sexta-feira, 1 de junho de 2012

O poder corrompe tão-somente as pessoas imaturas


Faz já muito tempo que os principais noticiários dos jornais, do rádio e da TV vêm-se ocupando do tema corrupção. Parece até que não existem outros problemas neste país imenso, tantos são os casos envolvendo políticos e malversação do dinheiro público, tanto aqui quanto em Curitiba ou Brasília.
Em Londrina o assunto assumiu proporções inimagináveis: licitações fraudadas, compras superfaturadas, desvios de recursos e por aí afora, repetindo-se em escala local os escândalos de âmbito federal, em que é difícil encontrar um setor no qual problemas dessa ordem inexistam.
O tema, evidentemente, não constitui novidade.
Sete anos atrás – em 2005 – foi ele objeto do editorial de uma das edições deste jornal.
Intitulado “A força corruptora do poder”, o editorial lembrou inicialmente a frase “o poder corrompe”, de autoria atribuída ao historiador inglês John Emerich Edward Dalberg, também conhecido como lorde Acton, a qual sempre é mencionada quando se desnudam fatos de corrupção e de abuso de poder como esses que as CPIs, desde então, têm investigado em nosso país. Por sinal, em setembro próximo fará 20 anos que um conhecido presidente da República foi retirado do poder exatamente pela prática de atos de corrupção.
Podemos, portanto, escrever hoje exatamente o que foi dito naquela oportunidade.
Que o poder tem evidente capacidade de corromper, eis algo que não se discute, mas, examinando-o à luz da reencarnação, veremos que ele apresenta facetas que provavelmente escapam ao observador comum.
Poder, riqueza, projeção social compõem a lista das provas a que o ser humano se submete em suas múltiplas existências corporais.
Nosso planeta é, como já dissemos inúmeras vezes, um mundo modesto e atrasado e, por isso, classificado pelo Espiritismo na categoria geral de mundo de provas e expiações.
Provas, como o próprio nome indica, são testes. E testes bastante semelhantes àqueles que a criança e o jovem têm de enfrentar em sua passagem pelos bancos escolares. Todos sabem que só ascende ao ensino médio quem enfrentou o fundamental e neste foi aprovado.
Sendo das provas mais difíceis que se apresentam à criatura humana em sua passagem pela experiência corpórea, o poder é efetivamente capaz de seduzir e levar à queda todos aqueles que não dispõem da qualificação necessária para vencê-lo.
É o que ocorre relativamente a todas as provas. A riqueza, por exemplo, é, dentre elas, uma das mais difíceis, como Jesus mesmo advertiu ao dizer que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus.
À luz do que aprendemos na doutrina espírita, podemos, então, relativamente à sedução do poder sobre as criaturas humanas, estabelecer duas coisas:
1a. O poder corrompe, sim, mas corrompe somente as criaturas imaturas que se seduzem com as benesses do cargo e se esquecem de que a vida é curta e que ninguém se encontra na Terra a passeio.
2a. O conhecimento da reencarnação e das leis divinas que regem nossa vida faria um bem imenso aos nossos políticos e governantes, que saberiam então que a cada ação corresponde uma reação de igual intensidade, ou seja, para valer-nos de conhecida frase de Jesus: “Quem matar com a espada morrerá sob a espada”.

 (Texto por mim escrito para o editorial da edição de junho de 2012 do jornal “O Imortal”.)


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