quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Pérolas literárias (124)



O sinal

Cármen Cinira


Quando chegamos do País do Gozo,

Nossa alma sem repouso

Traz o sinal das trevas do pecado.

Nossa alegria é um riso envenenado.

A palavra disfarça o coração

E a nossa dor é desesperação.

Tudo é sombra. A verdade não tem voz.

Muita vez, tudo é queda dentro em nós.


Mas os que vêm do Mundo dos Deveres

Guardam a luz de místicos prazeres.

Não têm palmas da Terra impenitente...

Como tudo, porém, é diferente!...

Sua alegria é um fruto adocicado,

Sua palavra é um livro iluminado,

Sua dor alivia as outras dores.

Trazem o amor de todos os amores,

Revelando na vida transitória

O sinal do Calvário aberto em glória!



Cármen Cinira, nome literário de Cinira do Carmo Bordini Cardoso, nasceu no Rio de Janeiro em 1902, e faleceu em 30 de agosto de 1933. O poema acima faz parte do Parnaso de Além-Túmulo, obra psicografada por Francisco Cândido Xavier.



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