domingo, 3 de junho de 2012

A importância de tratar bem nossos filhos especiais


Há pessoas preparadas para qualquer desafio, até mesmo quando ele se manifesta na enfermidade de um filho ou nas deficiências que o nosso rebento possa trazer desde o berço. Evidentemente nem todos são assim, havendo criaturas que não apenas lastimam ter gerado filhos fisicamente deficientes como têm vergonha de mostrá-los à sociedade.
Nancy Puhlmann di Girolamo reporta-se a isso em seus dois primeiros livros dedicados ao tema crianças excepcionais.
Uma revista de grande circulação nacional mostrou, anos atrás, alguns exemplos comoventes de postura oposta, em que pais mostraram o carinho, a dedicação e o afeto real que nutriam por seus filhos, independentemente da condição em que vieram ao mundo ou do grau de excepcionalidade que apresentam.
A vida de uma criança com retardamento mental, diz Nancy Puhlmann, é muito mais rica do que imaginamos.
Allan Kardec demonstrou, ao estudar o caso do menino Charles Saint-G... (Revista Espírita de 1860, pp. 181 a 183), que as crianças que até pouco tempo chamávamos de excepcionais têm consciência do seu estado e compreendem por que nasceram assim. A imperfeição de seus órgãos constitui somente um obstáculo à livre manifestação de suas faculdades, mas não as aniquila, esclareceu o Codificador do Espiritismo, antecipando-se ao que hoje é sabido, ou seja, que a criança especial entende perfeitamente se é bem ou maltratada e reage à atenção e ao afeto que lhe damos.
Nancy Puhlmann menciona a respeito do assunto um caso bastante elucidativo que se passou com um menino portador da síndrome de Down. Num momento de desprendimento da alma em virtude do sono corporal, o jovenzinho lhe disse que sua desencarnação estava próxima, por lhe faltar o alimento indispensável à vida. Nancy imaginou que ele falasse de comida, mas não era disso que o garoto tratava. O alimento era o apoio, o incentivo, que ele percebia faltar em seu próprio lar, onde as pessoas, com pena do seu estado, intimamente rogavam a Deus lhe encurtasse os dias.
Coisa curiosa! O pequenino entendia até o que nas entrelinhas era dito em casa, o que torna claro que o excepcional não é um ser condenado à vida vegetativa e que o amor por nossos filhos, em qualquer situação, é alimento indispensável à vida e à saúde da alma.



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