Faz já muito tempo que os
principais noticiários dos jornais, do rádio e da TV vêm-se ocupando do tema
corrupção. Parece até que não existem outros problemas neste país imenso,
tantos são os casos envolvendo políticos e malversação do dinheiro público, tanto
aqui quanto em Curitiba ou Brasília.
Em Londrina o assunto assumiu proporções
inimagináveis: licitações fraudadas, compras superfaturadas, desvios de
recursos e por aí afora, repetindo-se em escala local os escândalos de âmbito
federal, em que é difícil encontrar um setor no qual problemas dessa ordem
inexistam.
O tema, evidentemente, não
constitui novidade.
Sete anos atrás – em 2005 – foi
ele objeto do editorial de uma das edições deste jornal.
Intitulado “A força
corruptora do poder”, o editorial lembrou inicialmente a frase “o poder corrompe”, de autoria atribuída
ao historiador inglês John Emerich Edward Dalberg, também conhecido como lorde
Acton, a qual sempre é mencionada quando se desnudam fatos de corrupção e de abuso
de poder como esses que as CPIs, desde então, têm investigado em nosso país.
Por sinal, em setembro próximo fará 20 anos que um conhecido presidente da
República foi retirado do poder exatamente pela prática de atos de corrupção.
Podemos, portanto, escrever hoje exatamente
o que foi dito naquela oportunidade.
Que o poder tem evidente capacidade
de corromper, eis algo que não se discute, mas, examinando-o à luz da
reencarnação, veremos que ele apresenta facetas que provavelmente escapam ao
observador comum.
Poder, riqueza, projeção social
compõem a lista das provas a que o ser humano se submete em suas múltiplas
existências corporais.
Nosso planeta é, como já dissemos
inúmeras vezes, um mundo modesto e atrasado e, por isso, classificado pelo
Espiritismo na categoria geral de mundo de provas e expiações.
Provas, como o próprio nome indica,
são testes. E testes bastante semelhantes àqueles que a criança e o jovem têm
de enfrentar em sua passagem pelos bancos escolares. Todos sabem que só ascende
ao ensino médio quem enfrentou o fundamental e neste foi aprovado.
Sendo das provas mais difíceis
que se apresentam à criatura humana em sua passagem pela experiência corpórea, o
poder é efetivamente capaz de seduzir e levar à queda todos aqueles que não dispõem
da qualificação necessária para vencê-lo.
É o que ocorre relativamente a
todas as provas. A riqueza, por exemplo, é, dentre elas, uma das mais difíceis,
como Jesus mesmo advertiu ao dizer que é mais fácil um camelo passar pelo fundo
de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus.
À luz do que
aprendemos na doutrina espírita, podemos, então, relativamente à sedução do
poder sobre as criaturas humanas, estabelecer duas coisas:
1a. O poder corrompe, sim, mas corrompe somente as criaturas
imaturas que se seduzem com as benesses do cargo e se esquecem de que a vida é
curta e que ninguém se encontra na Terra a passeio.
2a. O conhecimento da reencarnação e das leis divinas que regem
nossa vida faria um bem imenso aos nossos políticos e governantes, que saberiam
então que a cada ação corresponde uma reação de igual intensidade, ou seja,
para valer-nos de conhecida frase de Jesus: “Quem
matar com a espada morrerá sob a espada”.
(Texto por mim escrito para o editorial da
edição de junho de 2012 do jornal “O Imortal”.)
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