Dos períodos da vida de uma pessoa,
qual o mais importante?
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Um amigo nos
pergunta por que a adolescência é considerada o período mais importante na
existência de uma pessoa.
Fiquei surpreso com a pergunta porque a suposta relevância
da adolescência em relação aos demais períodos da existência humana não é
afirmada, ao que nos consta, por nenhum autor espírita sério. E não poderia ser
diferente, porquanto todos os períodos da vida de uma pessoa são igualmente importantes.
Reportando-se ao
assunto, Emmanuel escreveu:
“A juventude pode
ser comparada a esperançosa saída de um barco para viagem importante. A
infância foi a preparação, a velhice será a chegada ao porto.
Todas as fases
requisitam as lições dos marinheiros experientes, aprendendo-se a organizar e a
terminar a viagem com êxito desejável.” (Caminho, Verdade e Vida, cap.
CLI, obra psicografada por Francisco Cândido Xavier.)
O êxito de uma
existência está muitas vezes relacionado ao que ocorreu com a pessoa quando
criança. A base moral, tanto quanto a base intelectual, se forma nessa fase que
Emmanuel chama de preparação.
Um menino que não
aprendeu as noções elementares da matemática, por exemplo, terá imensas
dificuldades na adolescência. Faltar-lhe-á, como dizemos comumente, a necessária
base.
E o mesmo se dá
com relação à educação do ser como um todo, entendendo por educação o conjunto
dos hábitos adquiridos, tal como pensava Allan Kardec, o codificador do
Espiritismo.
Como reconhece a
sabedoria popular de todos os tempos, “educação vem do berço”.
Educar as
crianças, desde a fase uterina, é preparar o cidadão do amanhã, motivo pelo qual
nas instituições espíritas se tem dado tanta ênfase à chamada evangelização infantil,
tarefa que alguns espíritas preferem chamar de educação espírita da infância. O
nome, porém, não importa; o que importa de fato é a tarefa educativa em si, como
afirmado com propriedade por Emmanuel no texto seguinte:
“O período infantil é o mais sério e o mais propício à
assimilação dos princípios educativos. Até os sete anos, o Espírito ainda se
encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo.
Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria
orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas,
tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e a estabelecer novo caminho,
na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais
legítimos representantes do colégio familiar.
Eis por que o lar
é tão importante para a edificação do homem, e por que tão profunda é a missão
da mulher perante as leis divinas.
Passada a época
infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias
paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais
difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material, e ,
atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o
processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a
concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu
patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a
Luz interior dos sagrados princípios educativos.” (O Consolador,
pergunta 109, obra psicografada por Francisco Cândido Xavier.)
Nota do Autor:
Para ler o texto
publicado no domingo anterior, clique em: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2025/04/os-anjos-da-guarda-se-afligem-com-os.html
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