Memórias do Padre Germano
Amalia Domingo Soler
Parte 1
Damos início hoje ao estudo do livro Memórias do Padre Germano, que vamos
realizar com base na 21ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo constitua
para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Como foi escrito o livro Memórias do Padre Germano?
B. Pode o criminoso, em seu remorso,
ver o Espírito de sua vítima?
C. Que avaliação Germano fazia dos
sacrifícios impostos aos sacerdotes católicos?
Texto para leitura
1. Amalia Domingo Soler diz, no seu
prefácio, que as Memórias do Padre
Germano começaram a ser publicadas em 29 de abril de 1880 no jornal
espírita “A Luz do Porvir”, e só depois foram reunidas em livro. Perseguido por
seus superiores hierárquicos, Padre Germano viveu desterrado em obscura aldeia,
palco de grande parte das histórias aqui relatadas, onde realizou um trabalho
notável que engrandeceria qualquer pessoa que pretenda tornar-se cristã na
verdadeira acepção do termo. (PP. 11 a 13)
2. O Espírito do Padre Germano
valeu-se, para ditar suas memórias, de um médium falante inconsciente,
auxiliado por alguém que fosse capaz de registrar, sentir, compreender e
apreciar o que ele dissesse. Essa a tarefa que coube a Amalia Domingo Soler, um
dos maiores vultos do Espiritismo na Espanha, que trabalhou com o médium e o
Padre Germano na redação destas Memórias até 10 de janeiro de 1884. (P. 12)
(N.R.: Nesta obra, a partir da pág. 367, foi incluído pela Editora da FEB um
apêndice intitulado “Recordações”, ditado pelo Espírito do Padre Germano ao
médium Chico Xavier e publicado inicialmente no “Reformador”, em fevereiro e
março de 1932.)
3. O cap. 1, intitulado “Remorso”,
focaliza o caso do juiz que relatou ao Padre Germano, em confissão, ter matado
um homem, vítima de misterioso crime do qual uma pessoa acabara de confessar-se
culpada perante o Tribunal. Tendo sido nomeado juiz daquela causa, ele não
podia, evidentemente, condenar o réu confesso. Como proceder então? O conselho
do Padre ao juiz foi claro: já que o réu gozava perfeito equilíbrio das
faculdades mentais, ele não deveria ter remorso em condená-lo, visto que
provavelmente a confissão fora provocada por remorso de um outro crime. (PP. 16
a 18)
4. Dito e feito. Ao ouvir o homem que
se dizia culpado, Padre Germano teve confirmada a sua suspeita. “Padre –
disse-lhe então o infeliz –, como é triste a existência do criminoso! Dez anos
há que matei uma pobre moça e há tantos sua sombra me persegue! Ainda agora,
aqui está ela entre nós dois!” Pouco depois, ao subir ao patíbulo, ele
acrescentou: “Lá está ela no lugar do carrasco... Padre, rogai a Deus para que
não mais a veja após a morte, se é que os mortos se veem na eternidade...” (P.
18)
5. Para sossego do juiz homicida,
Padre Germano repetiu-lhe quanto dissera o outro Caim. Um ano depois, o juiz
entrava para um manicômio, do qual não mais sairia. (P. 19)
6. No cap. 2, intitulado “As Três
Confissões”, Padre Germano deixa evidente sua ojeriza pelo confessionário e
informa ter sido educado no mais rigoroso ascetismo, no seio de uma comunidade
religiosa, sem haver conhecido sua mãe. “Serás ministro de Deus e fugirás da
mulher, porque Satanás dela se vale para perder o homem”, eis o que lhe
inculcaram desde cedo. Só mais tarde, porém, é que compreenderia que o sacrifício
do sacerdote católico é contrário às leis naturais. (PP. 20 e 21)
7. Uma experiência marcante em sua
vida, quando ele contava 35 anos, é também relatada neste capítulo: foi quando
conheceu uma jovem entre 12 e 14 anos, que lhe confessou amá-lo. A menina
pálida dos cabelos negros ficou-lhe gravada na mente, e durante muito tempo os
jasmins que trazia na fronte perturbaram com seu perfume o seu sono e as suas
orações, até que, oito anos mais tarde, um apressado cavaleiro chegou à sua
aldeia pedindo-lhe fosse atender sua esposa, então moribunda, que queria, antes
de morrer, confessar-se. (PP. 22 e 23)
8. A jovem Duquesa, vencida por uma
febre insidiosa, era a mesma menina pálida de cabelos negros, que lhe reiterou
o mesmo amor confessado oito anos antes. Dois dias depois ela expirou,
rogando-lhe: “Quero que me enterrem aqui nesta aldeia e neste cemitério, para
estar junto de vós, morta, já que o não pude estar em vida”. (PP. 23 e 24) (Continua na próxima edição.)
Respostas às questões preliminares
A. Como foi escrito o livro Memórias
do Padre Germano?
Padre Germano valeu-se, para ditar
suas memórias, de um médium falante inconsciente, auxiliado por alguém que
fosse capaz de registrar, sentir, compreender e apreciar o que ele dissesse.
Essa foi a tarefa que coube a Amalia Domingo Soler, um dos maiores vultos do
Espiritismo na Espanha, que trabalhou com o médium e o Padre Germano na redação
das Memórias até 10 de janeiro de 1884. (Memórias
do Padre Germano, pág. 12.)
B. Pode o criminoso, em seu remorso, ver o Espírito de sua vítima?
Sim. Foi o que lhe confessou um homem
que havia matado uma moça. “Padre – disse-lhe então o infeliz –, como é triste
a existência do criminoso! Dez anos há que matei uma pobre moça e há tantos sua
sombra me persegue! Ainda agora, aqui está ela entre nós dois!” Pouco depois,
ao subir ao patíbulo, ele acrescentou: “Lá está ela no lugar do carrasco...
Padre, rogai a Deus para que não mais a veja após a morte, se é que os mortos
se veem na eternidade...” (Obra citada, pág. 18.)
C. Que avaliação Germano fazia dos sacrifícios impostos aos sacerdotes
católicos?
Além de sua evidente ojeriza pelo
confessionário, Padre Germano entendia que o sacrifício do sacerdote católico é
contrário às leis naturais. (Obra citada, pp. 20 e 21.)
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Eu acabei de ler o livro muito bom vale a pena conferir,mas vou fazer o estudo do livro com vocês obrigada
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