Por que creio na imortalidade da alma
Sir Oliver Lodge
Parte 8
Damos prosseguimento
ao estudo metódico e sequencial do livro Por
que creio na imortalidade da alma, de autoria de Sir Oliver Lodge, de
acordo com a tradução feita por Francisco Klörs Werneck, publicada pela
Federação Espírita do Estado de São Paulo em 1989.
Esperamos que este
estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do
Espiritismo.
Cada parte compõe-se
de:
1) questões preliminares;
2) texto para
leitura.
As respostas
correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto
indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Que é que Lodge
fala sobre o conteúdo das comunicações dos Espíritos?
B. Como Lodge
considerava as palestras mantidas com os Espíritos?
C. Por que para
algumas pessoas é difícil acreditar nas comunicações mediúnicas?
Texto para leitura
92. Como exemplo de
comunicações com os mortos, Oliver Lodge relata diversos trechos de palestras
realizadas com seu filho Raymond, então desencarnado, a respeito do Além e das
condições da vida post mortem. (PP.
65 e 66)
93. Lodge mostra,
com esse relato, que as palestras com o Além não se limitam aos afazeres
domésticos e a outras ninharias, mas, com frequência, tratam de assuntos mais
elevados e mais generosos. (PP. 66 e 67)
94. Os diálogos
transcritos datam de 16 de setembro de 1927. A médium é a senhora Gladys
Osborne Leonard e o comunicante é Feda, uma índia americana que desencarnou
mocinha. Feda é, no caso, uma mera intermediária de outros Espíritos, como Myers
e Raymond, e transmite o que eles lhe dizem. (P. 67)
95. Eis algumas
informações contidas nesses diálogos: I) Aos Espíritos protetores é permitido
auxiliar-nos por todos os meios que não afetam o nosso livre-arbítrio. II) Os
protetores espirituais não têm permissão para hipnotizar-nos e fazer-nos mudar
de intenção, mas podem sugerir-nos algumas coisas e recordar certas condições,
esperando que mudemos de resolução por nós mesmos. III) A evolução do Espírito
é toda a razão de ser da vida. IV) O livre-arbítrio é o fator que permite ao
homem escolher entre o bom e o mau: os Espíritos não podem escolher em nosso
lugar. V) Os protetores espirituais podem conduzir-nos ao bom caminho, sem nos
forçar, e, se escolhemos tal caminho, lhes é permitido ajudar-nos por todos os
meios possíveis. VI) Pode-se modelar o corpo etérico de uma coisa – um piano,
um relógio, uma mesa – amando-a e gostando de sua companhia. Assim se lhes
imprime uma espécie de vida etérica, se lhes dá o molde mental ou a forma
etérica dela. (PP. 68 a 70)
96. A modelagem do
corpo etérico de um objeto é, segundo Raymond, algo semelhante a uma
materialização às avessas. Depois de dizer isto, Raymond informou que ele e os
Espíritos não veem as coisas materiais. “Quando dizemos que fazeis tal ou qual
coisa é porque os vossos pensamentos nos orientam.” (P. 70)
97. Cauteloso,
Oliver Lodge adverte, ao fim desses diálogos: “Não preciso dizer que considero
essas palestras como um debate entre amigos e em que ninguém é infalível,
embora alguns estejam mais bem informados do que outros. Não se deve
considerá-las como oráculos, porém bastas vezes são sugestivas. Toda tendência
para muita fé em informação obtida de outro modo que não pelos nossos próprios
esforços deve ser desaprovada”. “Isso pode ser demonstrado por exemplos da Antiguidade.”
(P. 72)
98. Examinada, em seguida,
a questão dos oráculos e sua validade, Lodge menciona a notável experiência de
Creso, rei de uma grande parte da Ásia Menor, a qual comprova o valor dos
oráculos quando consultados seriamente. Seis mensageiros foram enviados por
Creso a seis oráculos diferentes, os mais famosos de seu tempo, desde a Grécia
do Norte até à longínqua Líbia. No centésimo dia de sua partida, eles deveriam
perguntar aos oráculos o que Creso fazia em tal momento, trazendo por escrito
sua resposta. (P. 73)
99. Heródoto diz ter
tomado ciência apenas da resposta dada por uma pitonisa de Delfos, que satisfez
plenamente o rei Creso, porque era, entre todas, a mais clara. O rei Creso, que
só decidiu o que fazer no último momento, quando chegou o dia pretendido,
cortou em pedaços uma tartaruga e um carneiro e os fez cozinhar juntos em um
caldeirão de bronze, fato que a pitonisa de Delfos descrevera em versos
hexamétricos que se tornaram famosos. (PP. 73 e 74)
100. O resto da
história, todo mundo sabe, não foi tão feliz, porque Creso, fiando-se
imprudentemente no oráculo, enviou uma segunda pergunta a propósito de sua
projetada invasão da Pérsia. A resposta recebida dava lugar a dupla
interpretação e ele agiu segundo a pior, com resultados desastrosos. Ciro, que
o venceu em batalha, antes de executá-lo ouviu-o citar Sólon: “Não chameis
nenhum homem de feliz antes de estar morto” e, magnânimo, poupou-lhe a vida.
(P. 74)
101. Lodge diz que
uma das razões pelas quais certas pessoas acham que é difícil acreditar nas
comunicações mediúnicas é que elas não fazem nenhuma ideia do seu processo, de
modo que isso lhes parece estranho e impossível. Ora, se fizermos a análise do
processo da conversação entre nós, encarnados, descobriremos aí traços tão
bizarros como aqueles que encontramos na literatura espírita. (P. 75)
102. Se queremos
comunicar-nos com nossos companheiros, clara e inteligentemente, é preciso
fazer mais do que pensar as ideias que desejamos enviar: é preciso dizê-las ou
escrevê-las e com este fim empregar um cérebro e um mecanismo nervoso para pôr
em ação certos músculos. Em outros termos, é preciso governar uma máquina
corporal de modo que ela seja impelida a fazer sinais convencionais em uma
folha de papel ou produzir vibrações na atmosfera de um modo previamente
estabelecido, chamado linguagem. (P. 77)
103. Estamos de tal
forma habituados a esse método de comunicação oral ou pitoresca, que ele nos
parece não só natural, mas inevitável; todavia, não é verdadeiramente um
processo simples, porquanto tanto mais o analisamos mais ele nos surpreende.
(PP. 77 e 78)
104. Quando
refletimos sobre a natureza verdadeira da palavra, da escrita e da produção
artística, é inteiramente surpreendente que as ideias e as emoções possam ser
transmitidas dessa maneira. (P. 78)
Respostas às questões preliminares
A. Que é que Lodge fala sobre o conteúdo das
comunicações dos Espíritos?
Ele mostra, em sua
obra, que as palestras com o Além não se limitam aos afazeres domésticos e a
outras ninharias, mas tratam, com frequência, de assuntos mais elevados e mais
generosos. (Por que creio na imortalidade
da alma, págs. 66 e 67.)
B. Como Lodge considerava as palestras mantidas com os
Espíritos?
Ele as considerava
como um debate entre amigos, em que ninguém é infalível, embora alguns estejam
mais bem informados do que outros. Não devemos considerá-las como oráculos,
embora sejam bastas vezes sugestivas. Toda tendência para muita fé em informação
obtida de outro modo que não pelos nossos próprios esforços deve ser
desaprovada. “Isso pode ser demonstrado por exemplos da Antiguidade.” (Obra
citada, pág. 72.)
C. Por que para algumas pessoas é difícil acreditar nas
comunicações mediúnicas?
Uma das razões pelas
quais certas pessoas acham difícil acreditar nas comunicações mediúnicas é que
elas não fazem nenhuma ideia do seu processo, de modo que isso lhes parece
estranho e impossível. Mas, se fizermos a análise do processo da conversação
entre nós, encarnados, descobriremos aí traços tão bizarros como aqueles que
encontramos na literatura espírita. (Obra citada, pág. 75.)
Nota:
Links que remetem aos 5 textos
anteriores:
Parte 3 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-aos-classicos-espiritas_17.html
Parte 4 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-aos-classicos-espiritas_24.html
Parte 5 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-aos-classicos-espiritas.html
Parte 6 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-aos-classicos-espiritas_10.html
Parte 7 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-aos-classicos-espiritas_17.html
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