As tentações
que acometem o homem, não há por que duvidar, são inegáveis.
Miguel Vives
dedicou ao assunto o cap. IX do seu livro “O Tesouro dos Espíritas”, traduzido
para o idioma português pelo saudoso confrade J. Herculano Pires.
A Bíblia faz
referência a várias delas.
O Gênesis
narra no cap. 3 a
tentação exercida sobre Eva, no Paraíso, de tão tristes consequências.
Lucas alude
no cap. 4 de seu Evangelho às tentações de Satanás sobre Jesus.
O
Eclesiástico trata do assunto nos capítulos 2, 33 e 34 e até mesmo nos oferece
uma receita para rechaçá-las.
O Cristo
reporta-se ao tema na conhecida passagem que faz parte da oração dominical:
“Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”.
Tiago
menciona o assunto em sua extraordinária epístola, cap. 1, versículo 14.
Jesus retorna
à temática quando ressalta a importância da vigilância e da oração para que não
caiamos em tentação.
A Doutrina
Espírita examina o tema em três questões sucessivas constantes d’ O Livro dos Espíritos, a saber:
Questão122:
“O
livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de
si mesmo. Ele não teria mais liberdade se a escolha fosse determinada por uma
causa independente da sua vontade. A causa <de seguir o caminho do mal>
está nas influências a que cede em virtude de sua vontade livre. É a grande
figura da queda do homem e do pecado original; alguns cederam à tentação,
outros lhe resistiram.”
Questão
122-A:
De onde
provêm as influências que se exercem sobre ele? “Dos Espíritos imperfeitos, que
procuram se aproximar para dominá-lo, e que se alegram em fazê-lo sucumbir. Foi
isso o que se intentou simbolizar na figura de Satanás.”
Questão
122-B:
Essa
influência não se exerce sobre o Espírito senão em sua origem? “Ela o segue na
sua vida de Espírito, até que tenha tanto império sobre si mesmo, que os maus
desistam de obsidiá-lo.”
Vale
ressaltar que não é somente nas questões citadas que “O Livro dos Espíritos” se
refere ao assunto, porquanto a principal obra do Espiritismo fere o tema em 27
oportunidades diferentes, como se pode ver nas questões 459, 460, 461, 465,
466, 467, 468, 469, 472, 497, 498, 511, 525, 567, 644, 645, 660, 671, 720 “a”,
753, 845, 851, 872 (1o parágrafo), 909, 971, 971 “a” e 972.
Emmanuel
disserta sobre as tentações em dois de seus livros: “Religião dos Espíritos”
(cap. 88) e “Caminho, Verdade e Vida” (cap. 129).
André Luiz as
examina diretamente em três obras bastante conhecidas: “Nos Domínios da
Mediunidade” (cap. 16), “Ação e Reação” (cap. 7, 14 e 18) e “Sexo e Destino”
(cap. VI).
Como vimos, o
assunto é por demais conhecido no meio espírita, e a tese exposta pela Doutrina
dos Espíritos é bem clara: Ninguém na Terra é perfeito, logo estamos todos
sujeitos às tentações, que nos acompanham pela vida afora, consoante dito
claramente na questão 122-B d’ O Livro dos Espíritos. O Eclesiástico explica o
porquê disso.
Temos,
portanto, de lembrar e pôr em prática continuamente a lição ensinada por Jesus:
“Vigiai e orai para não cairdes em tentação”. Se fugirmos disso, não tenhamos
dúvida, certamente cairemos de novo nas mesmas redes em que já sucumbimos no
passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário