Uma jovem senhora fez-nos de forma direta
duas perguntas:
• Por
que é preciso perdoar?
• Por
que há pessoas que não perdoam?
Em primeiro lugar, é bom lembrar que Jesus
falou-nos do perdão em inúmeras oportunidades e, quando forneceu à Humanidade
um modelo de prece, nela fez constar a conhecida frase: “Pai, perdoa as nossas
ofensas, como nós perdoamos aos nossos ofensores”.
Hoje, mais de dois mil anos depois,
podemos recorrer à Ciência, e não apenas ao Evangelho, para dizer que perdoar
faz bem.
Em Michigan (Estados Unidos),
pesquisadores do Hope College chegaram à conclusão de que perdoar as ofensas é
uma forma de manter a saúde e pode ser até mesmo crucial para a sobrevivência
da espécie.
A pesquisa conduzida pela citada
instituição comparou os batimentos cardíacos, a taxa de suor e outras reações
de pessoas expostas ao sofrimento ou à raiva que conseguiram ou não perdoar.
Tabulados os dados, eis a conclusão que
foi amplamente divulgada: perdoar faz bem ao corpo e não somente à alma, algo
que Jesus, com toda a certeza, sabia.
A doutrina ensinada pelos Espíritos
superiores inclui o perdão das ofensas, a indulgência para com as imperfeições
alheias e a benevolência para com todos entre as virtudes que formam o conceito
de caridade, tal como, segundo os instrutores espirituais, a entendia Jesus.
Perdoar faz bem porque, quando conseguimos
desculpar o erro ou a provocação de alguém contra nós, exoneramos o mal de
qualquer compromisso para conosco, ao mesmo tempo que nos desvencilhamos de
todos os laços suscetíveis de apresar-nos a ele.
Mágoa retida é doença para o Espírito, a
quem corrói as forças físicas e envenena a alma.
Em face disso, é necessário, para a
própria paz, ante quaisquer ofensas, perdoar sempre. Não foi, pois, sem razão
que Jesus disse a Pedro que não se deveria perdoar apenas sete vezes, mas
setenta vezes sete vezes.
No cap. 23 do seu livro Episódios Diários, obra psicografada por
Divaldo Franco, Joanna de Ângelis nos ensina:
“Só
os homens de pequeno porte moral se desforçam, tombando em fosso mais profundo
do que aquele em que se encontra o seu perseguidor.
Se desculpas o acusador, és melhor do que
ele.
Se perdoas ao inimigo, te encontras em
mais feliz situação do que a dele.
Se ajudas a quem te fere, seja por qual
motivo for, lograste ser um homem de bem, um verdadeiro cristão.
Desforço, jamais!”
*
No tocante à segunda pergunta (Por que há
pessoas que não perdoam?), é difícil estabelecer qual é, no caso concreto, o verdadeiro
motivo, que pode estar relacionado a dificuldades ocorridas no passado e ainda
não superadas. Mas, em qualquer caso, semelhante atitude decorre dessa chaga
moral chamada orgulho, pai do egoísmo e de todos os vícios que atravancam o
progresso espiritual das pessoas e do mundo.
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