O aborto na visão dos instrutores
espirituais
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Os instrutores desencarnados – especialmente os que
colaboraram na construção da doutrina espírita – entendem que, excetuado o abortamento
realizado para salvar a vida da gestante, essa prática constitui crime contra a
vida e, como tal, severamente punida pelas Leis de Deus.
No caso da anencefalia é um equívoco imaginar que a
criança vá nascer e morrer em seguida, pois existem inúmeros casos em que a criança,
embora sem ter o cérebro inteiramente formado, vive por vários anos, o que
implica dizer que ninguém sabe exatamente – inclusive os médicos – o que ocorrerá
depois do parto. O que não suscita dúvida é o fato de que, durante a gestação,
existe no ventre da mulher um ser vivo, individual, com características
próprias, e não um simples apêndice do corpo da gestante.
Joanna de Ângelis, mentora espiritual do conhecido orador
e médium Divaldo Franco, afirma em seu livro Alerta, cap. 22, que na
maioria dos casos de aborto a expulsão do corpo em formação de forma nenhuma
interrompe as ligações Espírito-a-Espírito, entre a gestante e o filho
rejeitado. Devido a isso, sem compreender a ocorrência, ou percebendo-a em
desespero, o ser espiritual expulso agarra-se às matrizes orgânicas e termina
por lesar a aparelhagem genital, dando gênese a doenças de etiologia
complicada, tanto quanto a variadas formas de obsessão.
Alegam as pessoas favoráveis ao aborto no caso de
anencefalia que, ainda que viva por alguns anos, a criança terá apenas vida
vegetativa. Ora, muitos adultos vitimados por acidentes automobilísticos, e
mesmo por derrames, passam também a ter somente vida vegetativa. Deveremos então
matá-los?
Percebe-se, em face desse pensamento, que a
admissão do aborto em casos assim é um passo largo em direção à legalização da
eutanásia, como já se deu, por exemplo, na Holanda. Mas os médicos não podem,
em sã consciência, aliar-se a condutas desse nível, porque sua missão é salvar a
pessoa enferma, não exterminá-la.
Lembremos, por fim, que toda pessoa é constituída
de três elementos: a alma, o corpo espiritual (que no Espiritismo é chamado
de perispírito) e o corpo material. Muitas lesões neste último são
geralmente a consequência de atos cometidos pela pessoa em existências
pretéritas, sobre o que há na literatura espírita farta descrição.
Referindo-se a alguém que se matou dando um tiro na
cabeça, Emmanuel afirma que, para reparar os danos causados, o Espírito
necessitará de duas ou mais existências corpóreas, sem as quais a lesão no
corpo espiritual persistirá. Se, em sua tentativa de reencarnar, o fato for
obstado por um abortamento, é fácil compreender as consequências disso para o
Espírito expulso e, obviamente, para a pessoa que optou pela infeliz prática.
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