O intercâmbio entre os mundos é um fato natural
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Se é verdade que existem no Universo muitos
planetas habitados, há algum intercâmbio entre eles? E neste caso como isso se
concretiza?
A questão acima
foi-nos proposta por um amigo que naquele momento dava os primeiros passos no
conhecimento espírita e, portanto, não sabia que a pluralidade dos mundos
habitados é, como já se disse tantas vezes, um dos princípios fundamentais do
Espiritismo.
Na obra da criação divina, entre os mundos destinados à
encarnação de Espíritos em estágio probatório ou expiatório, encontra-se a
Terra, uma das inumeráveis habitações do ser humano. Mas não apenas ela, porque
são incontáveis os mundos que abrigam humanidades semelhantes à nossa, não
sendo o homem terreno o único ser corpóreo dotado de inteligência,
racionalidade e senso moral no Universo.
Criado simples e ignorante, dotado de livre-arbítrio e
inclinado tanto para o bem quanto para o mal, falível portanto, o Espírito
sujeita-se a encarnar e reencarnar, experimentando múltiplas existências
corporais na Terra ou em outros planetas, tantas vezes quantas forem
necessárias para ultimar sua depuração e colimar seu progresso.
Esse processo realiza-se por meio da alternância
sucessiva das existências humanas nos dois planos da vida, o corpóreo e o
espiritual.
O Espírito reencarnado, enquanto seu corpo vive, fica
vinculado ao mundo em que reencarnou. Desencarnado, passa ele à condição de
Espírito errante, termo que designa o indivíduo que necessita reencarnar para
depurar-se e progredir.
Na condição de errante – ou seja, no estado de
erraticidade – o Espírito continua a pertencer ao mundo onde vá reencarnar,
mas, não estando a ele fixado pelo corpo, é mais livre e pode até mesmo visitar
outros mundos, com a finalidade de se instruir.
As migrações de Espíritos de um para outro planeta
constituem um fato natural.
Uns emigram por força do progresso realizado, que os
habilita a ingressar em um planeta mais adiantado, o que é um prêmio para eles;
outros, ao contrário, são excluídos do mundo a que pertencem por não haverem
acompanhado o progresso moral atingido pela humanidade desse mundo. Emigram,
então, para mundos inferiores àquele em que viviam.
O exílio que lhes é imposto constitui verdadeiro castigo,
que a lei de justiça impõe aos recalcitrantes no mal, escravizados ao orgulho e
ao egoísmo. Mas, é bom lembrar, passando a reencarnar em planetas condizentes
com seu nível evolutivo, eles terão também, como é natural, possibilidades de
atingir um dia a meta para a qual todos somos destinados, que é a perfeição.
Acresce, ainda, dizer que os habitantes de mundos mais
adiantados, a exemplo do planeta Júpiter, procuram auxiliar os planetas mais
atrasados, o que implica um intercâmbio intenso entre eles.
No caso do planeta Terra, o intercâmbio com Júpiter é
mencionado por Allan Kardec na Revista Espírita de 1858, pág. 115,
conforme tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
As principais ocupações dos habitantes de Júpiter – diz a
mesma fonte – são o encorajamento dos Espíritos que habitam os mundos
inferiores, a fim de que perseverem no bom caminho. Não havendo entre eles
infortúnios a serem aliviados, vão procurá-los onde esses existem. A Terra é,
obviamente, um desses lugares.
Nota do Autor:
Para ler o texto
publicado no domingo anterior, clique em: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2025/05/o-que-o-espiritismo-acrescentou.html
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