sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas




Por que creio na imortalidade da alma

Sir Oliver Lodge

Parte 4

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Por que creio na imortalidade da alma, de autoria de Sir Oliver Lodge, de acordo com a tradução feita por Francisco Klörs Werneck, publicada pela Federação Espírita do Estado de São Paulo em 1989.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de: 
1) questões preliminares; 
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

                           Questões preliminares

A. Qual é a finalidade da encarnação?
B. Qual a razão de ser da matéria?        
C. O que a mediunidade nos possibilitou?

Texto para leitura

40. Ora, o poder dirigente pode continuar a funcionar muito tempo depois do abandono do mecanismo subordinado, contudo não o poderá fazer sem instrumento. O espiritual e o material parecem continuamente em relação. A Divindade age por meio de seus agentes. O homem é um instrumento das forças superiores e ele próprio tem necessidade de instrumentos para o exercício e a manifestação de suas faculdades. (PP. 18 e 19)
41. A quarta proposição - um indivíduo é uma encarnação temporária de algo imortal - trata do problema da identidade pessoal. “Parece-me hoje provável - entende Lodge - que a individualidade se formou durante o isolamento da matéria, do que podemos chamar substância psíquica bruta, não experimentada. O corpo é gradualmente saturado pela psique ou alma não identificada, segundo as suas capacidades de recepção, porção infinitesimal no começo do processo, aumentando pouco a pouco numa medida certa em razão dos esforços e das oportunidades do ser.” (P. 19)
42. A alma, agora identificada, conserva suas capacidades, suas aptidões, seus gostos, a memória e a experiência adquiridas durante a vida terrena, adicionando esse acréscimo de valor ao Todo que ela junta, apropriado à sua natureza. (P. 20)
43. A quinta proposição implica a ideia de que a encarnação terrena tem um fim e que podemos compreender-lhe parcialmente a razão. “O corpo - assevera Lodge - é um belo instrumento de educação.” (P. 20)
44. Todo conhecimento, reconhece Lodge, é difícil de adquirir e exige certo esforço: sem instrução e sem esforços os nossos conhecimentos seriam bem limitados. “As dificuldades assim encontradas fazem parte da educação da alma; o valor do caráter individual depende do bom êxito de seus esforços, da utilização de condições especiais, enfim, da sabedoria dos meios de seu emprego. O episódio, que é a vida terrena, é, pois, de grande transcendência para desenvolver o caráter, ampliar os conhecimentos, cultivar novas amizades e aumentar, de um modo geral, a riqueza da vida.” (P. 21)
45. A sexta proposição afirma que as realidades são permanentes e não dependem dos veículos materiais que manifestam, ajudam e tornam possíveis as nossas compensações. (P. 21)
46. É preciso reconhecer, diz Lodge, que os nossos sentidos nos ensinam muito pouco, ou mesmo nada, diretamente do Universo em seu conjunto. “Eles nos limitam à percepção da matéria. Não percebemos mesmo, na realidade, senão vibrações, senão os corpos sonoros, luminosos ou iluminados, de onde eles provêm.” É por isso que a matéria desempenha papel tão vasto em nosso pensamento e certas pessoas são levadas a crer somente nela. (P. 22)
47. Tornar possível à alma a encarnação é a mais alta função da matéria, é a sua apoteose. Essa é sua glória principal e sua razão de ser, porque a alma é a fôrma e o modelo do corpo, que é feito para encaixar e auxiliar a alma. (P. 23)
48. A sétima proposição comporta a prova da sobrevivência humana, uma questão de importância capital. Eis a pedra de toque do problema e, para tanto, devemos recorrer à experiência, guiar-nos por fatos resultantes da observação e estabelecer a sobrevivência da alma individual, não por meio da lógica, mas por meio de fatos. (PP. 24 e 25)
49. O meio mais direto de fazê-lo seria seguramente o de permanecermos em comunicação com os mortos, para sabermos se eles sempre existem e se conservam, sem modificação, o caráter e a memória. (P. 26)
50. A mediunidade nos possibilitou essa comunicação, porque encontramos seres cuja faculdade receptiva ou telepática é particularmente desenvolvida: são os chamados médiuns, e é por eles, e com o auxílio deles, que nos é possível obter o privilégio da comunicação indireta com os desencarnados. (P. 27)
51. Essa faculdade parece independer de raça, sexo, educação e mesmo da inteligência. Encontra-se nos homens, nas mulheres e nas crianças. Uns são instruídos, outros ignorantes, mas a maior parte deles são criaturas comuns e simples que não seriam jamais consideradas pessoas excepcionais. (P. 27)
52. A maneira de exercer os dons varia segundo os casos. A faculdade receptiva não é nunca contínua. Uma certa serenidade é bem necessária. O organismo corpóreo é posto em ação por uma inteligência que não é a sua. Em certos casos, o operador espiritual age diretamente sobre o organismo, por intermédio do aparelho cérebro neuromuscular. Em outros casos, a transmissão parece de natureza telepática. (P. 27)

Respostas às questões preliminares

A. Qual é a finalidade da encarnação?
A finalidade da encarnação é o desenvolvimento da alma. O corpo, diz Lodge, “é um belo instrumento de educação”. (Por que creio na imortalidade da alma, p. 20.) 
B. Qual a razão de ser da matéria?        
Tornar possível à alma a encarnação é a mais alta função da matéria, é a sua apoteose. Essa é sua glória principal e sua razão de ser, porque a alma é a fôrma e o modelo do corpo, que é feito para encaixar e auxiliar a alma. (Obra citada, p. 23.) 
C. O que a mediunidade nos possibilitou?
A mediunidade nos propiciou a comunicação com os chamados mortos, com o que ficamos cientes de que eles continuam a existir e conservam, sem modificação, o caráter e a memória. (Obra citada, p. 26.)


Nota:
Links que remetem aos textos anteriores:







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