Cristianismo e
Espiritismo
Léon Denis
Parte 12
Continuamos o estudo do livro Cristianismo e Espiritismo, que estamos realizando com base na 6ª
edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, tradução de Leopoldo
Cirne.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma
de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas
encontram-se no final do texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. É certo dizer que o homem possui muitas consciências?
B. Por que constitui uma tolice atribuir aos demônios as
manifestações espíritas?
C. Cite um dos perigos que pode apresentar a prática
espírita.
Texto para
leitura
155. É preciso recordar que a doutrina dos Espíritos foi
constituída mediante numerosas comunicações, obtidas por médiuns escreventes,
aos quais eram absolutamente estranhos tais ensinos. Quase todos haviam sido
embalados em sua infância pelos ensinos das igrejas, pelas ideias de inferno e
paraíso. (P. 199)
156. Conforme demonstrou Charles Richet, o que se denomina
a dupla personalidade representa, simplesmente, os diversos estados de uma
única e mesma personalidade. O inconsciente não é, pois, mais que uma forma da
memória, o despertar em nós de lembranças, de faculdades, de capacidades
adormecidas. (P. 200)
157. Temos podido verificar nas inúmeras experiências em
que temos tomado parte durante mais de 30 anos que em lugar nenhum os seres
invisíveis se apresentam como “inconscientes”, ou “egos” superiores dos
médiuns, mas sempre como personalidades diferentes, na plenitude de sua consciência,
como individualidades livres que viveram na Terra. (P. 201)
158. Do estudo constante e do exame atento do ser humano,
resulta uma coisa: a existência em nós de 3 elementos: o corpo físico, o corpo
fluídico ou perispírito, e a alma ou Espírito. O que se chama o inconsciente, a
segunda pessoa, o “eu” superior, a policonsciência etc., é simplesmente o
Espírito que, em certas condições de desprendimento e de clarividência, sente
em si mesmo produzir-se uma como manifestação de potências ocultas. (P. 202)
159. Entendamos: o homem não possui muitas consciências.
Nele, porém, há muitos estados de consciência. À medida que o Espírito se
desprende da matéria e se emancipa do seu invólucro carnal, suas faculdades,
suas percepções se ampliam, despertam as recordações, dilata-se a irradiação da
personalidade, seja no “transe”, seja no sono magnético. (P. 202)
160. Evidentemente, isso não basta para explicar os
fenômenos espíritas: na maioria dos casos, a intervenção de Inteligências
estranhas, de vontades livres e autônomas, impõe-se como a única explicação
racional. (P. 203)
161. Atribuir aos demônios essas manifestações constitui
argumento cediço. “Deve julgar-se a árvore pelos frutos”, diz a Escritura. Ora,
se ponderarmos todo o bem moral que já realizou o Espiritismo, se considerarmos
quantos céticos, indiferentes, sensuais, têm sido por ele encaminhados, teremos
de concluir que tal demônio trabalha contra seus próprios interesses. (P. 203)
162. O que noutro lugar dissemos do inferno e dos demônios
nos dispensa de insistir neste ponto. Satanás não passa de um mito. Não existe
ser algum votado eternamente ao mal. (P. 203)
163. Há muitas pessoas que fazem do Espiritismo frívola
diversão e atraem Espíritos inferiores e levianos, que não têm escrúpulo em
mistificá-las e travar com elas relações que podem conduzir até à obsessão.
Tais perigos podem ser facilmente conjurados, abstendo-se as pessoas, nas
sessões, de todo pensamento frívolo, de todo objetivo interesseiro. (P. 204)
164. É perigoso trabalhar sozinho, sem inspeção, sem
proteção eficaz; é perigoso entregar-se insuladamente às evocações espíritas.
Para evitar as más influências e afastar os riscos, deve-se procurar o concurso
de pequeno número de pessoas esclarecidas, votadas ao bem, sob a direção de um
espiritista experimentado. (P. 205)
165. As manifestações ocultas se produzem sob todas as
formas, desde as mais banais às mais transcendentes, conforme o grau de
elevação das Inteligências que intervêm, e seu intuito não é outro senão
mostrar ao homem que ele não é apenas matéria perecível, mas que tem dentro de
si uma essência que sobrevive ao corpo. (PP. 206 e 207)
166. Há, pois, na observação desses fatos o germe de uma
revolução que abrangerá progressivamente todo o domínio dos conhecimentos
humanos. A vida aparece-nos agora sob um duplo aspecto: corporal e fluídica.
(P. 207)
167. Devido à existência de falsos profetas no mundo
invisível é que a nova revelação reveste um caráter inteiramente diferente. Não
é mais uma obra individual, nem se produz num meio circunscrito. É dada em
todos os pontos do globo, aos que a procuram, por intermédio de pessoas de
todas as idades, condições e nacionalidades. (P. 210)
168. Os adversários fizeram da questão da divergência de
opiniões no ensino dos Espíritos uma arma contra o Espiritismo, porque certos
Espíritos, em países anglo-saxônios, parecem negar a reencarnação das almas na
Terra. Em toda parte, porém, excetuados os aludidos países, os Espíritos
afirmam a realidade do princípio das existências sucessivas. (P. 212)
169. O número de espiritualistas antirreencarnacionistas,
na América do Norte como na Inglaterra, tem diminuído dia a dia, ao passo que o
dos partidários da reencarnação não cessa de aumentar. (P. 213) (Continua na próxima edição.)
Respostas às
questões preliminares
A. É certo dizer que
o homem possui muitas consciências?
Claro que não. O homem não possui muitas consciências.
Nele, o que há são estados de consciência. À medida que o Espírito se desprende
da matéria e se emancipa de seu invólucro carnal, suas faculdades, suas
percepções se ampliam, despertam as recordações, dilata-se a irradiação da
personalidade, seja no “transe”, seja no sono magnético. (Cristianismo e Espiritismo, cap. IX, pp. 202 e 203.)
B. Por que constitui
uma tolice atribuir aos demônios as manifestações espíritas?
Atribuir aos demônios essas manifestações constitui
argumento cediço, porque, como diz a Escritura, deve julgar-se a árvore por
seus frutos. Ora, se ponderarmos todo o bem moral que já realizou o
Espiritismo, se considerarmos quantos céticos, indiferentes, sensuais, têm sido
por ele encaminhados, teremos de concluir que tal demônio trabalha contra seus
próprios interesses. Além disso, é preciso entender que Satanás não passa de um
mito. Não existe ser algum votado eternamente ao mal. (Obra citada, cap. IX, p.
203.)
C. Cite um dos
perigos que pode apresentar a prática espírita.
Um dos perigos para quem faz do Espiritismo uma frívola
diversão é atrair Espíritos inferiores e levianos, que não têm escrúpulo em
mistificar e travar com tais pessoas relações que podem conduzi-las até à
obsessão. (Obra citada, cap. IX, pp. 204 e 205.)
Nota:
Para ver os três últimos textos, clique nos links abaixo:
Parte 9 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/01/iniciacao-aos-classicos-espiritas_19.html
Parte 10 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/01/iniciacao-aos-classicos-espiritas_26.html
Parte 11 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/02/cristianismo-eespiritismo-leon-denis.html
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