sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Pérolas literárias (87)


Beleza da morte

Cruz e Souza


Há no estertor da morte uma beleza
Transcendente, ignota, luminosa.
Beleza sossegada e silenciosa,
Da Luz branca da Paz, trêmula e acesa.

É o augusto momento em que a alma, presa
Às cadeias da carne tenebrosa,
Abandona a prisão, dorida e ansiosa,
Sentindo a vida de outra natureza.

Um mistério divino há nesse instante,
No qual o corpo morre e a alma vibrante
Foge da noite das melancolias!

No silêncio de cada moribundo,
Há a promessa de vida em outro mundo,
Na mais sagrada das hierarquias.



Publicamos este soneto em homenagem à nossa irmã Lila de Oliveira – que desencarnou ontem em Brasília (DF) – e a todos os seus filhos, netos e demais familiares. O autor do soneto, Cruz e Souza, nasceu em Santa Catarina em 1861 e desencarnou em Minas Gerais no ano de 1898. O soneto em causa, psicografado pelo médium Chico Xavier, integra o Parnaso de Além-Túmulo.


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