Demos
continuidade ontem à noite no Centro Espírita Nosso Lar, de Londrina (PR), ao
estudo do livro Ação e Reação, de
André Luiz, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier,
publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.
Eis o texto
que serviu de base ao estudo realizado:
Questões para debate
A. A avareza,
a sovinice, o apego ao dinheiro podem atrair Espíritos que intensifiquem ainda
mais esse apego?
B. O sono é
necessário no processo de restauração de Espíritos enfermos?
C. Há
indivíduos que mesmo estando desencarnados continuam apegados ao dinheiro?
Texto para leitura
44. Obsessão pelo dinheiro – Após
seis dias desde o encontro com o Ministro Sânzio, a irmã Alzira (ex-esposa de
Antônio Olímpio) compareceu à Mansão, em obediência ao programa que Druso lhe
traçara. A nobre mulher informou, então, que Luís, seu filho, que se afinava
com os antigos sentimentos paternos, apegando-se aos lucros materiais
exagerados, sofria tremenda obsessão no próprio lar. Sob teimosa vigilância dos
tios desencarnados, que lhe acalentavam a mesquinhez, detinha larga fortuna,
sem aplicá-la em coisa alguma. Ele enamorara-se do ouro com extremada volúpia e
submetia a esposa e os dois filhinhos às mais duras necessidades, receoso de
perder seus haveres. Clarindo e Leonel, não satisfeitos em lhe seviciarem a
mente, conduziam para a fazenda usurários e tiranos rurais desencarnados, cujos
pensamentos ainda se enrodilhavam na riqueza terrestre, para lhe agravarem a
sovinice. Luís respirava, assim, num mundo de imagens estranhas, em que o
dinheiro era tema constante, e acreditava no poder do cofre recheado para
solucionar quaisquer dificuldades da vida. Adquirira, em face disso, doentio
temor de todas as situações em que pudessem surgir despesas inesperadas e
relaxara a própria apresentação pessoal, obcecado pela sovinice e pelo pesadelo
do ouro que lhe consumia a existência. (Ação e Reação, capítulo 8, pp. 99 e 100.)
45. O reencontro com Antônio Olímpio
– Alzira informou que o afogamento dos cunhados se verificara em seus tempos de
recém-casada, quando Luís mal ensaiava os primeiros passos, e que, após seis
anos sobre a dolorosa ocorrência, ela também encontrara a desencarnação no
mesmo lago. Antônio Olímpio lhe sobrevivera, na esfera carnal, quase três
lustros e, por vinte anos, precisamente, padecera nas trevas, período em que
suas vítimas se transformaram em carcereiros ferozes do delinquente,
impossibilitando, de parte dela, qualquer aproximação. O filho já se
encontrava, assim, em plena madureza, havendo atravessado os quarenta anos de
experiência física. Silas, incumbido por Druso de ajudar as tarefas de socorro
ao filho e aos irmãos de Antônio Olímpio, permitiu que Alzira mantivesse ligeiro
encontro com o antigo esposo, antes da partida para a Crosta. O encontro dos
ex-cônjuges deu-se em circunstâncias comoventes. O semblante de Alzira acusava
visível alteração e as lágrimas borbulhavam-lhe, incoercíveis, dos olhos,
conturbados então por imensa dor. Alzira afagou a cabeça de Olímpio e chamou-o
pelo nome várias vezes. Ele abriu os olhos, mas pronunciou monossílabos
desconexos. Percebendo-lhe a ruína mental, ela pediu a Silas permissão para
orar, junto dele. Ante a aquiescência do Assistente, ajoelhou-se à cabeceira do
enfermo, conchegou-lhe o busto de encontro ao colo, à maneira de abnegada mãe
procurando conservar entre os braços um filhinho doente, e, levantando os olhos
lacrimosos para o Alto, orou, humilde, a Maria de Nazaré, a quem rogou lançasse
seu caridoso olhar sobre ela e seu companheiro, jungidos ambos às consequências
do duplo homicídio. (Obra citada, capítulo 8, pp. 100 a 102.)
47. De volta ao antigo lar terrestre
– A sólida construção estava em franca decadência. Porteiras desconjuntadas,
tapumes derruídos e as varandas imundas falavam, sem palavras, da desídia dos
moradores. Entidades estranhas, embuçadas em largos véus de sombra, transitavam
por ali, absortas, como se ignorassem a presença umas das outras. Alzira
informou que eram onzenários desencarnados, levados até ali por Leonel e
Clarindo, de modo a fortalecerem a usura no espírito de seu filho. Será que
tais Espíritos os enxergavam? A
pergunta, feita por Hilário, foi respondida por Silas: "Não. Com certeza
nos identificam a chegada, entretanto, pelo que deduzo, encontram-se
demasiadamente fixados nas ideias em que se mancomunam. Não se preocupam com a
nossa presença, desde que lhes não penetremos a faixa mental, comungando-lhes
os interesses". O grupo penetrou no interior da casa de Luís, onde o
movimento era de pasmar. Desencarnados de horripilante aspecto iam e vinham,
através dos corredores extensos, conversando, aloucados, como se estivessem
falando para dentro de si próprios. O ouro constituía o assunto fundamental de
todos os solilóquios que se entrechocavam sem nexo. De repente, Silas
ausentou-se e, decorridos alguns minutos, voltou ao recinto. Conduziu então
Alzira para o aposento em
que Adélia , a dona da casa, repousava junto dos filhinhos,
explicando que não era conveniente que Alzira se encontrasse logo com os
cunhados transformados em
verdugos. Hilário , embora a contragosto, ali ficou, para a
proteção da companheira. A sós com André, Silas explicou-lhe que, para efetuar
o socorro com o proveito desejável, era preciso saber ouvir e que, em razão
disso, procurasse não lhe estorvar as atividades, mesmo que estranhasse as
atitudes que ele viesse a assumir. André compreendeu perfeitamente o recado de
Silas. (Obra citada, capítulo 8, pp. 105 e 106.)
Respostas às questões propostas
A. A avareza, a sovinice, o apego ao
dinheiro podem atrair Espíritos que intensifiquem ainda mais esse apego?
Sim. Foi o que
ocorreu com Luís, filho de Antônio Olímpio. Afinado aos sentimentos do pai e
apegando-se aos lucros materiais exagerados, sofria ele tremenda obsessão no
próprio lar. Ele enamorara-se do ouro com extremada volúpia e submetia a esposa
e os dois filhinhos às mais duras necessidades, receoso de perder seus haveres.
Clarindo e Leonel, não satisfeitos em lhe seviciarem a mente, conduziam para a
fazenda usurários e tiranos rurais desencarnados, para lhe agravarem a
sovinice. (Ação e Reação, cap. 8, pp. 99 e 100.)
B. O sono é necessário no processo de
restauração de Espíritos enfermos?
Evidentemente.
Por isso é ele largamente usado pelos benfeitores espirituais. No caso Antônio
Olímpio, graças à prece de Alzira, sua antiga esposa, viu-se que ele despertou,
mas foi logo levado ao sono induzido. Silas explicou: "A oração trouxe-lhe
imenso bem, mas não lhe convém o despertamento senão gradativo. O sono natural
e reparador ainda é uma necessidade em sua restauração positiva". (Obra
citada, cap. 8, pp. 103 e 104.)
C. Há indivíduos que mesmo estando
desencarnados continuam apegados ao dinheiro?
Sim. O caso
de Luís, filho de Olímpio e Alzira, constitui exemplo disso. Em sua residência,
atraídos por seus tios, desencarnados de horripilante aspecto iam e vinham,
através dos corredores extensos, conversando, aloucados, como se estivessem
falando para dentro de si próprios. E o ouro constituía o assunto fundamental
de todos os solilóquios que se entrechocavam sem nexo. (Obra citada, cap. 8,
pp. 105 e 106.)
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