Natal
Irene S. Pinto
Grande bolo à mesa
A árvore linda em
festa
O brilho da noite
empresta
Regozijo ao
coração...
É como se a Natureza
Trouxesse Belém de
novo
Para os júbilos do
povo
Em doce fulguração.
Tudo é bênção que se
enflora,
De envolta na melodia
Da luminosa alegria
Que te beija e segue
além...
Mas se reparas, lá
fora,
O quadro que
tumultua,
Verás quem passa na
rua
Sem ânimo e sem
ninguém.
Contemplarás
pequeninos
De faces agoniadas,
Pobres mães
desesperadas,
Doentes em chaga e
dor...
E, ajudando aos
peregrinos
Da esperança quase
morta,
Talvez enxergues à
porta
O Mestre pedindo
amor.
É sim!... É Jesus que
volta
Entre os pedestres
sem nome,
Dando pão a quem tem
fome,
Luz às trevas, roupa
aos nus!
Anjo dos Céus sem
escolta,
Embora a expressão
serena,
Tem nas mãos com que
te acena
Os tristes sinais da
cruz.
Natal! Reparte o
carinho
Que te envolve a
noite santa
Veste, alimenta e
levanta
O companheiro a
chorar.
E, na glória do
caminho
Dos teus gestos
redentores,
Recorda por onde
fores
Que o Cristo nasceu
sem lar.
Do livro Antologia
Mediúnica do Natal, autoria de Espíritos diversos, por intermédio de Francisco
Cândido Xavier.
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