sexta-feira, 3 de março de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas




Por que creio na imortalidade da alma

Sir Oliver Lodge

Parte 5

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Por que creio na imortalidade da alma, de autoria de Sir Oliver Lodge, de acordo com a tradução feita por Francisco Klörs Werneck, publicada pela Federação Espírita do Estado de São Paulo em 1989.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Como é que os Espíritos se apresentam a nós encarnados?
B. Que é preciso para comunicar-nos com os desencarnados?
C. Como Lodge resume em poucas palavras a história da Ciência?

Texto para leitura

53. As mensagens mediúnicas são muitas vezes recebidas por pessoas que perderam algum familiar. É assim que elas chegam a pôr-se em relação com os seus caros mortos e a descobrir que a memória, a afeição e o caráter deles persistem sempre. (P. 27)
54. A prova da identidade do comunicante é dada por este e às vezes é tão forte que o ceticismo da pessoa aflita desaparece e o consolo e a esperança lhe voltam ao coração. (P. 28)
55. “Para mim - diz Oliver Lodge - a evidência é virtualmente completa e não tenho mais dúvida alguma sobre a existência e a sobrevivência da personalidade, do mesmo modo que não a tenho sobre a dedução de uma experiência qualquer, comum e normal.” (P. 28)
56. Lodge acrescenta que os comunicantes se apresentam mais ou menos como eram neste mundo. Eles progridem gradualmente, mas não perdem logo o seu contato com a Terra. Em geral, eles fazem-nos sentir a importância da existência terrena, a responsabilidade dos nossos atos, a manutenção do nosso caráter, o valor do trabalho e da atividade no Além, embora sua compreensão das coisas esteja longe de ser completa, pois seu saber é apenas um pouco maior do que o nosso. Não devemos, pois, considerá-los como “oráculos ou fontes de informações infalíveis”. (PP. 28 e 29)
57. Uma das objeções feitas à utilização dos médiuns para o recebimento das mensagens é esta: por que não podemos comunicar-nos diretamente com o Além? Ora, os que possuem faculdades mediúnicas podem fazê-lo, mas os que não as possuem devem recorrer aos meios conhecidos. Aliás, é assim que ocorre com todos os nossos meios de comunicação. Para falar, valemo-nos das vibrações atmosféricas; para ver, utilizamos as vibrações etéricas; para o tato, o nosso próprio corpo físico. (P. 29)
58. Desse modo, para comunicar-nos com os desencarnados, somos obrigados a servir-nos do mecanismo corporal de certas pessoas que possuem a faculdade necessária para uma comunicação de tal espécie. (P. 30)
59. Essa faculdade talvez nos seja misericordiosamente recusada, para que possamos ocupar-nos de nossos afazeres e cumprirmos nossos deveres. Um médium é uma pessoa que sacrifica parte de sua existência para correr em auxílio de seus semelhantes. Devemos, pois, ser-lhes gratos e tornar sua tarefa mais fácil. (P. 30)
60. A ideia de lhes censurar, em alguns casos, o recebimento de uma remuneração modesta, que lhes permita viver devotado ao serviço alheio, é inteiramente absurda. (P. 30) (N.R.: Entende-se tal afirmação quando partida de um experimentador não espírita, como Oliver Lodge. O espiritista deve, no entanto, seguir a recomendação kardequiana contida no cap. 26, itens 9 e 10, d’ O Evangelho segundo o Espiritismo.)
61. Outrora, a telegrafia sem fio era considerada impossível e hoje é uma banalidade. A existência do éter universal também foi contestada, embora sintamos o seu contato quando nos aquecemos diante do fogo ou ao Sol, e quando transmitimos mensagens por seu intermédio. Lodge declara, porém, estar absolutamente certo de que existe um meio físico para a comunicação telepática, de que o éter do espaço é necessário para esse fim e de que a nossa vida se encontra constantemente associada a essa substância antes que com a matéria. (PP. 30 e 31) (N.R.: Lodge está-se referindo, ao tratar do éter universal, ao fluido cósmico universal. Tudo se resume, como vemos, a uma questão de terminologia.)
62. A história da Ciência é, sem dúvida, o quadro de resultados interessantes, mas é também o registro da oposição e da obstrução conservadoras. As teorias dominam o mundo e as hipóteses novas são mal acolhidas. A notícia sobre a circulação do sangue foi acolhida com desdém. Os defensores da verdade têm apanhado sempre a luva da crítica hostil e alguns tiveram de fugir à perseguição, como os anatomistas, que foram obrigados a prosseguir nos seus estudos em segredo. (P. 33)
63. Nada, pois, de espantar que as investigações de Sir William Crookes sobre os fenômenos psíquicos tenham sido mal recebidas, desprezadas e deixadas completamente fora do domínio científico. O ceticismo foi fundamental nesse episódio, visto que os membros da Royal Society se recusaram a verificar o que lhes parecia impossível. (P. 34)
64. É preciso compreender que o método experimental e o método do livre exame dos fenômenos não têm numerosos séculos no seu ativo. Ele foi sustentado por Francis Bacon e Lord Verulam, mas, quando posto em prática por Galileu, consideraram-no uma novidade quase ímpia, porque os resultados assim obtidos estavam muitas vezes em contradição com ensinos tradicionais que tinham a autoridade de séculos ou mesmo de milênios. (P. 34)
65. Pode-se dizer que atualmente nada existe, nas doutrinas estabelecidas sobre as ciências mecânicas, físicas ou químicas, que se possa considerar muito sagrada ou absolutamente certa, de modo a evitar a sua reconsideração, melhoria ou reforma. A tolerância atual em admitir teorias revolucionárias, como as do Quanta e da Relatividade, é levada ao extremo, porque tais hipóteses são formuladas livremente, sem a mínima prova, e admitidas como um passo preliminar para um conhecimento futuro mais amplo e mais elevado. (P. 35)

Respostas às questões preliminares

A. Como é que os Espíritos se apresentam a nós encarnados?
Eles se apresentam mais ou menos como eram neste mundo e, embora progridam, não perdem logo o seu contato com a Terra. Em geral, eles fazem-nos sentir a importância da existência terrena, a responsabilidade dos nossos atos, a manutenção do nosso caráter, o valor do trabalho e da atividade no Além, embora sua compreensão das coisas esteja longe de ser completa, pois seu saber é apenas um pouco maior do que o nosso. (Por que creio na imortalidade da alma, pp. 28 e 29.)
B. Que é preciso para comunicar-nos com os desencarnados?
Para comunicar-nos com os Espíritos, somos obrigados a servir-nos do mecanismo corporal de certas pessoas, a quem chamamos médiuns, que possuem a faculdade necessária para uma comunicação dessa espécie. (Obra citada, p. 30.)
C. Como Lodge resume em poucas palavras a história da Ciência?
A história da Ciência, diz ele, é o quadro de resultados interessantes, mas é também o registro da oposição e da obstrução conservadoras. As teorias dominam o mundo e as hipóteses novas são mal acolhidas. A notícia sobre a circulação do sangue foi acolhida com desdém. Os defensores da verdade têm apanhado sempre a luva da crítica hostil e alguns tiveram de fugir à perseguição, como os anatomistas, que foram obrigados a prosseguir nos seus estudos em segredo. (Obra citada, p. 33.)


Nota:
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