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CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
Que possamos ser um amparo
ao próximo, sem excessos nem autoanulação, mas que sejamos. Que a nossa
palavra, tanto em modulação quanto em seu sentido literal, seja amorosa,
esperançosa, fraterna, e nunca ansiosa, limitante ou negativa. Que o nosso olhar para o horizonte seja
próspero e bendito, com a fé necessária para seguirmos adiante. Que durante
cada existência sejamos sempre mais luz em meio ainda a tanta escuridão. Que
nos portemos como verdadeiros filhos amados do Pai, com mais amor em cada
amanhecer e especialmente conosco e com os mais próximos de nós.
Quando compreendemos, um pouco que seja,
o real sentido da vida, fortalecidos pela energia do Alto, e não distraídos com
o suposto encantamento da dimensão material ‒ ainda na materialidade ‒, viveremos como espíritos que, de fato,
somos e não como seres unicamente físicos ouvindo falar de maneira remota sobre
a espiritualidade.
Somos centelha divina ‒ reforcemos isso ‒; somos a luz que ilumina para
abençoados horizontes; somos amor, abrigo, eternidade; temos o início, todos os
dias, para retomar e fazer melhor; podemos sorrir incontáveis vezes acalmando
olhares que se sentem deslocados e perdidos, levando esperança aonde nunca
ninguém havia dito que existiria. Podemos curar com um abraço que acalma um ser
apavorado e solitário, olhar nos olhos que nunca receberam atenção e sorrir
simplesmente com o brilho do olhar.
Que os pássaros ‒ libertos e conscientes ‒ sempre estejam por perto, pois além da
sua paz também trazem o ensinamento de liberdade que, mesmo livres, querem
retornar aos seus lares, aos seus outros amigos pássaros. Não há distância
física que desfaça o sentimento verdadeiro. Que sejamos mais pássaros do que
rochas frias e inertes.
E o céu, com seu mais incomparável
exemplo, que pode se multifacetar dependendo do olhar que o procura, pode ser a
vida eterna e a pura luz ou ser a dor de um tempo que não passa. Será sempre a
energia individual que sentirá o paraíso ou os campos densos e cinza.
No momento em que assim decidirmos pelo
dom da vida, a claridade começará a iluminar o interior, criado por Deus, para
ser o abrigo do amor. Compreenderemos que toda palavra bondosa, toda intenção
amorosa que se transformam em benfazejas atitudes, toda paciência e caridade
doadas a outros seres e a nós mesmos já são orações aspergidas ao Universo, são
focos de luz que se juntam às estrelas, são bálsamos abrandando as dores.
Compreenderemos que todo bem é uma oração.
E a verdadeira felicidade começará a se
aproximar do nosso universo e veremos como é maravilhoso viver mais de acordo
com as leis amorosas de Deus.
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