O medo
atrasa o encontro com o amor
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Os seres vivos, instintiva ou
racionalmente, sentem, em variados graus, este terrível assombro que é o medo.
Entretanto, esta abordagem será quanto ao sentimento perante a vida de forma
mais ampla e não relacionada ao senso de preservação, aliás, este muito
necessário.
Frente a situações diárias, há muitos
momentos nos quais relatamos sentir medo. No entanto, há necessidade ainda
maior de nos questionarmos o motivo pelo sentimento que põe amarras na
liberdade da vida. E caso haja mais calma, maior esclarecimento haverá.
Talvez exista medo de não conquistar
o objetivo, porém, se assim for, basta revisão das etapas para identificar a
falha e refazer ou recomeçar. Há o medo da inaceitação, pois bem, que desperte
antes de tudo o amor-próprio. Ocorre também o medo do todo, comece, então, por
conhecer-se a si mesmo e desvendará um universo lindo que se deseja libertar. O
medo de sentir medo já nos petrifica, logo, o início desse fim se dá em tirar
devagar cada casquinha do monstro que o próprio eu cria. Somos muito mais
capazes do que podemos imaginar.
E a partir da aquisição de
conhecimento, a luz começa a iluminar o caminho e o medo tende a perder espaço,
ou seja, o que antes era monstro terrível, hoje não passa de situação
incompreendida no passado. Todos possuímos a centelha da vida e as condições
para a obtenção do que nos é importante e preciso.
Um coração que sofre a consequência
das inúmeras paixões, por certo, será atormentado e não poderá ouvir o seu
próprio pulsar ou discernir o que tanto lhe faria bem, entretanto, se este
mesmo coração acalmar-se com a prece, o recolhimento, alcançará a harmonia e
sentirá que a paz e a serenidade são bem maiores que o medo, sentimento que
incapacita o progresso e a felicidade.
Algo extremamente útil para aniquilar
esse sentimento é identificar as situações que o proporcionam. São inúmeras,
podem ser pessoas com seus desequilíbrios de possessividade, apego, autoridade
descabida e que sufocam outros seres, sendo elas as mais infelizes; insegurança
pela falta de conhecer-se; o orgulho ilusório por sentir-se melhor que os
outros, sem nenhum mérito comprovado e com tão equivocado sentimento, pois quem
mais conquista nobreza, mais lhe pertence a simplicidade; a impaciência que não
sabe aguardar; o desconhecimento de tanto que se poderia, com vontade, conhecer
um pouco mais.
Ainda, em relação a essas incontáveis
possibilidades estão algumas ações e imensamente eficientes para dirimir o medo
que paralisa o encontro com o mais pleno sentimento: o amor. A fé é um
mecanismo esplendoroso de confiança que quando acionado torna-se infalível
antídoto contra o que aprisiona e retarda a leveza do bem-estar. A segurança
também é um recurso fabuloso contra o ignorante medo, e deveria despertar-se
muito antes, já que o Criador do Universo é o nosso Pai.
A gratidão e o respeito pela vida
também são atitudes muito favoráveis à coragem já que recebemos o mais nobre
presente que é viver. E a prece é o bálsamo sábio para a compreensão e a
valorização pelo que Deus nos presenteou. Portanto, outras ações podem muito
nos fortalecer na caminhada e nos livrar das tristes algemas que tentam
interromper o nosso progresso. Ou seja, tudo o que é bom combaterá o que talvez
um dia foi ameaça. E tudo o que é bom precisamos sentir antes por nós.
Medo: sentimento que nos distancia
terminantemente do amor.
Amor: sentimento que anima e
fortalece o que há de melhor na vida, cura, protege, perdoa, ampara, respeita,
confia e faz a centelha divina, de maneira esplêndida, iluminar-se e sentir-se
profundamente feliz, como de fato deve ser.
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