A Caminho da Luz
Emmanuel
Parte 10
Damos prosseguimento ao estudo da obra A Caminho da Luz, de Emmanuel, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier em 1938 e publicada em 1939 pela Federação Espírita Brasileira.
Este estudo, que tem
por base a 15ª edição da obra, é publicado sequencialmente sempre às
sextas-feiras neste blog.
A seguir, o texto e
as questões de hoje.
Texto-base para
leitura e reflexão
164. Antes da criação
do Papado, em 607, as forças espirituais se viram compelidas a um grande
esforço no combate contra as sombras que ameaçavam todas as consciências, e
muitos emissários do Alto se encarnam entre as falanges católicas no intuito de
regenerar os costumes da Igreja. (P. 149)
165. Entre esses
missionários, veio aquele que se chamou Maomé, nascido em Meca no ano de 570.
Filho da tribo dos Coraixitas, sua missão era reunir todas as tribos árabes sob
a luz dos ensinos cristãos, de modo a organizar-se na Ásia um movimento forte
de restauração do Evangelho, em oposição aos abusos romanos. (P. 150)
166. Maomé não
consegue, porém, resistir ao assédio dos Espíritos da Sombra e trai nobres
obrigações espirituais com suas fraquezas. É por isso que o missionário do Islã
deixa entrever, em seus ensinos, flagrantes contradições: a par do perfume
cristão que se evola de muitas das suas lições, há nelas um espírito belicoso,
de violência, de imposição. (P. 150)
167. Por essa razão o
Islamismo, que poderia representar um grande movimento de restauração do ensino
de Jesus, corrigindo os desvios do Papado nascente, assinalou mais uma vitória
das Trevas contra a Luz e cujas raízes era preciso extirpar. (PP. 150 e 151)
168. Quando Maomé
regressou ao plano espiritual, toda a Arábia estava submetida à sua doutrina,
pela força da espada, e todavia os seus continuadores não se deram por
satisfeitos, iniciando no exterior as chamadas "guerras santas",
subjugando toda a África setentrional no fim do século VII e estabelecendo-se,
no início do século VIII, na Espanha. (P. 151)
169. Depois desses
acontecimentos, Jesus permite a reencarnação de um dos mais nobres imperadores
romanos: Carlos Magno, o verdadeiro reorganizador dos elementos dispersos para
a fundação do mundo ocidental. (PP. 151 e 152)
170. No reinado de 46
anos, Carlos Magno, apesar de quase analfabeto, intensificou a cultura e
corrigiu defeitos administrativos que imperavam entre os povos desorganizados
da Europa, mas o império por ele organizado teria escassa duração. (PP. 152 e
153)
171. Do século VIII
até o século XII, o feudalismo se estende pela Europa, figurando-se ao
estudioso da História como um retrocesso de toda a civilização. A unidade
política desaparece; a propriedade individual jamais alcançou tamanha
importância; nunca a servidão moral ganhou tão forte impulso. Evidentemente, as
lutas fratricidas, com semelhante regime, tiveram campo largo no território
europeu. (P. 153)
172. Esse regime é,
todavia, facilmente explicável. A missão de Carlos Magno, organizada pelo plano
espiritual, não teve o resultado esperado, em virtude do endurecimento da
maioria dos corações; por isso, as autoridades espirituais, sob a égide do
Cristo, renovaram os processos educativos do mundo europeu, chamando todos os
homens para a vida no campo, a fim de aprenderem melhor, no trato da terra e no
contato da Natureza. (P. 154)
173. Apesar de seus
numerosos desvios, nunca o Catolicismo foi de todo abandonado pelas potências
do bem, no mundo espiritual. (P. 155)
174. Como os vários
imperadores dispunham da Igreja de acordo com os seus caprichos pessoais,
transformando a sede do Catolicismo em vasto mercado de títulos nobiliárquicos
de toda a espécie, a instituição católica trabalhou para libertar-se de
semelhante tutela, o que se conseguiu depois do papa Estêvão II, em 756, com a
organização do chamado Patrimônio de São Pedro. (P. 156)
175. Mas a situação
de descalabro moral prosseguiu até depois do século X, quando os Apóstolos do
Senhor, deplorando semelhantes espetáculos de indigência espiritual, promovem a
reencarnação de numerosos auxiliares da tarefa remissora. (P. 156)
176. Foi assim que
surge a figura de Hildebrando, conhecido como Gregório VII, que se destacou por
sua fé e pela sinceridade que lhe caracterizaram as atitudes. Eleito papa,
reconheceu ele que as primeiras providências que lhe competiam eram as do
combate ao simonismo no seio da Igreja e a recondução desta ao verdadeiro
Cristianismo. (PP. 156 e 157)
177. Instalada nas
suas imensas riquezas e dispondo de todo o poder e autoridade, a Igreja poucas
vezes compreendeu a tarefa de amor, que competia à sua missão educativa. (P.
157)
178. Habituada a
mandar sem restrições, muitas vezes recebeu as advertências de Jesus à conta de
heresias condenáveis, que era preciso combater e profligar. (P. 157)
179. As exortações do
Alto se faziam sentir também fora do ambiente religioso, evidenciando o efeito
dos exemplos do Cristo na sociedade, como ilustra muito bem o caso de Pedro de
Vaux, de Lião, que se despojou de todos os bens em favor dos pobres e
necessitados. Evidentemente, os valdenses foram excomungados pelo arcebispo
local e depois, em 1185, pelo papa. (P. 158)
180. As perseguições
aos chamados "hereges" e o infeliz projeto corporificado depois na
Inquisição preocupavam o mundo espiritual, onde se aprestaram providências e
medidas de renovação educativa. Reencarna-se, então, na região da Úmbria, um
dos maiores apóstolos de Jesus, que recebeu o nome de Francisco de Assis. (P.
159)
181. Seu exemplo de
simplicidade e de amor, de singeleza e de fé, contagiou numerosas criaturas,
mas não foi suficiente para converter a Igreja, que não entendeu que a lição
trazida por Francisco era para ela mesma. (P. 160)
182. Em 1231 o
Tribunal da Inquisição estava consolidado com Gregório IX e a repressão das
"heresias" foi o pretexto de sua consolidação na Europa, tornando-se
o flagelo e a desdita do mundo inteiro, em nome daquele que é amor, perdão e
misericórdia. (P. 161)
183. Obra direta do
Papado, de existência injustificável, a ação criminosa e perversa da Inquisição
entravou a evolução da Humanidade por mais de seis longos séculos. (P. 161) (Continua no próximo
número.)
Questões para
fixação do estudo
A. Qual era a missão
de Maomé?
Maomé foi um dos
emissários do Alto que se encarnaram entre as falanges católicas antes da
criação do Papado, no intuito de regenerar os costumes da Igreja. Nascido em
Meca no ano de 570, filho da tribo dos Coraixitas, sua missão era reunir todas
as tribos árabes sob a luz dos ensinos cristãos, de modo a organizar-se na Ásia
um movimento forte de restauração do Evangelho, em oposição aos abusos romanos.
(A Caminho da Luz, pp. 149 e 150.)
B. Quem foi Francisco
de Assis?
Nascido na região da
Úmbria, Francisco de Assis foi o nome dado a um dos maiores apóstolos de Jesus
que reencarnou na Terra com o objetivo de converter a Igreja, mas esta não
entendeu que a lição de simplicidade e amor, singeleza e fé, por ele trazida,
embora tenha contagiado numerosas criaturas, destinava-se a ela mesma. (Obra
citada, pp. 159 e 160.)
C. Em que data se
consolidou o Tribunal da Inquisição e que consequências sua ação trouxe para a
Humanidade?
Foi em 1231, com
Gregório IX, que o Tribunal da Inquisição se consolidou. A repressão das
"heresias" foi o pretexto para sua consolidação na Europa, e sua ação
tornou-se o flagelo e a desdita do mundo inteiro, além de entravar a evolução
da Humanidade por mais de seis longos séculos. (Obra citada, pág. 161.)
Observação:
Para acessar a Parte 9
deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/10/a-caminho-da-luz-emmanuel-parte-9-damos.html
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