A quatro dias do Natal, a festa mais importante da
cristandade, apresentamos hoje uma interessante questão pertinente a Jesus, proposta
por nossa amiga Roselaine. Indaga ela: “Qual é, segundo o Espiritismo, o ponto
central dos ensinamentos de Jesus?”
Conforme as anotações de João (cap. 18:33-37), Pilatos
perguntou a Jesus: “És o rei dos judeus?”. O Mestre respondeu-lhe: “Meu reino
não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera
combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino
ainda não é aqui”.
Disse-lhe então Pilatos: “És, pois, rei?”. Jesus lhe
respondeu: “Tu o dizes; sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para
dar testemunho da verdade. Aquele que pertence à verdade escuta a minha voz”.
Por essas palavras, lembra-nos Kardec, Jesus
claramente se referiu à vida futura, que ele apresentou, em todas as
circunstâncias, como a meta a que a Humanidade irá ter e como devendo
constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra.
Todas as suas máximas se reportam a esse grande
princípio.
Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser
teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem que os que não creem
na vida futura, imaginando que ele apenas falava da vida presente, não os
compreendem, ou os consideram pueris.
Esse ensinamento pode, portanto, ser tido como o eixo
do ensino do Cristo, porque só ele justifica as anomalias da vida terrena e a
mostra de acordo com a justiça de Deus, o que o Espiritismo veio aclarar, ao
comprovar que a vida futura deixou de ser simples artigo de fé, mera hipótese,
para tornar-se uma realidade material, que os fatos demonstram, porquanto são
testemunhas oculares os que a descrevem nas suas fases todas e em todas as suas
peripécias, e de tal maneira que, além de impossibilitarem qualquer dúvida a
esse respeito, facultam à mais vulgar inteligência a possibilidade de
imaginá-la sob seu verdadeiro aspecto.
De fato, ter uma noção clara de que a vida prossegue
noutros planos ajuda-nos a compreender a transitoriedade de nossa passagem por
aqui e a desapegar-nos das coisas puramente materiais, cuja utilidade cessa
obviamente com nossa transferência deste para o outro plano de vida.
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