segunda forma.

Exemplos:

- Ele chegou e postou-se a distância.

- Ele chegou a postou-se à distância de três metros.

Há casos, também, em que para evitar ambiguidade põe-se o sinal de crase.

Exemplo:

- Ele pegou a trena e mediu à distância. 

Note que sem o sinal de crase o sentido da oração torna-se ambíguo.

2) Como se escreve: estrebaria ou estribaria?

O substantivo feminino é estrebaria. O outro é uma forma verbal do verbo estribar [firmar-se no estribo]. Trata-se do futuro do pretérito: estribaria, estribarias, estribaria, estribaríamos, estribaríeis, estribariam.

3) Qual o certo: adentrou a casa ou adentrou na casa?

O verbo adentrar é transitivo direto, portanto pede objeto direto: Ele adentrou a casa. Nós chegamos e adentramos o salão. O time adentrou o campo de jogo.

O verbo adentrar é também, em alguns casos, pronominal, mas é menos usado:  O povo adentrou-se na casa. Adentramo-nos no salão.

A regência é diferente da regência de "entrar".

Dizemos: Ele entrou na casa, mas jamais adentrou na casa, porque o objeto tem de ser direto: Ele adentrou a casa.

 

 

Observação:

Para acessar o estudo publicado no sábado anterior, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/09/os-verbos-colocar-e-por-apesar-de.html

 

  

 

  

 

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sexta-feira, 4 de outubro de 2024

 



A Caminho da Luz

 

Emmanuel

 

Parte 8

 

Damos prosseguimento ao estudo da obra A Caminho da Luz, de Emmanuel, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier em 1938 e publicada em 1939 pela Federação Espírita Brasileira.

Este estudo, que tem por base a 15ª edição da obra, é publicado sequencialmente sempre às sextas-feiras neste blog.

A seguir, o texto e as questões de hoje.

 

Texto-base para leitura e reflexão

 

133. Depois de Augusto, aparece Tibério, seu filho adotivo, que vê terminar a era de paz, de trabalho e concórdia, com o regresso do Cordeiro às regiões sublimadas da Luz. É em seu reinado que a Judeia leva a efeito a tragédia do Gólgota. (P. 117)

134. Jesus foi submetido aos martírios da cruz, por imposição do judaísmo, que lhe não compreendeu o amor e a humildade. A colaboração de Roma no doloroso acontecimento se deve à indiferença de Pilatos. (P. 118)

135. Após a destruição de Jerusalém por Tito, o vencedor viu mudar-se o curso das dores para a sociedade do Império, atormentada pelas tempestades de fogo e cinza que arrasaram Estábias, Herculânum e Pompeia. (P. 119)

136. O Império Romano desapareceria num mar de ruínas, depois das suas guerras, desvios e circos cheios de feras e gladiadores, e da orgulhosa cidade dos césares não restariam senão pedras sobre pedras. (P. 119)

137. A lembrança dos exemplos de Jesus não se restringiu à Judeia; numerosos centuriões e cidadãos romanos conheceram pessoalmente os fatos culminantes das pregações do Salvador, e em toda a Ásia Menor, na Grécia, na África, nas Gálias e em Roma, falava-se dele e da sua filosofia. (P. 122)

138. Os Apóstolos ensinavam que, segundo Jesus, não mais poderia haver diferença entre os livres e os escravos, entre patrícios e plebeus, porque todos eram irmãos, filhos do mesmo Deus. Evidentemente, o patriciado não via com bons olhos semelhantes doutrinas e os cristãos foram tidos na conta de feiticeiros e heréticos, iniciando-se a era das perseguições. (P. 122)

139. A doutrina de Jesus propagava-se com a rapidez do relâmpago. Como o Governo não admitia outras associações independentes, além das chamadas cooperativas funerárias, aproveitando essa exceção, os seguidores do Mestre começaram os famosos movimentos das catacumbas. (PP. 122 e 123)

140. A centralização e a unidade do Império Romano facilitaram o deslocamento dos missionários, que podiam levar a palavra da fé aos mais remotos lugares, sem as exigências e obstáculos das fronteiras. (P. 123)

141. Os Apóstolos do Mestre haviam saído do teatro humilde de seus gloriosos ensinamentos; mas, se eles eram elevados Espíritos em missão, é preciso considerar que estavam muito longe da situação de espiritualidade do Mestre, sofrendo as influências do meio em que atuavam. É por isso que, logo que Jesus retornou às regiões da Luz, a comunidade cristã começou a sofrer a influência do judaísmo. (P. 126)

142. O Senhor resolveu chamar, então, o espírito luminoso e enérgico de Paulo de Tarso ao exercício do seu ministério, um acontecimento dos mais significativos na história do Cristianismo, porque as ações e as epístolas de Paulo tornaram-se poderoso elemento de universalização da nova doutrina. (P. 126) (Continua no próximo número.)

 

Questões para fixação do estudo

 

A. É verdade que Jesus aprendeu suas doutrinas com os Essênios?

Não é verdade. Alguns julgam que o Mestre aprendeu suas doutrinas com os Essênios, mas, não obstante a elevada cultura das escolas essênias, Jesus não necessitou da sua contribuição, porque desde os seus primeiros dias na Terra ele mostrou-se tal qual era. (A Caminho da Luz, pág. 106.)

B. Qual foi a participação de Roma na crucificação de Jesus?

Jesus foi submetido aos martírios da cruz por imposição do judaísmo, que lhe não compreendeu o amor e a humildade. A colaboração de Roma no doloroso acontecimento se deve à indiferença de Pilatos. (Obra citada, pág. 118.)

C. Que fato levou os cristãos a reunir-se nas catacumbas?

A doutrina de Jesus propagava-se com a rapidez do relâmpago, mas o Governo de Roma não admitia outras associações independentes, além das chamadas cooperativas funerárias. Aproveitando essa exceção, os seguidores do Mestre começaram os famosos movimentos das catacumbas. (Obra citada, pp. 122 e 123)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 7 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/09/a-caminho-da-luz-emmanuel-parte-7-damos.html

 

 

 

 

 

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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

 



CINCO-MARIAS

 

10 sugestões que favorecem, em casa, o respeito às regras

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com

 

“Educação para a vida deveria incluir aulas de solidão.” Mauro Santayana

 

Algumas sugestões que ajudam os pais a orientar os filhos para que no dia a dia respeitem e/ou obedeçam às regras:

1. Tenha certeza do que fala, ou seja, fale objetivamente o que espera que seu filho faça e o que pode acontecer se não obedecer. 

2. Filhos contrariados choram. Isso faz parte dos cenários domésticos. Contudo, lidar com a frustração faz parte do desenvolvimento do ser humano, pois é na infância que começamos a experimentar situações que muitas vezes se chocarão com os nossos desejos. E esse treinamento nos ajudará a superar problemas no presente e no futuro.

3. Evite explicar demais. Crianças não precisam de longos discursos sobre as razões pelas quais podem ou não fazer determinadas coisas. Basta falar de modo simples e objetivo.

4. Procure escutar seu filho. Ao dar um comando, use de bom senso quando ele tentar negociar para alcançar um acordo. Entabulado o combinado, se for o caso, a criança cumprirá de modo mais eficiente o comando e vocês, os pais, ficarão satisfeitos.

5. Preste atenção no “sim" e no “não". Eles devem ser definitivos e as regras combinadas entre os pais e longe dos filhos. Nada pior que um dos pais tirar a autoridade do outro. Na verdade, é preciso haver uma concordância entre os pais a respeito da educação dos filhos. Essa congruência favorece a obediência.

6. Seja firme, ponderado. Demonstre autoridade com uma fala objetiva e com tom de voz firme, porém amigo. Aja com bom senso ao dar um comando ou estipular alguma regra. De nada adianta pedir algo que está além da capacidade de compreensão da criança. É preciso estar atento à faixa etária do filho.

7. Dê atenção e amor. Participe do cotidiano do filho, pergunte sobre a escola. Elogie bons comportamentos, pois é importante reconhecer suas boas ações e atitudes.

8. Fique em alerta com a desobediência frequente. Isso pode indicar que algo está errado e a frustração dos pais muitas vezes inspira palavras e modos rudes, violentos. Se perceber que vai perder o controle, saia do ambiente em que está a criança e só volte quando estiver sereno e seguro do que irá falar e fazer.... Expressar-se dominado pela raiva nunca ajuda o processo de orientação da criança.

9. Às vezes a criança precisa ouvir “não”. E procure fazê-lo de forma educada, calma, segura. Isso não magoa a criança, mas a torna mais confiante e segura. Nenhum de nós ouvirá apenas “sim” e é importante treinar isso desde cedo.

10. Impor limites é parte fundamental na educação da criança. No dia a dia, os filhos não adivinham o que devem fazer e se sentem inseguros se não tiver alguém tomando conta deles, conduzindo seu comportamento, esclarecendo as regras nos momentos de experiências, sejam repetidas ou novas. Limites são bons para as crianças e dão consistência aos pais.... A família é mais saudável quando todos têm clareza sobre regras e limites.

 

*

Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 

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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

 



Revista Espírita de 1866

 

Allan Kardec

 

Parte 10

 

Prosseguimos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1866, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo baseia-se na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1866 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. A qualificação Espírito de Verdade diz respeito a um Espírito ou a uma coletividade, uma plêiade de Espíritos?

B. Os Espíritos podem ver seu passado?

C. Quando Maomé teve a primeira visão do anjo Gabriel?

 

Texto para leitura

 

117. Poucos dias após seu falecimento, o Sr. Méry comunicou-se na Sociedade Espírita de Paris, quando revelou que a morte foi para ele de uma doçura inefável e confirmou ter sido, sim, espírita de coração e de espírito, embora não houvesse se engajado na tarefa espírita. (Págs. 214 a 216.)

118. Tratando do tema identidade dos Espíritos, Kardec reitera que a identidade não pode ser constatada com certeza senão para os Espíritos partidos recentemente. Quanto aos que deixaram a Terra há mais tempo, ela não pode ser atestada de maneira absoluta. (Págs. 216 e 217.)

119. Além disso, há na faculdade mediúnica uma infinita variedade de nuanças que tornam o médium apto ou impróprio à obtenção de determinados efeitos que, à primeira vista, parecem idênticos e, no entanto, dependem de influências fluídicas diferentes. “O médium é como um instrumento de cordas múltiplas: não pode dar pelas cordas que faltam”, explica Kardec, que menciona a respeito um fato muito interessante.  (Págs. 217 e 218.)

120. As provas de identidade quase sempre vêm espontaneamente, quando menos se espera, ao passo que são dadas raramente quando pedidas. Capricho da parte do Espírito? Não. Ocorre aí como na fotografia, onde uma simples variação na intensidade ou na direção da luz basta para impedir a reprodução da imagem. (Págs. 218 e 219.)

121. As relações fluídicas que devem existir entre o Espírito e o médium jamais se estabelecem completamente no primeiro contato; a assimilação só se faz com o tempo e gradualmente. Quando seus fluidos estão identificados, as comunicações se dão naturalmente. (Pág. 219.)

122. Um Espírito, mesmo canonizado em vida, pode dar-se a qualificação de santo, sem faltar à humildade? Kardec explica: “A canonização não implica a santidade, no sentido absoluto, mas simplesmente um certo grau de perfeição. Para alguns a qualificação de santo tornou-se uma espécie de título banal, fazendo parte integrante do nome, para distinguir de seus homônimos, ou se lhes dá por hábito”.  Dito isto, o codificador não via nada de mais em Santo Agostinho e São Luís assinarem dessa forma suas comunicações. (Págs. 220 e 221.)

123. Referindo-se no mesmo comentário ao Espírito de Verdade, Kardec diz que essa qualificação pertence a um único Espírito e pode ser considerada como um nome próprio. Está especificada no Evangelho. Aliás, acrescenta o codificador, esse Espírito se comunica raramente e apenas em circunstâncias especiais. (Pág. 221.)

124. Um leitor questiona o fato de ter sido o Espírito do Dr. Cailleux posto em estado magnético para ver desenrolar-se à sua frente o quadro de suas existências passadas. O fato não parece contradizer o item 243 d’ O Livro dos Espíritos? Kardec diz que não, pois, ao contrário, vem confirmar a possibilidade, para o Espírito, de conhecer suas existências passadas. “O Livro dos Espíritos não é um tratado completo do Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”, asseverou Kardec. Ele ensina que a alma vê suas migrações passadas, mas não diz quando nem como isto se dá. Nos Espíritos atrasados, a visão é limitada ao presente e se desenvolve com a inteligência e à medida que adquirem consciência de sua situação. (Págs. 221 e 222.)

125. O número de julho de 1866 se encerra com uma poesia – “A prece pelos Espíritos” – de Casimir Delavigne. (Pág. 223.)

126. Maomé e o Islamismo constituem o tema do artigo de abertura do número de agosto, no qual Kardec apresenta um conjunto de informações que nos permitem conhecer em sua essência a vida e a obra do autor do Alcorão. Ei-las, de forma sintética: I) Desde muito tempo a Arábia era povoada por várias tribos, quase todas nômades e perpetuamente em guerra umas contra as outras. II) Os rebanhos eram sua principal fonte, mas algumas se davam ao comércio, realizado por caravanas que partiam anualmente do Sul com destino à Síria ou à Mesopotâmia. III) As caravanas pouco se afastavam das bordas do mar e as principais seguiam o Hidjaz, região que forma, às margens do Mar Vermelho, uma faixa estreita, numa extensão de quinhentas léguas (o vocábulo Hidjaz significa barreira e se dizia da cadeia de montanhas que borda essa região e a separa do resto da Arábia). IV) Os pontos de estação das caravanas, que paravam nos lugares onde havia água e árvores, tornaram-se centros onde, pouco a pouco, se formaram cidades, das quais as principais, no Hidjaz, são Meca e Medina. V) A maior parte dessas tribos pretendia descender de Abraão, que era tido, por isso, em grande honra entre eles. VI) Entre eles havia uma crença de que a famosa fonte de Zemzem, no vale de Meca, era a que Gabriel tinha feito jorrar quando Agar, perdida no deserto, ia morrer de sede com seu filho Ismael. VII) A tradição dizia ainda que Abraão, tendo vindo ver seu filho exilado, havia construído com as próprias mãos, perto dessa fonte, a Caaba, uma casa de nove côvados de altura por 32 de comprimento e 22 de largura, a qual, religiosamente conservada, tornou-se um lugar de grande devoção, sendo um dever visitá-la. VIII) As caravanas paravam ali naturalmente e os peregrinos aproveitavam sua companhia para viajar com mais segurança. IX) A peregrinação a Meca existia desde tempos imemoriais. Maomé apenas conservou e tornou obrigatório o costume. A Caaba é hoje rodeada por uma mesquita. X) No princípio a religião dos árabes consistia na adoração de um Deus único, a cuja vontade o homem deve ser completamente submisso. XI) Essa religião, que era a de Abraão, chamava-se Islam e os que a professavam diziam-se Muçulmanos, isto é, submetidos à vontade de Deus; mas, pouco a pouco, o puro Islam degenerou em grosseira idolatria. Cada tribo tinha seus deuses e seus ídolos e isso foi a causa de muitas e longas guerras entre elas. XII) Havia, porém, em certas tribos homens piedosos que adoravam a Deus único e repeliam o culto dos ídolos. Chamados Hanyfas, eram eles os verdadeiros muçulmanos, que conservavam a fé pura do Islam, embora fossem pouco numerosos e com escassa influência sobre as massas. XIII) Maomé nasceu em Meca a 27 de agosto de 570 da Era Cristã. Pertencia a uma família poderosa e considerada, da tribo dos Coraychitas, uma das mais importantes da Arábia e supostamente descendente em linha reta de Ismael. XIV) Seu pai morreu dois meses antes de seu nascimento, e sua mãe o deixou órfão com a idade de seis anos. Seu avô Abd-el-Mutalib, que o estimava muito, morreu também dois anos depois, de tal forma que, apesar da posição que sua família havia ocupado, Maomé passou a infância e a juventude num estado próximo ao da miséria. XV) Com a morte do avô, ele foi recolhido pelos tios, cujos rebanhos pastoreou até a idade de vinte anos. (Págs. 225 a 230.)

127. Maomé tinha o espírito meditativo e sonhador e um caráter de uma solidez e maturidade tão precoces, que seus companheiros o designavam pelo sobrenome de El-Amin, “o homem seguro, o homem fiel”. Mesmo quando jovem e pobre, convocavam-no às assembleias da tribo para os negócios mais importantes. Fazia parte, então, de uma associação formada entre as principais famílias coraychitas, cujo objetivo era prevenir as desordens da guerra, proteger os fracos e lhes fazer justiça. (Págs. 230.)

128. Aos vinte e cinco anos casou-se com sua prima Khadidja, viúva e rica, quinze anos mais velha do que ele. Essa união, que foi sempre feliz, durou 24 anos e só terminou com a morte da esposa, aos 64 anos. (Pág. 231.)

129. Depois da morte de Khadidja seus costumes mudaram e Maomé desposou várias mulheres: teve doze ou treze em casamentos legítimos e deixou, ao morrer, nove viúvas. (Pág. 231.)

130. Até os quarenta e nove anos, quando morreu Khadidja, sua vida pacífica nada apresentara de saliente. Apenas um fato o tirou um instante da obscuridade. Foi quando, estando Maomé com 35 anos, os coraychitas resolveram reconstruir a Caaba, que ameaçava ruína. Sua intervenção numa polêmica suscitada na época satisfez a todos. Aos 40 anos, no monte Hira, teve ele uma visão durante o sono:  o anjo Gabriel lhe apareceu mostrando-lhe um livro que o aconselhou a ler. Três vezes resistiu a essa ordem e só para escapar ao constrangimento sobre ele exercido é que consentiu em o ler. Ao despertar, disse ter sentido “que um livro tinha sido escrito em seu coração”, frase posteriormente tomada ao pé da letra por seus seguidores. (Págs. 231 e 232.)

 

Respostas às questões propostas

 

A. A qualificação Espírito de Verdade diz respeito a um Espírito ou a uma coletividade, uma plêiade de Espíritos?

Segundo Allan Kardec, essa qualificação pertence a um único Espírito e pode ser considerada como um nome próprio. Está especificada no Evangelho. Aliás, acrescenta o codificador, esse Espírito se comunica raramente e apenas em circunstâncias especiais. {N.R.: Em seu livro Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, pág. 91 da 2ª edição publicada pela Editora O Clarim, Kardec nos deu a seguinte informação sobre o Espírito de Verdade: “Tendo eu interrogado esse Espírito, ele se deu a conhecer sob um nome alegórico (eu soube, depois, por outros Espíritos, que fora o de um ilustre filósofo da Antiguidade)”.} (Revista Espírita de 1866, pp. 221.)

B. Os Espíritos podem ver seu passado?

Sim. Mas um leitor questionou o fato de ter sido o Espírito do Dr. Cailleux posto em estado magnético para ver desenrolar-se à sua frente o quadro de suas existências passadas. O fato, segundo o leitor, parecia contradizer o item 243 d’ O Livro dos Espíritos. Kardec disse-lhe que não, pois, ao contrário, vem confirmar a possibilidade, para o Espírito, de conhecer suas existências passadas. “O Livro dos Espíritos não é um tratado completo do Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”, asseverou Kardec. Ele ensina que a alma vê suas migrações passadas, mas não diz quando nem como isto se dá. (Obra citada, pp. 221 e 222.) 

C. Quando Maomé teve a primeira visão do anjo Gabriel?

Foi aos 40 anos de idade que teve ele a primeira visão durante o sono: o anjo Gabriel lhe apareceu mostrando-lhe um livro que o aconselhou a ler. Três vezes resistiu a essa ordem e só para escapar ao constrangimento sobre ele exercido é que consentiu em o ler. Ao despertar, disse ter sentido “que um livro tinha sido escrito em seu coração”, frase posteriormente tomada ao pé da letra por seus seguidores. (Obra citada, pp. 231 e 232.) 

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/09/revista-espirita-de-1866-allan-kardec_0849236401.html

 

 

 

 

  

 

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terça-feira, 1 de outubro de 2024

 



Temos a chave para a felicidade

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

 

Também a felicidade começa em nós, e não com os nossos relacionamentos, trabalho ou bens. Sem dúvida, são partes fundamentais de nossa vida, no entanto se não estivermos alinhados com nós mesmos nada suprirá o que deve ser iniciado em nós. Se não estamos em harmonia nenhum acontecimento externo então nos harmonizará, pode até amenizar por breve tempo, porém logo o incômodo e o vazio retornarão. Podemos inclusive nos tornar camaleões de tanto trabalhar confundindo-nos com o próprio trabalho para não restar tempo para pensar, mas um segundo de lapso novamente a desesperança abrirá os braços. E assim é com tudo em nossa vida; somos o lar de nossa alma e se ele está bem o restante também estará.

Se quer construir laços felizes de relacionamentos, se quer criar condições positivas de trabalho, se quer prosperar nos vastos campos da vida seja a sua mais nobre companhia. Quando se é inteiro consigo, tudo passa a ter sentido e valor; muitas vezes, o que não teria nenhum apreço, quando o ser está mais completo, indubitavelmente, passa a ter imenso encanto. O olhar e as percepções sempre registram com a emoção interior, por isso há infinitas interpretações de uma mesma ocorrência. Cada ser é um universo, portanto é inimaginável a grandeza de cada um. Falta-nos a consciência de nossa dimensão. Tudo começa em nós. Somos criados com a energia universal vinda de Deus.

Somos tanto e temos tão ínfimo conhecimento sobre isso. E vivemos com muita privação, pois se não nos conhecemos não há como explorar a nossa imensidão. Se desejamos amor, sejamos amorosos; se desejamos saúde, tenhamos atitude e pensamento mais positivos; se desejamos bons relacionamentos, sejamos alguém mais acessível e humano. Tudo começa em nós. A prosperidade universal é eterna e abundante, quanto mais a usufruirmos mais ficará conosco, é ilimitada. Querer conceber essa grandeza é o início de toda abençoada transformação.

Somos o nosso próprio interruptor de luz; podemos querer viver com todas as bênçãos ou com a falta de tudo o que é bom, livre-arbítrio. Saber que tudo começa em nós, para muitos é uma libertação, emancipação para a felicidade; para outros, torna-se um sofrimento, pois serão os próprios responsáveis por sua vida e não mais delegarão a própria responsabilidade a outros. Há uma gama inumerável de tipos de almas e espíritos.

Entretanto ter a consciência de que não dependemos para ser felizes já é uma conquista emancipatória, porque tudo o que fizermos direito por nós, somos nós diretamente beneficiados. E quando, de fato, compreendermos e aceitarmos, tudo de bom virá com a harmonia desejada há séculos.

E os relacionamentos serão bem mais simpáticos e a felicidade de cada coração iluminará mais uma faixa rumo ao horizonte pretendido. Na verdade, é a luz do Universo despertando os nossos infinitos universos.

Observa-se facilmente quem já está conquistando essa fase, pois torna-se feliz com tão pouco; enquanto outros, com tudo, nem imaginam o que é o início de uma felicidade.

 

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/

 

 

 

 

 

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