Continuamos ontem
à noite, no Centro Espírita Nosso Lar (Londrina, PR), o estudo sequencial do
livro Ação e Reação, obra de André
Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1957
pela Federação Espírita Brasileira.
Eis o texto
que serviu de base ao estudo realizado:
Questões para debate
A. Como se
chamava o Ministro que se materializou na Mansão e qual o objetivo de sua vinda
àquela instituição socorrista?
B. Que
solução foi dada ao caso Antônio Olímpio?
C. Existe
alguma criatura que possa com razão considerar-se esquecida pelo Senhor da
vida?
Texto para leitura
33. O recurso da câmara – Momentos
antes do início da sessão de preces, Druso concitou a todos à necessária
preparação, recomendando guardassem plena abstenção de pensamentos menos dignos
e de quaisquer recordações desagradáveis, para que não se verificassem
interferências na câmara cristalina, nome pelo qual designou o grande espelho
colocado à sua frente. Explicou que as forças associadas dos médiuns presentes
se caracterizavam por extremo poder plástico e que uma simples ideia,
incompatível com a dignidade do recinto, poderia materializar-se, criando
imagens impróprias na face do aparelho. O dirigente avisou, ainda, que, através
de dispositivos especiais, todos os recursos dos medianeiros presentes seriam
concentrados na câmara que, daquele minuto em diante, estaria sensibilizada
para os misteres da hora em
curso. Brando silêncio fez-se no recinto e Druso,
erguendo-se, orou comovidamente a Jesus, rogando-lhe bênçãos para a reunião que
se iniciava e a assistência dos protetores espirituais. Na prece, o dirigente
da Casa lembrou a Jesus a carência dos que ali se reuniam e enfatizou a sua
confiança no Divino Amigo, dizendo: "Sabemos que, sem o calor de tuas mãos
compassivas, nos fenece a esperança, à maneira de planta frágil sem a bênção do
Sol!..." (Capítulo 6, pp. 76 e 77)
34. O Ministro Sânzio – A oração de
Druso, proferida com grande sinceridade, levou-o às lágrimas. A inflexão de
suas palavras, repletas de dor, como se ele próprio fosse ali um Espírito
recluso em padecimentos amargos, impressionou vivamente a André, que, sem poder
controlar a emotividade, foi também tomado pelo pranto. Na sequência da oração,
todos também choraram, contagiados pelas lágrimas abundantes que, vertidas por
Druso, impediram a continuidade da rogativa. Extensa massa de vaporosa neblina
cobriu, então, a face do espelho. André fixou-a, admirado, e pareceu-lhe
identificar largo floco de névoa primaveril a distender-se, alva e móvel.
Emergiu, então, da leitosa nuvem a figura respeitável de um homem aparentemente
envelhecido na forma, revelando, contudo, a mais intensa juvenilidade no olhar.
Era o Ministro Sânzio, a quem o dirigente Druso agradeceu, reverente, a
presença. Vasta auréola de safirino
esplendor coroava-lhe os cabelos brancos, a derramar-se em sublimes cintilações
na túnica simples e acolhedora que lhe velava o corpo esguio. No semblante
nobre e calmo, vagava um sorriso que não chegava a fixar-se. O Ministro, após
um minuto de silenciosa contemplação, levantou a destra, que despediu grande
jorro de luz sobre todos, e saudou: "A paz do Senhor seja convosco".
Havia tanta doçura e tanta energia, tanto carinho e tanta autoridade naquela
voz, que André precisou manter-se atento para não cair de joelhos. (Capítulo 6,
pp. 78 e 79)
35. Discussão do caso Antônio Olímpio
– O Ministro, que ali aparecia materializado, mantendo o campo vibratório em
que os demais se encontravam, avançou para os componentes da reunião e
estendeu-lhes as mãos num gesto paternal, colocando-os à vontade. "Não
desejava cerimônias", disse o visitante, que recomendou ao diretor
apresentasse os processos em
estudo. Druso exibiu, assim, vinte e duas fichas de largo
tamanho, cada qual condensando a síntese das informações necessárias ao socorro
de 22 Entidades recentemente internadas na instituição. Naquele momento, André
não pôde fazer qualquer indagação direta, mas, posteriormente, Silas lhe
informou que Sânzio, investido nas funções de Ministro da Regeneração, tinha
grandes poderes sobre aquela casa de reajuste, com o direito de apoiar ou
determinar qualquer medida, referente à obra assistencial, em benefício dos
sofredores, podendo homologar e ordenar providências de segregação e justiça,
reencarnação e banimento. O Ministro, atento, examinou todos os autos ali
expressos em rápidas súmulas, das quais transpareciam não apenas informes
escritos, mas também microfotografias e recursos de identificação que lembram
os elementos dactiloscópicos da Terra, aceitando ou não as sugestões de Druso,
depois de ligeiras considerações em torno de cada caso particular e apondo em
cada ficha o selo que lhe assinalava a responsabilidade das decisões. Um dos
processos referia-se a Antônio Olímpio. O Ministro concordou com o parecer da
Casa quanto à conveniência de breve reencarnação do ex-fazendeiro no círculo em
que delinquira, a fim de restituir, aos irmãos espoliados, os sítios de que
haviam sido expulsos. Sânzio acentuou, porém, que o criminoso, conforme suas
próprias alegações, não desfrutava qualquer atenuante, visto que vivera apenas
para si, entregue à desvairada egolatria, isolando-se em prazeres perniciosos e
sem beneficiar a ninguém, a não ser a esposa e o filho, que surgiam assim como
valores benéficos para o delinquente, porquanto todo bem realizado, com quem
for e seja onde for, constitui recurso vivo, atuando em favor de quem o
pratica. Sânzio pediria, então, que Alzira (ex-esposa de Antônio Olímpio)
comparecesse ao recinto, para ser consultada, o que não se faria com Luís,
filho do casal, por este encontrar-se ainda internado no corpo físico.
(Capítulo 6, pp. 79 a
81)
Respostas às questões propostas
A. Como se chamava o Ministro que se
materializou na Mansão e qual o objetivo de sua vinda àquela instituição
socorrista?
Sânzio era o
seu nome. Investido nas funções de Ministro da Regeneração, tinha ele tinha
grandes poderes sobre aquela casa de reajuste, com o direito de apoiar ou
determinar qualquer medida, referente à obra assistencial, em benefício dos
sofredores, podendo homologar e ordenar providências de segregação e justiça,
reencarnação e banimento. Foi para isso que ele ali se encontrava. (Ação e Reação, cap. 6, pp. 78 e 79.)
B. Que solução foi dada ao caso Antônio
Olímpio?
O Ministro
Sânzio aprovou a solução proposta, que deveria contar com o apoio de Alzira,
ex-esposa de Antônio Olímpio. Este retornaria à carne no lar do próprio filho
e, mais tarde, ela se consorciaria novamente com ele para receber nos braços
Clarindo e Leonel por filhos do coração, aos quais Antônio Olímpio restituiria,
desse modo, a existência terrestre e os haveres. Um sorriso de ventura brilhou
no semblante de Alzira, conquanto tenha ela denotado algum temor. Ciente disso,
Sânzio lhe disse: "Não desfaleças. Serás sustentada por esta Mansão, em
todos os teus contactos com os nossos amigos fixados na vingança e atenderemos
pessoalmente a todos os assuntos que se refiram à transferência de tuas
atividades para este sítio, perante as autoridades a que te subordinas. Nossos
irmãos infortunados não estarão insensíveis aos teus rogos... Sofreste-lhes
impiedosos golpes nos derradeiros dias de tua permanência no mundo e a
humildade dos que sofrem é fator essencial na renovação dos que fazem
sofrer..." (Obra citada, cap. 6, pp.
81 a 83.)
C. Existe alguma criatura que possa com
razão considerar-se esquecida pelo Senhor da vida?
Não. O
Ministro Sânzio, ao dizer a André e Hilário que também estudava a questão da
dor e sua função na vida humana, esclareceu: “Sou funcionário humilde dos
abismos. Trago comigo a penúria e a desolação de muitos. Conheço irmãos nossos,
portadores do estigma de padecimentos atrozes, que se encontram animalizados,
há séculos, nos despenhadeiros infernais; entretanto, cruzando as trevas
densas, embora o enigma da dor me dilacere o coração, nunca surpreendi criatura
alguma esquecida pela Divina Bondade". (Obra
citada, cap. 6 e 7, pp. 83 a
86.)
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