Bastam
as boas atitudes como evidência
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Em meio a um momento escancarado no
qual muito do que deveria referir-se à particularidade é aberto em qualquer
canto do Planeta com um natural clique, realmente deve-se observar o que está
impulsionando o desejo em mostrar o íntimo, o sagrado, o tão particular. Cada
pessoa possui um universo que se deve respeitar, iniciando por si mesma. O
desejo de ser visto incessantemente nas mídias é necessário ou compensatório?
Se somos um universo individual,
somos também a luz e a energia, somos centelha divina, somos eternidade, não
necessitamos de fotos diárias, relatos constantes sobre o próprio dia a dia,
aliás, esse marketing não nos fará maior, no entanto, muito poderá nos
prejudicar, pois quando a imagem e as mecânicas cenas são como o pulsar, como
estará a essência desse coração? É de fato isso ou é um grito por socorro?
E infelizmente grande parte das
pessoas que tanto se evidencia é o oposto dessa aparência, essas pessoas não
estão felizes, não estão completas, não conquistaram ainda o que desejam, nem
possuem laços estreitos com milhares de amigos virtuais ‒ pois basta ter um
amigo verdadeiro ‒; essas pessoas fazem de conta e deixam de viver o grande
presente que é a vida com suas reais características. Elas se viciam em
(a)parecer sem ser e o tempo passa e a verdadeira felicidade é adiada.
Quanto há a conhecer, a experimentar,
a ler, a ensinar, a aprender, a sorrir, a compartilhar grandes atos, a
solidarizar, a melhorar e para isso tudo é preciso querer viver a vida real, a
vida abençoada. Então, torna-se essencial reservar a alma, a esplêndida luz que
habita cada uma em sua grandeza, todas as suas particularidades, suas riquezas
e, sinceramente, escancarando sua intimidade não é um meio coerente para essa
luz brilhar.
O respeito existe quando se inicia no
âmago, como todo benfazejo atributo, logo, tudo se deve iniciar no interior
para a compreensão e após o entendimento haverá condição de expandir-se. O que
se pensa ser sem realmente conquistar é perda de energia, é frustração, é
grande tristeza disfarçada de ilusório contentamento.
Na era tecnológica, a excedente
exposição virtual é frequente e comum, mas é necessária a pergunta: será que as
pessoas se interessam por minha história, será que é importante este tipo de
exposição para a sociedade e para mim? Perguntas simples que nos pouparão
chateações e constrangimentos. Entretanto, se as perguntas forem feitas a Deus,
sem sombra de dúvida, Ele responderá ao nosso coração que somos importantes
demais, somos os filhos de Sua criação, somos parte de Sua luz, somos os
herdeiros de Seu amor.
Pois bem, se nos voltarmos alguns segundos
diários ao Pai, nossa vida começará uma notável transformação e com essa
experiência maravilhosa quereremos dedicar-Lhe alguns minutos a mais e assim
sucessivamente. O coração estará sentindo o início da completude, seu grande
objetivo, e começará a entender a verdadeira paz de espírito que tanto almeja.
A alma, essência infinita, é
reservada, é sagrada. Sua verdadeira intimidade somente lhe diz respeito, são
os seus atos que falarão por si, a bondade, o ensinamento, a aprendizagem, a
alegria, a gratidão, a conduta, o amor, o respeito, a paciência, a doação ou
todo o contrário desses nobres sentimentos; escolha individual.
Então, que estejam em evidência as
positivas atitudes, pois essas muito atribuirão ao bom desenvolvimento da vida
e que a alma seja reservada quanto ao sutil orgulho disfarçado de desastrosas e
incontáveis aparições numa tela física que se desmancha em segundos.
Será com a tela das vivências e com o
seu número de acessos aos benéficos exemplos que deveremos nos preocupar, com
todos os benévolos atos, palavras, pensamentos e sentimentos, já que os bons
exemplos emitem luz e criam verdadeira alegria em senti-los e reproduzi-los,
sem contar a beleza que se tornam no contexto da vida e a real vontade
despertada em compartilhá-los.
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