Um leitor radicado na cidade
de São Carlos (SP) pergunta-nos se existe algum tipo de critério que analise a
real evolução positiva de um Centro espírita, ou seja, quão útil ele está sendo
aos frequentadores e à população? Tem como medir qual é o "melhor"
numa região para se frequentar?
Já tratamos, algum tempo
atrás, de uma questão parecida.
Na oportunidade, o leitor
indagava quais são os sinais e em que situações podemos considerar que
determinado Centro Espírita deixou de ser assistido pelos Bons Espíritos e
passou a ser controlado pelos Espíritos inferiores.
Para evitar emitir uma mera
opinião pessoal, recorremos à colaboração de diversos companheiros que escrevem
regularmente sobre Espiritismo. Com a participação dos confrades, elaboramos
então a nossa resposta, que adiante sintetizamos:
1. São inúmeros os fatos que
podem sugerir-nos que algo não vai bem na condução de um Centro Espírita, e
talvez seja muito difícil enumerar todos eles. Eis, contudo, alguns fatos que
concorrem para colocar em risco as atividades de um Centro Espírita:
a.
Definição e busca de objetivos distorcidos ou equivocados.
b.
Falta de rotatividade na escolha dos dirigentes do Centro.
c.
Prática do guiismo, pela qual o Centro Espírita se fia exclusivamente no que
diz seu guia espiritual, ainda quando sua orientação se revele absurda ou
contraditória.
d.
Adoção de práticas inadequadas, incompatíveis com as obras de Allan Kardec.
e.
Ausência de fraternidade e de harmonia; disputas entre dirigentes ou
trabalhadores; diz-que-diz; intrigas; ciumeiras exageradas; melindres; médiuns
não assíduos; trabalhadores em conflito.
f.
Atendimento mediúnico dado a problemas exclusivamente materiais.
g.
Formação de grupos que se apegam a cargos.
h.
Inexistência de estudos doutrinários regulares.
i.
Falta de interação com outras Casas Espíritas ou com os órgãos de Unificação, a
federativa estadual e os órgãos que a representam.
j.
Inexistência de atividades de assistência e promoção social.
k.
Realização de promoções para arrecadar recursos por meio de bingos, jogos de
azar ou atividades, como os jantares dançantes, em que o álcool esteja presente.
2. Se determinado Centro
Espírita se encontra sob a influência de Espíritos inferiores e enganadores, é
claro que é possível reverter a situação e resgatar a simpatia dos Benfeitores
espirituais, porque, em verdade, eles
não se afastam efetivamente; apenas aguardam a boa vontade, a boa determinação
e as boas ações dos dirigentes do Centro, o que fará com que voltem. Dá-se aí
algo parecido com a atuação dos chamados anjos de guarda ou protetores
espirituais, como nos é dito na questão 495 d´O Livro dos Espíritos.
A oração, a decisão séria de
mudança, a eliminação dos fatores acima citados, a busca da harmonia e da paz,
aliadas a promoções doutrinárias que ergam o nível das atividades da Casa, eis
ações que aos poucos farão com que o Centro Espírita volte ao caminho do qual
jamais deveria ter-se afastado.
Segundo Miguel Vives y
Vives, os Centros Espíritas devem ser a Cátedra do Espírito da Verdade, porque,
se não servirem ao Espírito de luz, sofrerão a influência do Espírito das
trevas. Não há fórmula para atrair os Espíritos de luz; por isso, é necessário
observar algumas regras para atraí-los e fazer-lhes agradável a permanência nas
reuniões. Assim, os Centros Espíritas devem ser casas de amor, de caridade, de
indulgência, de perdão, de humildade, de abnegação, de virtude, de bondade e de
justiça, a fim de que possam atrair os Bons Espíritos. (Cf. O Tesouro dos Espíritas, 1ª Parte, Guia Prático para a Vida
Espírita, tradução de J. Herculano Pires, págs. 107 a 115.)
Esperamos que as observações
acima possam dar ao leitor os subsídios necessários para que ele mesmo obtenha
a resposta ao que nos perguntou.
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