Depois da Morte
Léon Denis
Parte 11
Damos sequência ao estudo
metódico e sequencial do livro Depois da
Morte, de autoria de Léon Denis, de acordo com a tradução feita por
Torrieri Guimarães, publicada pela Hemus Livraria Editora Ltda. Esperamos que
este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos
do Espiritismo.
- questões preliminares
- texto para
leitura.
As respostas
correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto
indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Como devemos ver
a caridade e o perdão?
B. Podemos
considerar virtudes a paciência e o amor?
C. Como o espírita
encara a perda dos seres amados?
D. Em que consiste a
prece e como devemos fazê-la?
Texto para leitura
216. Não é caridade
somente a solicitude pelos miseráveis: a caridade material, ou beneficência,
pode aplicar-se a certas pessoas sob a forma de socorro, encorajamento e
amparo. (P. 286)
217. A caridade
moral deve estender-se a todos, e não consiste em esmola, mas em uma
benevolência que deve envolver todos os homens e regular as nossas relações com
eles, coisa que todos podemos praticar. (P. 286)
218. O homem
caridoso faz o bem ocultamente e dissimula suas boas obras, enquanto o vaidoso
grita aos quatro ventos o bem que faz. (P. 287)
219. Nessas
condições, a ingratidão e a injustiça não ferem o homem caridoso, porque
pratica o bem sem esperar dele nenhuma recompensa. (P. 287)
220. Tudo o que o
homem faz por seus irmãos imprime-se no grande livro fluídico, cujas páginas se
perdem nos tempos. (P. 289)
221. Se o orgulho é
o pai dos vícios, a caridade é a mãe da virtude: dela derivam a paciência, a
doçura, a prudência nos propósitos. (P. 290)
222. O dever da alma
que aspira aos céus elevados é perdoar; a vingança, o duelo, a guerra são vestígios
do estado selvagem. (PP. 290 e 291)
223. Um dia
abençoaremos aqueles que foram duros e sem piedade conosco, pois de sua iniquidade
terá surgido o nosso bem espiritual. (P. 291)
224. A paciência é a
qualidade que nos ensina a suportar com calma todas as dores: ela não consiste
em sufocar em nós toda sensação, mas em buscar, além do horizonte da vida
atual, as consolações que nos mostram a relatividade e insignificância das
tribulações materiais. (P. 292)
225. O amor é a
atração celestial das almas, a potência divina que une os mundos, governa-os,
fecunda-os; o amor é o olhar de Deus! A ardente paixão que suscita os apetites
carnais é apenas uma sombra do amor. (P. 294)
226. O amor,
profundo como o mar, infinito como o céu, abrange todos os seres: Deus é o seu
foco. Todos os seres são feitos para amar. (P. 296)
227. O sofrimento é
lei de nosso planeta; assim, apenas para quem não enxerga o futuro, a pobreza,
a enfermidade e a doença são um mal. (P. 299)
228. A dor, sob
todas as formas, é o remédio supremo das imperfeições e das enfermidades da
alma; sem a dor não é possível a sua cura. (P. 299)
229. A obra da dor é
fecunda; faz germinar em nós tesouros de piedade, de ternura, de afeto: aqueles
que não a conhecem nada valem. (P. 300)
230. Se existe
provação cruel, é a perda dos seres amados; contudo, uma morte prematura é, com
frequência, um bem para o Espírito que parte, livre dos perigos e das seduções
da Terra. (P. 304)
231. A separação
produzida pela morte é apenas aparente: os filhos, a mãe adorada estão ainda
conosco; seus fluidos, seus pensamentos envolvem-nos, seu amor protege-nos e
podemos até, às vezes, comunicar-nos com eles e receber seu encorajamento e
seus conselhos. (P. 304)
232. A prece,
refúgio supremo dos aflitos, dos corações magoados, deve ser uma expansão
íntima da alma para com Deus, um colóquio solitário, uma meditação sempre útil
e em geral fecunda. (P. 308)
233. A prece é a
elevação da alma acima das coisas terrenas, é uma ardente invocação às
potências superiores. (P. 308)
234. Nesse colóquio
com a Potência suprema, a linguagem deve ser espontânea e variar segundo as
necessidades e o estado de alma da pessoa, podendo ser um simples pensamento,
uma lembrança, um olhar erguido ao céu. (P. 309)
235. Na prece diária
dirigida ao Eterno, o sábio não pede a felicidade, nem procura fugir às dores,
aos desenganos, às desventuras: o que ele deseja é conhecer a lei para melhor
cumpri-la e pede a ajuda dos bons Espíritos, para que o amparem nos dias
aflitivos da vida. Estes o atendem. (P. 310)
236. Quando uma
pedra cai na água a superfície desta vibra em esferas concêntricas: assim o
fluido universal é movido por nossas preces e nossos pensamentos,
estabelecendo-se uma corrente fluídica de uns para outros, porque todos os
seres e mundos estão imersos nesse fluido. (P. 311)
237. Assim acontece
com relação às almas que sofrem: a prece age à distância sobre elas como um
magnetismo, penetra os fluidos densos que as envolvem, ameniza suas angústias e
sua tristeza. (P. 311)
238. Reuni-vos para
orar: a prece feita em comum é um feixe de vontades, de pensamentos, de raios,
de harmonias e de perfumes, que se dirige com maior força à sua finalidade. (P.
312)
239. Ao fim de cada
dia, examinemos com cuidado as obras que realizamos: deploremos o mal cometido,
propondo-nos evitá-lo, e alegremo-nos pelo que tenhamos feito de útil e bom,
pedindo à sapiência suprema auxílio para realizarmos, dentro e à nossa volta, a
perfeita beleza moral. (P. 313)
Respostas às questões preliminares
A. Como devemos ver a caridade e o perdão?
Caridade não é
somente a solicitude pelos miseráveis. A caridade material, ou beneficência,
pode aplicar-se às pessoas sob a forma de socorro, encorajamento e amparo. A
caridade moral deve estender-se a todos, e não consiste em esmola, mas em uma
benevolência que deve envolver todos os homens e regular as nossas relações com
eles, coisa que todos podemos praticar. O homem caridoso faz o bem ocultamente
e dissimula suas boas obras, enquanto o vaidoso grita aos quatro ventos o bem
que faz. A ingratidão e a injustiça não ferem o homem caridoso, porque ele
pratica o bem sem esperar dele nenhuma recompensa. A caridade é a mãe da
virtude: dela derivam a paciência, a doçura, a prudência nos propósitos. O
dever da alma que aspira aos céus elevados é perdoar. O perdão é próprio das
almas elevadas; a vingança, o duelo, a guerra são vestígios do estado selvagem.
(Depois da Morte, cap. XLVII e
XLVIII, pp. 286 a 291.)
B. Podemos considerar virtudes a paciência e o amor?
Sim. A paciência é a
qualidade que nos ensina a suportar com calma todas as dores. Ela não consiste
em sufocar em nós toda a sensação, mas em buscar, além do horizonte da vida
atual, as consolações que nos mostram a relatividade e insignificância das
tribulações materiais. O amor é a
atração celestial das almas, a potência divina que une os mundos, governa-os,
fecunda-os; o amor é o olhar de Deus! O amor, profundo como o mar, infinito
como o céu, abrange todos os seres: Deus é o seu foco. Todos os seres são
feitos para amar. (Obra citada, cap. XLVIII e XLIX, pp. 292 a 296.)
C. Como o espírita encara a perda dos seres amados?
Segundo o
Espiritismo, não existe perda dos seres amados. A separação produzida pela
morte é apenas aparente: os filhos, o pai e a mãe adorada estão ainda conosco;
seus fluidos, seus pensamentos envolvem-nos, seu amor protege-nos e podemos
até, às vezes, comunicar-nos com eles e receber seu encorajamento e seus
conselhos. (Obra citada, cap. L, p. 304.)
D. Em que consiste a prece e como devemos fazê-la?
A prece deve ser uma
expansão íntima da alma para com Deus, um colóquio solitário, uma meditação
sempre útil e em geral fecunda. A prece é a elevação da alma acima das coisas
terrenas, é uma ardente invocação às potências superiores. Nesse colóquio com a
Potência suprema, a linguagem deve ser espontânea e variar segundo as
necessidades e o estado de alma da pessoa, podendo ser um simples pensamento,
uma lembrança, um olhar erguido ao céu. (Obra citada, cap. LI, pp. 308 a 312.)
Nota:
Links que
remetem aos textos anteriores:
Parte 1 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/11/iniciacao-aos-classicos-espiritas.html
Parte 2 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/11/iniciacao-aos-classicos-espiritas_18.html
Parte 3 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/11/iniciacao-aos-classicos-espiritas_25.html
Parte 4 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/12/iniciacao-aos-classicos-espiritas.html
Parte 5 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/12/iniciacao-aos-classicos-espiritas_9.html
Parte 6 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/12/iniciacao-aos-classicos-espiritas_16.html
Parte 7 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/12/iniciacao-aos-classicos-espiritas_23.html
Parte 8 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/12/iniciacao-aos-classicos-espiritas_30.html
Parte 9 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/01/iniciacao-aos-classicos-espiritas.html
Parte 10 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/01/iniciacao-aos-classicos-espiritas_13.html
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