Estamos
prontos para a partida?
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Se nosso momento chegar daqui a
alguns minutinhos e tivermos esse curto tempo para uma análise, estaremos mais
em paz ou mais aflitos?
Então, uma pergunta importantíssima
que deveríamos, com muita atenção, avaliar: Estamos prontos para a partida?
Creio que não, pois há tantos inícios
e bem poucas conclusões; também há muitas retificações a serem efetuadas. Há
mais obrigados a serem ditos e mais gratidão a ser manifestada. Há a
valorização pela vida a ser reconhecida, há o amor a ser mais vivido; o
carinho, a paz, o respeito, a caridade, a doçura, a bondade, a singeleza a
serem sentidos e realizados.
Há também a responsabilidade consigo,
com a família, com a sociedade; há sempre o melhor a ser feito; há a desculpa a
ser pedida e a falha a ser desculpada. Há muitos gestos a serem realizados e
tantos outros, refeitos para harmonizarem a caminhada. Somos eternidade e não
engano, dor arrependimento, tristeza; estes são apenas condição na aprendizagem
da vida. Lembremos sempre.
O sentimento de paz no coração é um
indício de que este está pronto para a partida, e isso não quer dizer que seja
a hora, ele está em paz com sua conduta, é o estado almejado pelo espírito.
Quanto mais a paz se verifica, mais próximos os passos estão do caminho certo e
as atitudes, ajustadas. Assim, como se ouve de sábios antigos e atuais, que a
melhor maneira de saber se se está trilhando uma estrada boa e fértil é observar
a conduta realizada e se gostaria de recebê-la na vida.
Quando houver o despertamento no
plano real acompanhado da compreensão do tanto que mais de benéfico poderia
ter-se realizado e tanto menos deveria ter-se complicado, somente a bondade do
Pai poderá conferir consolo ao coração. No entanto, aqui ainda estamos e
podemos melhorar todas as nossas condições para quando chegar o momento da
partida, aceitarmo-lo com a naturalidade e a alegria do verdadeiro retorno ao
lar. E a análise pode-se iniciar agora mesmo para quanto antes refazer os atos
equivocados e aprimorar os futuros caminhos com maior felicidade.
Penso que a partir do discernimento
entre propósitos relevantes dos insignificantes muito se poderá conquistar,
pois há situações desprezíveis que ganham notoriedade e desgastam a boa energia
dificultando e atrasando as verdadeiras realizações. Dar importância a algo
realmente importante, sem dúvida, é progresso. E comumente devemos observar o
que estamos fazendo, pensando e sentindo, visto que o acerto no comportamento é
o começo para a ocasião da partida em paz.
O ato correto inicia-se no próprio
coração e segue para o grupo familiar respeitando e amparando os que partilham
do desenvolvimento. Tudo o que é bom deve ser sentido primeiro pelo próprio ser
e, igualmente, estendendo-se para a família, amigos e para o convívio comum.
Todos os deveres são degraus para a conquista dos direitos. A exigência deve
ser muda perante a responsabilidade, pois exigir antes sem o cumprimento do
dever, de fato, não é respeitável prática, aliás, quando se trabalha com amor
não há tempo nem interesse para reivindicações.
E estaremos prontos para a partida
quando em nosso coração sentirmos a leveza e a felicidade pelo nosso melhor
realizado e, assim, como num fim de tarde em que podemos sentir ainda o
aconchego do calor do sol e ver a linda paisagem do campo verde e florido, a
nossa alma, naturalmente, em paz, poder voltar para o local mais apreciado na
vida: o verdadeiro lar.
Então, que a partir de agora nos
preparemos com mais amor para a partida.
Depende apenas do desejo do nosso
coração.
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